terça-feira, 24 de junho de 2008


VII Festival Mundial da Cachaça de Salinas

Dias 11, 12 e 13 de julho de 2008

Saiba mais nos sites

www.robertosantiago.blogspot.com

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Contribuição dos Vocalistas Tropicais à História da MPB é tema de palestra no programa Museu Vivo


FORTALEZA, 24.06.2008 – O cantor e percussionista Danúbio Barbosa Lima, 87 anos, realizará palestra sobre o tema “A música cearense nos anos 1940 e 1950 e os Vocalistas Tropicais”, dentro do programa Museu Vivo, a realizar-se no auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 3º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108), na próxima quinta-feira, 26, às 18 horas.

Criado em Fortaleza no início da década de 1940, o conjunto Vocalistas Tropicais, cujos primeiros componentes foram Danúbio Barbosa Lima, Nilo Xavier Mota, Paulo Eduardo Sucupira, José Eduardo Pamplona, Vicente Ferreira da Silva e Paulo de Tarso Siqueira, obteve êxito expressivo com sua atuação na PRE-9, prefixo e nome popular da Ceará Rádio Clube, emissora cearense dos Diários Associados.

O sexteto excursionou em 1944 pelo Maranhão, seguindo em 1945 para Manaus, até se fixar no Rio de Janeiro em 1946, onde conquistou auditórios e consolidou vitoriosa carreira, interpretando balanceios, marchas e sambas.

Com o apoio de João Calmon, diretor dos Diários Associados, os Vocalistas Tropicais foram contratados pela Rádio Tupi, e ao chegarem na então Capital Federal (Rio de Janeiro) causaram surpresa pelo tom peculiar e harmonioso dos arranjos vocais, priorizando repertório composto de ritmos e temas regionais.

O tema será apresentado por Danúbio, um dos remanescentes do grupo, residente em Fortaleza e merecidamente homenageado com o troféu Eusélio Oliveira na 13ª edição do Festival Cine Ceará.



Os Vocalistas Tropicais (texto de Calé Alencar)

Em face do sucesso obtido, na região sudeste do Brasil, pelos 4 Azes & 1 Curinga, outro notável grupo vocal composto por cearenses, os integrantes dos Vocalistas Tropicais seguiram o mesmo itinerário, contando ainda com o incentivo de artistas renomados, quando de suas vindas a Fortaleza, ressaltando qualidades no grupo compatíveis com outras formações do cenário musical brasileiro.

Após a gravação de alguns acetatos em 1942 e o experimento de diversas formações, ainda na capital cearense, o grupo fixou-se com os seguintes integrantes: Nilo Mota, pandeiro e canto; Danúbio Barbosa Lima, tantan e canto; Paulo Sucupira, violão e canto; Evandro de Sousa, violão e canto; Artur de Oliveira, violão, afoxé e canto; e Paulo de Tarso, violão tenor.

Antes de seguirem para o Rio, realizaram uma temporada de grande sucesso em Salvador. Nesta etapa da viagem encontraram o cantor e compositor cearense Gilberto Milfont, de brilhante presença na história da música popular brasileira, a quem convenceram a acompanhá-los, chegando ao Rio em 1º. de janeiro de 1946. No Rio, o grupo passou a atuar na Rádio Tupi e no Cassino Atlântico, sendo dirigidos pelo compositor cearense Paurillo Barroso no musical Balanceio.

Ainda em janeiro, o grupo cearense assinou contrato com a gravadora Odeon, sendo que sua primeira gravação em disco ocorreu no dia 6 de fevereiro de 1946. Em meio ao êxito de sua carreira musical no Rio, o grupo participou de vários filmes, sendo o primeiro deles Caídos do Céu, no qual atuaram ao lado da atriz e comediante Dercy Gonçalves.

O disco de estréia dos Vocalistas Tropicais registrou, no lado A, o fox Papai, Mamãe, Você e Eu, composição de Paulo Sucupira. No lado B, o disco trouxe o balanceio Tão Fácil, Tão Bom, composição de Lauro Maia, também interpretada pelo grupo no filme Caídos do Céu.

O ritmo balanceio foi criado por Danúbio Barbosa Lima e Aleardo Freitas, tornando-se um verdadeiro precursor do baião de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. O balanceio seria amplamente difundido através das composições de Lauro Maia, sendo que a primeira composição utilizando este ritmo, criação de Aleardo Freitas e gravada em acetato pelos Vocalistas Tropicais, recebeu o título de Tiririca.

Dentre os maiores êxitos musicais dos Vocalistas Tropicais incluem-se Daqui Não Saio e Tomara Que Chova, de Romeu Gentil & Paquito; Jacarepaguá, de Marino Pinto, Romeu Gentil & Paquito; Turma do Funil, de Mirabeau & Urgel de Castro; A Maior Maria, de João de Deus da Ressurreição e Gerôncio Cardoso; A Voz do Morro, de Zé Ketti, Taboleiro d’Areia e Tão Fácil, Tão Bom, ambas de Lauro Maia, e Trevo de Quatro Folhas, versão de Nilo Sérgio para o fox de Harry Wood e Mort Dixon.

Os Vocalistas Tropicais, cuja formação mais duradoura incluía além de Danúbio, Nilo e Evandro, o cearense Artur e o pernambucano Arlindo, também participaram dos filmes Depois Eu Conto, com Anselmo Duarte, Eliana e Grande Otelo; Guerra Ao Samba, com Cyll Farney, Eliana e Renata Fronzi; e Carnaval no Fogo, um dos maiores sucessos da Atlântida, estrelado por Cyll Farney, Oscarito e Grande Otelo, no qual o grupo interpreta a marcha Daqui Não Saio, além de figurar no documentário Assim Era A Atlântida, produzido por Carlos Manga.

Em 2003, os Vocalistas Tropicais viraram tema do documentário Fragmentos de Harmonia, produzido por Nilo Mota, filho de um dos integrantes do grupo, utilizando acervo de fotos, gravações em acetato e discos de cera, além do precioso depoimento de Danúbio Barbosa Lima, um dos remanescentes do grupo, residente em Fortaleza e merecidamente homenageado com o troféu Eusélio Oliveira, na 13ª. edição do Cine Ceará.

Alvo de outras homenagens, Danúbio recebeu da Câmara Municipal de Fortaleza a Medalha Lauro Maia, por sua contribuição à Música Popular Brasileira, e o troféu Prova de Fogo – 70 Anos de Samba e Tradição, em reconhecimento ao seu importante papel na história do carnaval brasileiro.

Contribuição dos Vocalistas Tropicais à História da MPB é tema de palestra no programa Museu Vivo



FORTALEZA, 24.06.2008 – O cantor e percussionista Danúbio Barbosa Lima, 87 anos, realizará palestra sobre o tema “A música cearense nos anos 1940 e 1950 e os Vocalistas Tropicais”, dentro do programa Museu Vivo, a realizar-se no auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 3º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108), na próxima quinta-feira, 26, às 18 horas.

Criado em Fortaleza no início da década de 1940, o conjunto Vocalistas Tropicais, cujos primeiros componentes foram Danúbio Barbosa Lima, Nilo Xavier Mota, Paulo Eduardo Sucupira, José Eduardo Pamplona, Vicente Ferreira da Silva e Paulo de Tarso Siqueira, obteve êxito expressivo com sua atuação na PRE-9, prefixo e nome popular da Ceará Rádio Clube, emissora cearense dos Diários Associados.

O sexteto excursionou em 1944 pelo Maranhão, seguindo em 1945 para Manaus, até se fixar no Rio de Janeiro em 1946, onde conquistou auditórios e consolidou vitoriosa carreira, interpretando balanceios, marchas e sambas.

Com o apoio de João Calmon, diretor dos Diários Associados, os Vocalistas Tropicais foram contratados pela Rádio Tupi, e ao chegarem na então Capital Federal (Rio de Janeiro) causaram surpresa pelo tom peculiar e harmonioso dos arranjos vocais, priorizando repertório composto de ritmos e temas regionais.

O tema será apresentado por Danúbio, um dos remanescentes do grupo, residente em Fortaleza e merecidamente homenageado com o troféu Eusélio Oliveira na 13ª edição do Festival Cine Ceará.



Os Vocalistas Tropicais (texto de Calé Alencar)

Em face do sucesso obtido, na região sudeste do Brasil, pelos 4 Azes & 1 Curinga, outro notável grupo vocal composto por cearenses, os integrantes dos Vocalistas Tropicais seguiram o mesmo itinerário, contando ainda com o incentivo de artistas renomados, quando de suas vindas a Fortaleza, ressaltando qualidades no grupo compatíveis com outras formações do cenário musical brasileiro.

Após a gravação de alguns acetatos em 1942 e o experimento de diversas formações, ainda na capital cearense, o grupo fixou-se com os seguintes integrantes: Nilo Mota, pandeiro e canto; Danúbio Barbosa Lima, tantan e canto; Paulo Sucupira, violão e canto; Evandro de Sousa, violão e canto; Artur de Oliveira, violão, afoxé e canto; e Paulo de Tarso, violão tenor.

Antes de seguirem para o Rio, realizaram uma temporada de grande sucesso em Salvador. Nesta etapa da viagem encontraram o cantor e compositor cearense Gilberto Milfont, de brilhante presença na história da música popular brasileira, a quem convenceram a acompanhá-los, chegando ao Rio em 1º. de janeiro de 1946. No Rio, o grupo passou a atuar na Rádio Tupi e no Cassino Atlântico, sendo dirigidos pelo compositor cearense Paurillo Barroso no musical Balanceio.

Ainda em janeiro, o grupo cearense assinou contrato com a gravadora Odeon, sendo que sua primeira gravação em disco ocorreu no dia 6 de fevereiro de 1946. Em meio ao êxito de sua carreira musical no Rio, o grupo participou de vários filmes, sendo o primeiro deles Caídos do Céu, no qual atuaram ao lado da atriz e comediante Dercy Gonçalves.

O disco de estréia dos Vocalistas Tropicais registrou, no lado A, o fox Papai, Mamãe, Você e Eu, composição de Paulo Sucupira. No lado B, o disco trouxe o balanceio Tão Fácil, Tão Bom, composição de Lauro Maia, também interpretada pelo grupo no filme Caídos do Céu.

O ritmo balanceio foi criado por Danúbio Barbosa Lima e Aleardo Freitas, tornando-se um verdadeiro precursor do baião de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. O balanceio seria amplamente difundido através das composições de Lauro Maia, sendo que a primeira composição utilizando este ritmo, criação de Aleardo Freitas e gravada em acetato pelos Vocalistas Tropicais, recebeu o título de Tiririca.

Dentre os maiores êxitos musicais dos Vocalistas Tropicais incluem-se Daqui Não Saio e Tomara Que Chova, de Romeu Gentil & Paquito; Jacarepaguá, de Marino Pinto, Romeu Gentil & Paquito; Turma do Funil, de Mirabeau & Urgel de Castro; A Maior Maria, de João de Deus da Ressurreição e Gerôncio Cardoso; A Voz do Morro, de Zé Ketti, Taboleiro d’Areia e Tão Fácil, Tão Bom, ambas de Lauro Maia, e Trevo de Quatro Folhas, versão de Nilo Sérgio para o fox de Harry Wood e Mort Dixon.

Os Vocalistas Tropicais, cuja formação mais duradoura incluía além de Danúbio, Nilo e Evandro, o cearense Artur e o pernambucano Arlindo, também participaram dos filmes Depois Eu Conto, com Anselmo Duarte, Eliana e Grande Otelo; Guerra Ao Samba, com Cyll Farney, Eliana e Renata Fronzi; e Carnaval no Fogo, um dos maiores sucessos da Atlântida, estrelado por Cyll Farney, Oscarito e Grande Otelo, no qual o grupo interpreta a marcha Daqui Não Saio, além de figurar no documentário Assim Era A Atlântida, produzido por Carlos Manga.

Em 2003, os Vocalistas Tropicais viraram tema do documentário Fragmentos de Harmonia, produzido por Nilo Mota, filho de um dos integrantes do grupo, utilizando acervo de fotos, gravações em acetato e discos de cera, além do precioso depoimento de Danúbio Barbosa Lima, um dos remanescentes do grupo, residente em Fortaleza e merecidamente homenageado com o troféu Eusélio Oliveira, na 13ª. edição do Cine Ceará.

Alvo de outras homenagens, Danúbio recebeu da Câmara Municipal de Fortaleza a Medalha Lauro Maia, por sua contribuição à Música Popular Brasileira, e o troféu Prova de Fogo – 70 Anos de Samba e Tradição, em reconhecimento ao seu importante papel na história do carnaval brasileiro.


assessoria de imprensa do Centro Cultural Banco do Nordeste) – (85) 3464.3196

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Salão de Turismo


PARA BRASILEIRO VER
A evolução das campanhas de promoção internacional do Brasil é apresentada ao público durante o Salão de Turismo em São Paulo e pode ser vista até domingo



Uma mostra das peças promocionais utilizadas para a divulgação do País lá fora é um dos atrativos da exposição “O Brasil Sensacional pelo olhar do turista estrangeiro”, aberta ao público que visita o 3º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, que acontece em São Paulo até este domingo, dia 22. A ação é organizada pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) – unidade do Ministério do Turismo responsável pela promoção, marketing e apoio à comercialização do Destino Brasil no mercado internacional.



A exposição permite, por meio de uma linha do tempo, conhecer a percepção do turista estrangeiro em relação ao Brasil e como a Embratur vem trabalhando as mensagens de comunicação para este público de 2003 até agora. O destaque fica por conta da construção do Plano Aquarela – Marketing Turístico Internacional e da criação da Marca Brasil, identidade turística do País no exterior. Lançados em 2005, norteiam todo o planejamento e execução das ações de promoção no mercado internacional.



Outro ponto forte da exposição é a campanha “Brasil, vire fã”, também lançada em 2005. Em sua primeira fase trazia imagens de visitantes estrangeiros com o rosto pintado com as cores da Marca Brasil em frente aos principais cartões postais do País. A segunda etapa, executada em 2006, seguia a mesma linha conceitual, porém sem os rostos pintados. Tudo baseado em pesquisas que mostram o grau de satisfação do turista estrangeiro, o que se traduz na fidelização do destino.



Segundo pesquisa da Vox Populi para atualização do Plano Aquarela, realizada com turistas que visitaram o Brasil, 86% dos disseram ter intenção de voltar e 96% que recomendariam o destino a amigos e parentes. “A imagem do Brasil lá fora mudou muito. O País vem sendo cada vez mais reconhecido e admirado em diversos setores da economia e no turismo não é diferente. Somos vistos como um povo alegre, hospitaleiro, e é importante que o brasileiro perceba esta mudança, resultado do esforço de toda a sociedade”, afirma Cibele Hoisel, coordenadora de Relações Institucionais da Embratur e responsável pela mostra.



Ainda a ser lançada no segundo semestre, a terceira etapa da campanha, reformulada a partir da atualização do Plano, trará a diversidade de destinos como diferencial. A idéia é mostrar imagens dos mais variados destinos, nas cinco regiões, e não apenas os já consagrados cartões postais. Destinos como Pirenópolis (GO) e Pantanal, na região mais central do país, são um bom exemplo disso.



Após o encerramento do Salão do Turismo, a exposição será colocada à disposição de estudantes e professores, especialmente das áreas de Turismo, Comunicação e Marketing, o principal público da mostra durante o evento.



Sobre o Plano Aquarela

Lançado em 2005, o estudo foi atualizado para o período 2007-2010. Entrou em sua segunda fase com o desafio de manter o País na liderança turística da América do Sul com o objetivo de atrair mais turistas, que gastem mais e visitem mais destinos.

Para alcançar as metas de 7,9 milhões de turistas estrangeiros e de US$ 7,7 bilhões em gastos desses visitantes no Brasil em 2010, o Plano definiu grupos de mercados-prioritários a partir de fatores como acessibilidade aérea, oferta turística brasileira atual no país, divulgação já existente de produtos e serviços nacionais.

Imagem

Salão do Turismo: Materiais promocionais para divulgação do Brasil no exterior

Salão do Turismo 3: Linha do tempo

Crédito: Vera Enderle




Assessoria de Comunicação da EMBRATUR

quarta-feira, 18 de junho de 2008

VII Festival Mundial da Cachaça de Salinas








VII Festival Mundial da Cachaça de Salinas

Dias 11, 12 e 13 de julho de 2008

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domingo, 15 de junho de 2008

CCBNB-Fortaleza abre a exposição “Marcus Francisco, a Aventura do Traço”, com curadoria de Dodora Guimarães



FORTALEZA, 15.06.2008 – O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abre nesta terça-feira, 17, às 19 horas, a exposição “Marcus Francisco, a Aventura do Traço”, com curadoria de Dodora Guimarães. Gratuita ao público, a exposição fica em cartaz até o próximo dia 22 de julho (terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e domingo, de 10h às 18h).

A exposição apresenta trabalhos preservados pela família de Marcus Francisco (Fortaleza, CE, 1950-1980), com ênfase no desenho em técnicas e datas diversas, destacando-se o risco e o ritmo claro e potente do artista. Traz, assim, uma seleção de obras que evidenciam a força telúrica e mística que distinguiu este artista na geração da virada dos anos 1960/1970.

Segundo a curadora Dodora Guimarães, MARCUS FRANCISCO Cavalcante Alcântara é “um artista seminal da arte cearense, sendo um dos expoentes da geração dos anos 1960/1970”. Desenhista e pintor, com incursões no campo da história em quadrinhos, da poesia e da música, Marcus Francisco viveu e trabalhou em Fortaleza, no Rio de Janeiro e em Nova Iorque. “Sua obra mostra a grande teia que foi a sua vida, com a precisão da trama que evidenciava existir por trás de tudo o que fazia”, salienta Dodora.

As obras expostas no CCBNB-Fortaleza ilustram a breve e marcante existência do autor. Verdadeiras páginas de um diário escrito no calor da hora, sem hesitação ou pausa, desenhado com a vibração e o requinte de um observador veloz.



Olhar balizador (texto da curadora Dodora Guimarães)

Filho de um homem de letras, o jornalista Mário Alcântara, e de uma bordadeira, dona Maria Cavalcante Alcântara, Marcus Francisco (Fortaleza-CE, 1950 -1980) cresceu dividido entre as ladainhas católicas e a realidade do cotidiano. Ambas o encantavam e o assombravam. Os mistérios da fé que tanto o intrigavam logo encontraram um êmulo à altura: as reinações da criação artística, que cedo ocuparam largo espaço na mente do menino que entretinha o tempo a desenhar nos quatro cantos da casa.

Sabendo que o seu mundo era o da imaginação, o aprendiz do risco desenhava esferas para nelas girar e voar no tempo. O seu desejo era dar ao corpo a velocidade do seu pensamento. Observador atento aprendeu com a mãe, que enlaçava linhas, o gesto do risco no ar. De rabiscador de paredes passou a desenhista e pintor, superando-se na disciplina que escolhera para si. Marcus Francisco foi sempre esse ser determinado.

Com o pai treinava o verbo, mirava a escrita das palavras, as formas das letras, o som das palavras. Assim nasceu o compositor de “Nada Sou” e “Luzia do Algodão”, canções feitas em parceria com Raimundo Fagner, vencedoras do IV Festival de Música Popular do Ceará (promoção do Grupo de Teatro Amador-Gruta do Diretório Central dos Estudantes-DCE, da Universidade Federal do Ceará-UFC) e do I Festival de Música Popular Aqui no Canto (promovido pela Rádio Assunção), ambos em 1968. Esses acontecimentos lhe abriram as portas para a primeira viagem internacional (1969) – excursão cultural rumo a Buenos Aires que durou 45 dias, e para a decisão irrevogável de transferir-se para o Rio de Janeiro (1970) em busca de horizontes mais amplos.

A essa época integrava, em Fortaleza, o grupo que mobilizava a cena das artes plásticas no recém-inaugurado Centro de Artes Visuais Raimundo Cela, que se tornaria mais conhecido como Casa de Cultura Raimundo Cela. Marcus Francisco alimentava a expectativa de desenvolver-se como artista e tinha consciência de que para isso emigrar era preciso.

Projetos e planos ousados somados ao “amor possessivo ao corpo” acompanhariam o artista nos diversos endereços que postou em cartas para a família. Do desembarque no Rio, em 1970, ao embarque para Nova York em 1976, Marcus Francisco colecionou esperanças de se tornar o artista que havia planejado.

Nas missivas à família, cita sempre uma promessa de exposição ou venda, mas solicita continuamente verbas para o sustento. A fé e a importância que atribui ao seu trabalho, porém, continuam inabaláveis. Essa segurança lhe garante um papel seminal na história da arte cearense.

Com poucos e recorrentes signos teceu a trama precisa, a pulsação em vida, como assinala em desenho datado de 1975. Sua aventura de pontos e linhas leva-o a ocupar um lugar na seara do desenho brasileiro, destacada pela excelência de seus artistas, inclusive na família que preza pelo fantástico ou onírico, casos de Darcílio Lima, também cearense e que viveu no Rio nos turbulentos anos 1960/1970, de Roberto Magalhães e Tunga, para citar alguns exemplos da mesma geração.

Lamentavelmente, esse desenhista de volumes leves, arquiteturas imaginárias e figuras de uma mitologia própria morreu tão prematuramente como Leonilson. Também como Ismael Nery, com quem guarda certo parentesco, seja na visão metafísica e no “sensualismo profundo e essencialista”, ao qual se refere Mário Pedrosa, quando escreveu sobre o artista paraense: “As profundas preocupações religiosas de um ser absolutamente pagão como ele o faziam viver num permanente debate entre Deus e a criatura, entre o pecado e o viver”.

A permanência carioca nunca foi um fim para o artista que sonhava com Paris, Londres e Nova York. Os contatos com o Ceará eram breves, embora nutrisse grande amor à família e aos amigos artistas. Expôs pouco, inclusive na capital cearense. Em cartas aos pais, referia-se a vendas freqüentes de desenhos para colecionadores europeus, através de amigos comissários de bordo.

Apesar do agendamento de uma exposição na França, aludida algumas vezes e que não aconteceu, Marcus Francisco transferiu-se para Nova York em 1976, onde se sentiu melhor acolhido e com mais espaço no meio artístico. Expôs individualmente desenhos e pinturas numa galeria comercial e trabalhou como designer gráfico. Desse período, a família guarda o programa do espetáculo “Samovilli and Samodivi” (desenhado por ele), no qual atua como artista assistente da diretora de Konstantina Petkova.

Retorna a Fortaleza em outubro de 1978. Sua adaptação foi impossível. Pintar e desenhar não foram suficientes.

A exposição Marcus Francisco, a Aventura do Traço apresenta trabalhos conservados pela família, com ênfase no desenho, apresentados em técnicas e datas diversas. Destacando o risco e o ritmo claro e potente do artista, numa seleta de obras que evidenciam a força telúrica e mística que o distinguiu na geração da virada dos anos 1960/1970, numa Fortaleza que se modernizava e abria os salões para os seus jovens valores, chancelados pelos novos tempos e pelo pulso da pintora Heloisa Juaçaba.

As obras expostas ilustram a breve e marcante existência do autor. Verdadeiras páginas de um diário escrito no calor da hora sem hesitação, ou pausa, desenhado com a vibração e o requinte de um observador veloz.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Exposição Florestas Vivas

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, o Espaço Cultural do Shopping Plaza Sul vai abrigar a Exposição Florestas Vivas. Até o dia 23 de junho, os visitantes do empreendimento conhecerão os quadros da aquarelista Dircéa Mountfort, que evidencia em suas obras a Floresta Amazônica e Mata Atlântica.

Para esta exposição, a pintora Dircéa desenvolveu aquarelas hiper-realistas das florestas brasileiras, na expectativa de chamar a atenção para a necessidade de sua preservação.

A Mostra inicia um cronograma de exposições, no Espaço Cultural, de artistas que fazem parte do Projeto Identidade Artista, da Cia Arte Cultura, tendo como curadores Andrea Anholeto e Paco de Assis.

Colecionadora de prêmios conceituados, Dircéa Mountfort iniciou sua carreira artística em 1970. Nos anos 90, a artista participou de vários cursos no Paço das Artes, no Museu de Arte Contemporânea, mas só começou expor seus trabalhos em 1996. Durante as comemorações dos 450 de São Paulo, Dircéa foi convidada a participar da exposição “450 Malas”.



Florestas Vivas

Onde: Espaço Cultural do Shopping Plaza Sul

Horário: De segunda a sábado, das 10h às 22h. Aos domingos das 14h às 20h.
https://www.amazon.com.br/b/ref=as_li_ss_tl?ie=UTF8&node=17168019011&linkCode=ll2&tag=A19CP32JCSRLOQ&linkId=01fc9732c02565116e2c98be2526c454