sábado, 13 de maio de 2017

Curso abordará cuidados na piscicultura durante o Inverno

 

O curso "Piscicultura Básica: Cuidado no Inverno" será realizado em Pariquera-Açu, no dia 22 de junho, das 13h às 17h. O evento é promovido pelo Polo Regional Vale do Ribeira da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O principal objetivo é capacitar produtores rurais com as técnicas utilizadas no manejo durante o Inverno em viveiros escavados ou tanque-rede. Serão abordados temas como: qualidade da água, manejo alimentar e o decreto nº 62.243 sobre procedimentos legais para o licenciamento ambiental da aquicultura no Estado de São Paulo.

São 100 vagas disponíveis. Inscrições e mais informações pelo telefone (13) 3856-1656 e pelo e-mail iolanda@apta.sp.gov.br.

Programação

13h -  Inscrição

13h30 – Qualidade da Água e Manejo – Antônio Fernando Leonardo (Polo Regional Vale do Ribeira/Apta)

14h30 – Manejo Alimentar – Camila Fernandes Correa (Polo Regional Vale do Ribeira/Apta)

15h30 – Intervalo

16h – Decreto nº 62.243, de 1 de novembro de 2016: Dispõe sobre as regras e procedimentos para o licenciamento ambiental da aquicultura, no Estado de São Paulo – Antônio Fernando Leonardo (Polo Regional Vale do Ribeira/Apta)

16h30 – Mesa redonda

17h – Encerramento

Piscicultura Básica: Cuidado no Inverno

22 de junho, das 13h às 17h

Polo Regional Vale do Ribeira/Apta: Rodovia Regis Bittencourt, Km 460 – Pariquera-Açu

Por Vinicius Matheus

 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

UFSCar realiza a sua XIV Feira do Livro



Evento, entre os dias 9 e 11 de maio, contará com a participação de 23 editoras, no Campus São Carlos da Universidade
 
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza entre os dias 9 e 11 de maio a sua XIV Feira do Livro. Além da presença de editoras universitárias e comerciais oferecendo descontos de até 50%, a Feira também conta com uma programação cultural, que inclui oficinas e palestras. Todas as atividades são gratuitas.
Nesta edição, estarão presentes as editoras: 34, Aleph, Blucher, Boitempo, Carochinha, Cortez, Estação Liberdade, Expressão Popular, Girassol, Global, Grupo Companhia das Letras, Grupo Editorial Record, Junqueira & Marin, L&PM, Martin Claret, Rocco, UBU, Senac, Summus, Unesp, Vozes e Zahar, além da EdUFSCar.
Dentro da programação cultural, no dia 9/5, às 14 horas, no Auditório 1 da Biblioteca Comunitária (BCo), acontece a primeira parte da oficina literária "O conto segundo os escritores", ministrada por Wilson Alves-Bezerra, docente do Departamento de Letras (DL) da UFSCar. No mesmo dia, Rosana Pinheiro-Machado, docente visitante do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), ministra a palestra "Caos político: os desafios dos movimentos sociais e dos intelectuais na reconstrução do futuro", às 16h30, no Teatro Florestan Fernandes. 
No dia 10/5, são duas oficinas: "Desenhando letras: introdução ao lettering", com a arquiteta Juliana Ottaviani, às 14 horas; e "Encadernação criativa", com a artesã Fernanda San Juan, às 16 horas. No dia 11/5, último dia da Feira, às 14 horas, será realizada a segunda parte da oficina literária "O conto segundo os escritores". Essas oficinas também serão no Auditório 1 da BCo. E, finalizando a programação cultural, às 16 horas do dia 11/5, acontece a sessão de autógrafos do livro "Páginas latino-americanas", de autoria de Alves-Bezerra, na Livraria da EdUFSCar. 
A XIV Feira do Livro da UFSCar é aberta ao público e pode ser visitada das 9 às 20 horas, na área externa da BCo, localizada na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comercialedufscar@ufscar.br ou pelo telefone (16) 3351-8927.

UFSCar realiza a sua XIV Feira do Livro



Evento, entre os dias 9 e 11 de maio, contará com a participação de 23 editoras, no Campus São Carlos da Universidade
 
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza entre os dias 9 e 11 de maio a sua XIV Feira do Livro. Além da presença de editoras universitárias e comerciais oferecendo descontos de até 50%, a Feira também conta com uma programação cultural, que inclui oficinas e palestras. Todas as atividades são gratuitas.
Nesta edição, estarão presentes as editoras: 34, Aleph, Blucher, Boitempo, Carochinha, Cortez, Estação Liberdade, Expressão Popular, Girassol, Global, Grupo Companhia das Letras, Grupo Editorial Record, Junqueira & Marin, L&PM, Martin Claret, Rocco, UBU, Senac, Summus, Unesp, Vozes e Zahar, além da EdUFSCar.
Dentro da programação cultural, no dia 9/5, às 14 horas, no Auditório 1 da Biblioteca Comunitária (BCo), acontece a primeira parte da oficina literária "O conto segundo os escritores", ministrada por Wilson Alves-Bezerra, docente do Departamento de Letras (DL) da UFSCar. No mesmo dia, Rosana Pinheiro-Machado, docente visitante do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), ministra a palestra "Caos político: os desafios dos movimentos sociais e dos intelectuais na reconstrução do futuro", às 16h30, no Teatro Florestan Fernandes. 
No dia 10/5, são duas oficinas: "Desenhando letras: introdução ao lettering", com a arquiteta Juliana Ottaviani, às 14 horas; e "Encadernação criativa", com a artesã Fernanda San Juan, às 16 horas. No dia 11/5, último dia da Feira, às 14 horas, será realizada a segunda parte da oficina literária "O conto segundo os escritores". Essas oficinas também serão no Auditório 1 da BCo. E, finalizando a programação cultural, às 16 horas do dia 11/5, acontece a sessão de autógrafos do livro "Páginas latino-americanas", de autoria de Alves-Bezerra, na Livraria da EdUFSCar. 
A XIV Feira do Livro da UFSCar é aberta ao público e pode ser visitada das 9 às 20 horas, na área externa da BCo, localizada na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comercialedufscar@ufscar.br ou pelo telefone (16) 3351-8927.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Por uma história da arte: crítica, estética e política


O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc realiza, de 10 de maio a 28 de junho, um ciclo de palestras dedicado à análise da trajetória intelectual, conceitos e obras fundamentais de diferentes pensadores que se debruçaram sobre o universo da obra de arte. Por uma história da arte: crítica, estética e política tem por objetivo proporcionar a reflexão e debate sobre as distintas formulações teóricas e analíticas produzidas sobre o campo da história da arte.
 

Programação:


10/5 - Walter Benjamin e a crítica da modernidade
A palestra aborda o pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin a partir de suas ideias sobre a modernidade, a fim de explicitar como crítica de arte e crítica da modernidade, no seu caso, são inseparáveis.

 

Com Taisa Palhares, doutora em Filosofia pela USP e professora do IFCH Unicamp.

17/5 - Desdobramentos da antropologia das imagens.
A conferência realizada por Hans Belting em 1983 sobre o "fim da história da arte" propõe a polêmica tese de que a disciplina não trata de um objeto real, mas de uma narrativa construída a partir do século XVIII, que atinge o clímax na pretensão de universalidade do modernismo do século XX. Qual seria então o objeto por trás daquilo que chamamos de "arte"? Estas questões tornam-se centrais para o campo das artes e exigem explicações antropológicas buscadas por Belting que serão objetos de reflexão neste encontro.

 

Com José Bento Ferreira, doutorando em Estética e História da Arte pela USP.

24/5 - Rosalind Krauss: o redimensionamento da linguagem na arte contemporânea.
A palestra se concentrará sobre dois giros teóricos fundamentais de Rosalind Krauss para o debate da arte contemporânea, abordando a noção de índice, que a autora vai construindo ao observar o uso da fotografia na arte desde o começo do século XX, e trazendo à tona a profunda crítica feita por Krauss à predominância da noção de "meio" como paradigma central para se pensar a arte moderna.


Com Carlos Eduardo Riccioppo, crítico de arte e professor da USP.

31/5 - Aproximações entre arte e arquitetura moderna na obra de Giulio Carlo Argan.
Para além da abordagem sempre objetiva acerca de diversos aspectos da arte ocidental, Argan é um dos poucos autores que souberam apontar para a relação indissociável entre arte e arquitetura moderna, como elementos integrantes de uma espacialidade extensível, porém disciplinada pelo sentido ordenador do projeto.
Com Rodrigo Queiroz, professor livre-docente da FAU e MAC USP.

7/6 - Panofsky: erudição na busca do significado. 
Principal formulador do método iconológico, Erwin Panofsky é um dos autores mais discutidos pela historiografia da arte. Um de seus trabalhos de maior destaque foi "A perspectiva como forma simbólica". Esta obra e "O significado nas artes visuais", serão os objetos principais deste encontro.

 

Com Valeria Piccoli, doutora em Arquitetura e Urbanismo pela FAU USP. É curadora chefe da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

14/6 - Jacques Rancière: relações entre a política e a estética.
Partindo da trajetória intelectual do filósofo Jacques Rancière, o encontro busca compreender as articulações entre estética e política desenvolvidas dentro de seu pensamento. 


Com Thais Rivitti, crítica de arte, curadora e gestora cultural. Dirige o espaço de arte independente Ateliê397.

21/6 - O poder de Pigmalião: porque Arte e Ilusão, de Ernst Gombrich, é um livro fundamental.
Ernst Gombrich é um dos mais populares historiadores da arte no Brasil. Seu manual A História da Arte é o único livro de história geral da arte publicado no Brasil a contar com uma edição de bolso. Um dos seus livros fundamentais, Arte e Ilusão, teve impacto para os desdobramentos da história da arte como uma ciência da imagem. No atual contexto em que a imagem e seu poder de ilusão voltam ao centro dos debates artísticos, seu livro se reinveste de atualidade, o que será objeto de discussão neste encontro.


Com Rodrigo Andrade, artista plástico, integrou o grupo Casa 7 e participou da 29ª Bienal em 2010.

28/6 - Aby Warburg e a história da arte atual.
Aby Warburg foi um dos principais pensadores do século passado. O teórico de grande erudição traçava o caminho percorrido por fontes visuais da antiguidade pagã até a obra de artistas como Botticelli e Dürer. A palestra levanta as razões para o interesse renovado em sua obra.

 

Com Fernanda Pitta, doutora em Artes Visuais pela ECA-USP. É curadora na Pinacoteca de São Paulo e professora da Escola da Cidade.



 

 

Por uma história da arte: crítica, estética e política
De 10 de maio a 28 de junho de 2017, quartas, das 19h às 21h.
Recomendação etária: 16 anos. Número de vagas: 30.

R$ 60,00 (inteira); R$ 30,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública);  R$ 18,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação com no mínimo dois dias de antecedência da atividade através do e-mail centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br.

Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo.

 

Centro de Pesquisa e Formação do Sesc

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar.

Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 22h. Sábados, das 9h30 18h30.

Tel: 3254-5600

A influência da Revolução Russa na trajetória de um metalúrgico negro

 
Conferência CEDEM - 10/05/2017 – 4º feira – 18h30

 

O brasilianista John French, da Duke University (EUA), resgatará questões sociais e políticas do país surgidas durante o século XX, a partir do itinerário do metalúrgico Eloy Martins (1911-2005), neto de escravos africanos, nascido no Estado do Rio Grande do Sul. Desde cedo Martins identificou-se com o movimento revolucionário brasileiro, cujo impulso foi muito influenciado pela Revolução Russa de 1917. Em 1928 ingressou no Bloco Operário e Camponês (BOC) e, em 1933, no Partido Comunista do Brasil (PCB).

Martins militou entre os operários do Sul. Atravessou as ditaduras do Estado Novo (1937 – 1945) e a Militar (1964 – 1985). Viveu na clandestinidade. Foi preso em 1971, em São Paulo, na região do ABC, aos 60 anos de idade. Foi torturado e permaneceu encarcerado até 1973. “Sua vida ilumina a influência exercida pela Revolução Russa nos movimentos de esquerda do Brasil”, assinala French, que considera o evento de 1917 um ícone da modernidade global do qual se originou o mais ambicioso movimento político internacional.

Conferencista:
Prof. Dr. John French –
Professor do Departamento de História da Duke University (EUA). Historiador da América Latina contemporânea, especializado em Brasil. Em 2004 publicou a obra Drowning in Laws: Labor Law and Brazilian Political Culture, na qual examina as origens da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e o papel que desempenhou na formação cultural e política da classe trabalhadora brasileira. Ultimamente vem realizando estudos, inclusive no CEDEM, para a elaboração do livro A astúcia política de Lula: do sindicalismo à presidência no Brasil. O trabalho ocorre no âmbito de um projeto de pesquisa internacional, co-organizado por French, sobre a possibilidade de aprofundar a democracia e combater as desigualdades. < span style="color:black;background:white"> 

Apresentação:
Profa. Dra. Sonia Troitiño – Coordenadora do CEDEM. É professora da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, Câmpus de Marília.

Debate Cedem
A influência da Revolução Russa na trajetória de um metalúrgico negro
Data e horário: 10/05/2017, 4ª feira às 18h30;
Local: Praça da Sé, 108 – 1º andar (metrô Sé);
Informações: (11) 3116–1701
Inscrições gratuitas: http://www.cedem.unesp.br/#!/evento1
E-mail: 
eventos@cedem.unesp.br
www.cedem.unesp.br

https://www.facebook.com/Cedem_unesp_oficial-718842781598083

*Certificado de participação será retirado no dia do evento

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Pesquisas da UFSCar avaliam as condições dos mananciais que fornecem água para São Carlos e região

Ribeirão Feijão tem parte de suas nascentes em São Carlos. Foto: Escola da Floresta (reprodução)
 

Estudos apontam que uso inadequado dos mananciais pode comprometer o fornecimento de água no futuro

Desde 1993, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Internacional de Ecologia (IIE) desenvolvem estudos relacionados aos mananciais de água que abastecem São Carlos e municípios vizinhos. Por exemplo, há pesquisas cujo o objetivo é a preservação dos recursos hídricos do principal manancial de São Carlos e da região que são as bacias do Ribeirão Feijão e Itaqueri (Broa). Uma parcela dessas pesquisas são conduzidas por Francisco Antonio Dupas, docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCam) da UFSCar e da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais.

De acordo com o pesquisador, historicamente, o homem sempre se fixou perto de fontes de água por questões estratégicas de uso desse recurso natural. No entanto, esses recursos são finitos e recebem até hoje todo o tipo de esgotamento sanitário urbano e da agricultura, além de sofrer com o desmatamento das regiões ribeirinhas e matas ciliares. "Tudo o que lançamos no solo e na superfície dos rios também contamina as águas subterrâneas de aquíferos de onde o homem já extrai muita água. Só que essa água, além de já estar parcialmente contaminada, está em processo de drástica redução de nível, ou seja, está sendo usada em excesso", afirma o docente. Para Dupas, a reserva subterrânea de água tem que ser poupada para situações emergenciais e o uso dos maiores volumes deveria ser da água superficial que é mais abundante e de mais fácil reposição.

A bacia hidrográfica do Ribeirão Feijão tem parte de suas nascentes em São Carlos, possui 230 km² e integra a bacia do rio Jacaré-Guaçu. Regionalmente, o Ribeirão também contempla os municípios de Analândia, Brotas e Itirapina, locais onde seu uso não é apenas como manancial, mas também para o lazer. A produção de água para São Carlos conta com a participação desses municípios e, neste contexto, tem destaque o Rio Itaqueri (Broa) que é um potencial fornecedor. A cidade também utiliza água do Rio Monjolinho, mas Dupas faz um alerta importante: "São Carlos praticamente já urbanizou o Monjolinho e logo ele não estará mais apto para o abastecimento devido à qualidade da água que será muito ruim".  

O pesquisador da UFSCar afirma que, estrategicamente, o Ribeirão Feijão tem muita importância local pela disponibilidade de água de superfície e como zona de recarga (região por onde um aquífero é recarregado ou recebe a infiltração da água de superfície). "No entanto, apesar de leis claras que favorecem a manutenção da qualidade e da quantidade de água do Ribeirão Feijão, persiste um embate entre interesses econômicos que ampliam a sua degradação, resultando na tentativa de reduzir parâmetros ambientais que garantem a disponibilidade de água atual e para o futuro", destaca o docente. Dupas explica que, assim como os rios urbanos de São Carlos, o Feijão está caminhando para a degradação e, que sem ele, o fornecimento de água ficará comprometido. "Sem o Feijão, as opções de água na região estarão restritas ao aquífero subterrâneo que tem um tempo de vida limitado devido ao rebaixamento, como pode ser constatado em poços mais antigos da cidade. A situação a curto prazo ainda é confortável, mas a longo prazo não é. Devemos pensar a longo prazo preservando o que temos de bom e barato, deixando a reserva de água subterrânea para o futuro", defende o pesquisador. 

Ele acredita que o Poder Executivo municipal deve se valer de informações e dados científicos para tomar decisões que permitam o crescimento da cidade, mas garantam a qualidade e quantidade de água para o fornecimento do município. "Implantar loteamentos e indústrias em áreas de recarga do aquífero e de água superficial, por exemplo, contamina a própria água necessária para o consumo dessa população. A contaminação superficial e subterrânea eleva em até 300 vezes os gastos para o tratamento da água, sem a garantia da qualidade em relação à presença de hormônios, metais pesados e agroquímicos", garante o docente, acrescentando que é preciso informar a população sobre os reais problemas de conservação e uso da água do Ribeirão Feijão, a fim de conscientizá-la para ações de preservação desse importante manancial de São Carlos e região. 

As conquistas de maior destaque durante esses anos de pesquisa em prol da preservação dos recursos hídricos locais foram a inclusão do Ribeirão Feijão e do Monjolinho como mananciais urbanos no Plano Diretor de São Carlos em 2005, a legislação das Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais (Aprem) do Município; e na revisão do Plano Diretor de São Carlos, realizada em 2016, os rios foram mantidos como áreas de proteção. Os estudos que amparam essas decisões foram realizados com recursos financeiros da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

De acordo com o pesquisador, a proposta agora é implantar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e o Pagamento por Serviços Ecossistêmicos (PSE) - que consistem na transferência de recursos (monetários ou outros) a quem ajuda a manter a preservação ambiental. "Fizemos estudos em todas as camadas sociais e bairros da cidade e verificamos que a população urbana está disposta a contribuir com a recuperação do manancial. Estamos propondo que essa contribuição seja feita por meio da conta de água e esse dinheiro será repassado, via Saae [Serviço Autônomo de Água e Esgoto São Carlos], aos proprietários das terras diretamente ou ao Comitê de Bacias. Assim, o proprietário de terras passa a receber para proteger e recuperar a bacia hidrográfica, promovendo atividades de baixo impacto ambiental", detalha o professor.

Dupas afirma que já está em fase final a elaboração de um projeto de lei para viabilizar a implantação do PSA. Em relação à pesquisa, "os nossos próximos passos são definir os valores financeiros para cada proprietário que venha  a participar do projeto de recuperação via PSA, e a construção de um projeto piloto, junto com o Comitê de Bacias, para a recuperação de áreas degradadas em propriedades particulares", aponta Francisco Dupas. "Nosso grande desafio é enfrentar um problema que se estende por todo o País, que é o descaso com o planejamento das cidades, privilegiando o interesse econômico por meio da especulação imobiliária. Apesar dos problemas enfrentados, acredito e sou otimista que a comunidade será esclarecida da importância do Ribeirão Feijão e que os poderes executivos de São Carlos e região farão o melhor para a população, pensando, principalmente, no futuro das nossas próximas gerações", conclui o docente.

terça-feira, 4 de abril de 2017

UFSCar capacita profissionais na área de Sociologia da Infância

 
Inscrições em curso de especialização vão até 10 de abril

Pesquisadores estudam crianças como produtores de conhecimento. Foto: FAI.UFSCar

Durante muitos anos, as crianças foram vistas como incapazes de influenciar a sociedade a partir do seu modo de agir. Apenas a situação inversa, ou seja, a sociedade influenciando a infância, era levada em conta. Hoje em dia, essa análise mudou e a Sociologia da Infância é o campo da ciência que avança cada vez mais na busca pela compreensão do mundo pela perspectiva da criança. Neste sentido, pesquisadores têm estudado as crianças como produtoras de conhecimento.

Porém, apesar de vários cientistas brasileiros já atuarem nessa área, há uma única pós-graduação que subsidia a formação inicial, continuada e específica de profissionais da Sociologia, da Educação e da Saúde neste sentido. Trata-se do curso de especialização em Sociologia da Infância oferecido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), instituição na qual este campo do conhecimento se consolidou no Brasil.

"Conseguimos produzir algo inédito e estamos começando a dizer quem são as crianças brasileiras e do mundo", relata a professora Anete Abramowicz, do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) da UFSCar e coordenadora do curso. "É um conhecimento que parece simples, mas não é. Sabe-se muito pouco sobre as crianças do ponto de vista delas. Precisamos formar profissionais que tenham capacidade teórica e metodológica para ouvir as crianças e fazer com que essas falas possam ecoar na sociedade", defende a especialista.

O curso aborda a maneira pela qual as crianças do século XXI se relacionam e brincam com as novas tecnologias produzidas pela indústria do entretenimento, ao mesmo tempo em que trabalha temas clássicos, como mortalidade e trabalho infantil. A questão racial na infância também é tratada com base em indicadores sociais, buscando responder a perguntas como o que é ser negro no Brasil e como as crianças são subjetivadas a partir de sua raça.

As crianças indígenas, o estudo de bebês, a história da infância, corpo e sexualidade também compõem a grade curricular da especialização, que tem uma carga horária total de 360 horas. As aulas ocorrem quinzenalmente, aos sábados, com docentes da própria UFSCar, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O curso de especialização em Sociologia da Infância da UFSCar recebe inscrições para sua segunda turma até o dia 10 de abril, por meio do site www.socioinfancia2017.faiufscar.com. Profissionais de qualquer área podem participar desde que já sejam graduados. A gestão administrativa e financeira do curso é da FAI.UFSCar (Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Universidade Federal de São Carlos).
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