segunda-feira, 2 de maio de 2011

Fórum da Amazônia Oriental, lança nota contra as mudanças no Código Florestal Brasileiro


 Contra as alterações do código florestal

 

Vige em nosso sistema legal a Lei  n° 4.771 de 15 de Setembro de 1965, mais conhecida como código florestal. Mesmo com esse avançado arcabouço jurídico de proteção ambiental nosso Estado, bem como a Amazônia, tem apresentado autos índices de desmatamento.

Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) no ano passado, só no Pará, em dois meses foi devastado 220 km² de vegetação, o equivalente a 32 mil campos de futebol.  A maior responsabilidade  desse indicador não é novidade!

A degradação ambiental e seus impactos sociais advém do nosso histórico modelo de desenvolvimento às avessas que incentiva a expansão de áreas de pastagem para pecuária e plantações para o monocultivo, favorecendo portando o crescimento do agronegócio.

Para conter essa exploração indiscriminada felizmente foi estabelecido um decreto nacional para que houvesse a regularização e responsabilização dos proprietários ou possuidores de imóveis rurais que não houvessem averbado sua reserva legal. Este prazo foi estendido pelo Decreto 7029/09 para junho de 2011.

Como os latifundiários não têm o que averbar retomaram em nosso país o célere processo de alteração de nosso código florestal, pelo qual diminui a necessidade de reserva legal e restringe ainda mais as áreas de proteção permanente, entre outras mudanças contestáveis cientificamente pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Se a própria legislação em vigor, apesar de todo avanço, já não é suficiente para conter o desafio de preservar nossas florestas e a qualidade de vida de nosso povo, como será o cenário com uma norma de contensão ainda mais frouxa?

Por esses questionamentos e a constatação de um retrocesso sócio-ambiental, é que nos posicionamos contra projetos de lei que visam flexibilizar a sanção de criminosos que tem devastado nosso território e seqüestrado o desenvolvimento de nossa gente que alimenta valores e culturas condizentes com um projeto de vida.

Acreditamos que cuidar de nossa riqueza e de nosso bioma é prevenir violação aos direitos humanos, afinal de contas não há floresta em pé se não temos povo resistindo. Não há cidade e campo sustentável se forem cumpridas as mínimas obrigações já postas para o estabelecimento do Estado Democrático.

 O Brasil não pode continuar sustentando internacionalmente uma aparente posição de País que se preocupa com o meio ambiente e internamente incentiva práticas predatórias como o avanço da pecuária e agronegócio de forma ostensiva, permitindo ainda o desmonte do frágil arcabouço legal de defesa de nossas florestas e de seus povos.    

Por todo o exposto, as entidades e pessoas abaixo assinadas requerem do parlamento brasileiro a rejeição das proposta de alteração do código  florestal, conforme proposta do relator do projeto e bancada ruralista do congresso nacional.

 

 Belém, 26 de Abril de 2011

 

Entidades assinantes:

FAOR- Fórum  da Amazônia Oriental

SDDH: Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos

REJUMA - Rede de Juventudes e Meio Ambiente

APA-TO - Alternativa dos Pequenos Agricultores de Tocantins

APACC - Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes

ABO - Associação Brasileira dos Órgãos

AOMT BAM - Associação das Organizações das Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas

AART -AP - Associação de Artesãos do Estado do Amapá

ACANH - Associação de Comunicação Alternativa Novo Horizonte

ADCP - Associação de Divisão Comunitária e Popular

AGLTS - Associação de gays, lésbicas e transgêneros de Santana

AMQCSTA - Associação de Moradores Quilombolas da Comunidade de São Tomé do Aporema

AMAP - Associação de Mulheres do Abacate da Pedreira

AMVQC - Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú

APREMA - Associação de Proteção ao Riacho Estrela e Meio Ambiente

AEM - Associação Educacional Mariá

ASSEMA - Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão

APACC - Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes

ACUMNAGRA - Associação Sóciocultural de Umbanda e Mina Nagô

AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras

Articulação de Mulheres do Amapá

Articulação de Mulheres Brasileiras.

ANE-L Pai d'égua - Assembléia Nacional dos Estudantes Livres - Estadual Pará

ANE-L Santarém - Assembléia Nacional dos Estudantes Livres

AMA/AMAPA - Articulação de Mulheres do Amapá

AMB/COMITE POLITICO NACIONAL - Articulação de Mulheres Brasileiras

TIJUPÁ -  Associação Agroecológica Tijupá

Encanto - Casa Oito de Março - Organização Feminista do Tocantins

CEDENPA - Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará

Centro Ecológico / RS

CENTRO TIPITI - Centro de Treinamento e Tecnologia Alternativa Tipiti

CPCVN - Centro Pedagógico e Cultural da Vila Nova

CPDC - CENTRO POPULAR PELO DIREITO A CIDADE.

CJ-PA - Coletivo Jovem de meio Ambiente do Pará

CPT - Comissão Pastoral da Terra

COMSAÚDE - Comunidade de saúde, desenvolvimento e educação

CONAM - Confederação Nacional das Associações de Moradores

CIMI - Conselho Indigenista Missionário Regional N II

COMITÊ DOROTHY

COMTRABB - Cooperativa de Mulheres Trabalhadoras da Bacia do Bacanga

COOPTER - Cooperativa de Trabalho, Assistência Técnica, Prestação de Serviço e Extensão Rural

Comissão Permanente de Saúde e Meio Ambiente de Bacabal – MA

CIEA BRASIL

FAMCOS - Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém

FECAP - Federação das Entidades Comunitárias do Estado do Amapá

FECARUMINA - Federação de Cultos Afroreligiosos de Umbanda e Mina Nagô

FASE - FEDERAÇÃO DE ÓRGÃOS PARA ASSISTÊNCIA SOCIAL E EDUCACIONAL – Programa Amazônia

FETAGRI-PA - Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Pará

FÓRUM CARAJÁS - Fórum Carajás

Fórum dos Lagos - Fórum de Participação Popular em Defesa dos Lagos Bolonha e Água Preta e da APA/Belém

FMS BR163 - Fórum dos Movimentos Sociais da Br 163 Pa

FunTocaia - Fundação Tocaia

FEES/MA - Fórum de Economia Solidária do Maranhão

FMSAN - Fórum Maranhense de Segurança Alimentar e Nutricional

Fórum Permanente de Cidadania de Colinas - MA

GHATA - Grupo das Homossexuais Thildes do Amapá

GMB - Grupo de Mulheres Brasileiras

GT Racismo Ambiental, da Rede Brasileira de Justiça Ambiental

ISAHC - Instituto de Desenvolvimento Social e Apoio aos Direitos Humanos Caratateua

IMENA - Instituto de Mulheres Negras do Amapá

EcoVida - INSTITUTO ECOVIDA

ISSAR - Instituto Saber ser Amazônia Ribeirinha

ITV - Instituto Trabalho Vivo

Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC)

SNDdeN - IRMÃS DE NOTRE DAME DE NAMUR

MMM - AP - Marcha Mundial das Mulheres

MSTU - MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO URBANO

MMIB - MOVIMENTO DE MULHERES DAS ILHAS DE BELÉM

MOEMA - MOVIMENTO DE MULHERES EMPREENDEDORAS DA AMAZONIA

MOPROM - MOVIMENTO DE PROMOÇÃO DA MULHER

MRE - MOVIMENTO REPÚBLICA DE EMAÚS

Mulheres de Axé - Mulheres de Axé

Movimento articulado de Mulheres da Amazônia - MAMA

RECID/PA  Rede de Educação Cidadã

RBJA – Rede Brasileira de Justiça Ambiental

REGEAMA - Rede de Gestão Ambiental do Maranhão

SINDOMESTICA - Sindicato das Empregadas Domésticas do Estado do Amapá

STTR/STM - Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém

SINDNAPI - AP - Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical

STTR MA - Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais

SDDH - Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos

UFCG - União Folclórica de Campina Grande

UNIPOP - Instituto Universidade Popular

 

Marquinho Mota
Assessoria de Comunicação - Rede FAOR
faor.comunicacao@faor.org.br
www.faor.org.br
www.xinguvivo.org
www.xingu-vivo.blogspot.com
(91) 3261 4334/87144416/81389805/91110439

Pai da Iamã, da Anuã, do Iroy e da Luna.
Assessoria à Rádios Comunitárias
Viva os Nossos Rios, Vivos e sem Barragens!!!

 

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