Com foco
sobre a dramaturgia criada por mulheres, a programação traz as dramaturgas
Linda McLean (Escócia) e Silvia Gomez (Brasil), a jovem autora Carol Pitzer e a
pesquisadora e militante em
defesa da mulher negra Rosane Borges. Palestras,
rodas de conversa, leituras dramáticas e workshops debatem sobre a criação
autoral feminina atual.
Vencedor do 28º Prêmio Shell de Teatro, na Categoria Inovação, o
Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council - com coordenação da jornalista e
dramaturga Marici Salomão e assistência do diretor e
dramaturgo César Baptista - apresenta o 9º Ciclo
do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council. Com o tema Ser
Dramaturga, o evento acontece de 25 de
setembro a 1º de outubro, no Centro Cultural FIESP - Ruth
Cardoso, em São Paulo. Todas as atividades são
gratuitas e abertas ao público.
A 9º edição do Ciclo pretende abordar questões
sobre o ofício e suscitar o debate sobre a relevante desigualdade numérica
existente entre homens e mulheres que escrevem para o teatro. Entender o papel da mulher
dramaturga, focando as experiências de escrita e a inserção em um mercado ainda
caracterizado por machismo, sexismo e racismo, além de explicitar as
dificuldades e resistências enfrentadas no exercício na profissão.
Linda McLean, dramaturga escocesa radicada em Glasgow (Escócia), faz a
abertura, dia 25 de setembro, às 20h, ao lado da premiada dramaturga
brasileira Silvia Gomez. Juntas contarão suas experiências na
escrita teatral, sob a perspectiva feminina.
Em sua peça Sex & God, Linda
McLean trata sobre a religião e o sexo por meio de histórias de
quatro mulheres, cada uma vivendo em diferentes épocas do século 20. Silvia
Gomez é autora das peças O Céu Cinco Minutos Antes da Tempestade, Mantenha
Fora do Alcance do Bebê (vencedora dos prêmios de melhor dramaturgia APCA
2015 e Aplauso Brasil 2015, além de indicada ao Prêmio Shell) e Marte, Você
Está Aí?, que trazem mulheres como protagonistas.
A peça Sex & God, com apoio da escola
Cultura Inglesa, ganha leitura inédita no Brasil, com direção de Laerte
Mello, no dia 26 de setembro, às 21h. O elenco é formado por Ana Paula Dias, Carolina Faria,
Fernanda Gama e Flávia Sgavioli.
A pesquisadora, jornalista e militante em defesa
da mulher negra, Rosane Borges, faz palestra no dia 26 de setembro, às 19h, sobre o
tema Crise de Representação e a Emergência de Novas Subjetividades. A
autora pretende abordar os modos como as mulheres negras vêm reivindicando
acesso à soberania negada, tomando o campo das artes e da dramaturgia como nexo
estratégico para ganhar visibilidade no espaço social, ainda marcado por
profundas assimetrias.
Linda MccLean, usando suas experiências de
escrita, propõe maneiras para criar uma peça que tem como modelo/padrão o jeito
do próprio dramaturgo pensar o mundo. Para isso, ministra uma oficina com o
tema A forma Que Nos Contorna, de 27 a 29 de setembro. As inscrições devem ser feitas de 11 a 15 de setembro. Os
dramaturgos interessados devem enviar currículo e carta de interesse para o
e-mail artescenicas@sesisp.org.br.
O espetáculo Enquanto Ela Dormia, em
cartaz no Centro Cultural Fiesp, fruto da orientação do Núcleo de Dramaturgia
SESI-British Council, também faz parte da programação. A autora Carol Pitzer,
a diretora Lili Monteiro e a atriz Lucienne Guedes participam de
uma roda de conversa, mediada por Marici Salomão, acerca da criação do
espetáculo, que trata de um tema cada vez mais exposto nas artes: o abuso
sexual de mulheres. O encontro acontece no dia 1º de outubro, às
19h30, logo após a sessão do espetáculo. O
texto foi escolhido entre 12 peças produzidas na 8ª turma do Núcleo de
Dramaturgia SESI-British Council.
O Ciclo visa ainda à discussão sobre questões
que devem ser hoje pensadas no âmbito da escrita teatral feita por mulheres. E
não só os temas relativos à mulher branca. “Estamos sintonizadas em também
levantar questões sobre a voz das criadoras negras. Cada vez mais, a luta
pela igualdade de direitos e representatividade se faz no mundo das artes. O
Ciclo mais uma vez caminha em paridade com as prementes questões que pulsam
hoje em nossa sociedade,” explica Marici Salomão.
“Nos últimos nove anos, o Núcleo de Dramaturgia
SESI-British Council procurou manter-se firme em sua missão de formação de
dramaturgos brasileiros, sempre promovendo a troca com metodologias e processos
de formação desenvolvidos no Reino Unido. Este ano a voz da mulher no teatro
ganha os palcos do Ciclo e constitui a programação. E é fundamental que este
espaço seja de troca com todo o público brasileiro para refletirmos o poder das
artes na equidade de gênero”, completa Liliane Rebelo, gerente de artes do
British Council Brasil.
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