segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Circuito de Fogo: Performance de Dança sai das ruas e chega aos quilombos brasileiros

 


Espetáculo é apresentado em 05 comunidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste

 

Um homem negro, “devidamente trajado”, monta seu tabuleiro de baiana, bate a massa do acarajé e frita os bolinhos, oferecendo, junto à comida, suas histórias, sua dança, seus afetos. Essa é a performance do artista baiano Fábio Osório Monteiro, intitulada Bola de Fogo, que percorre quilombos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Entre os dias 15 e 19 de outubro, o espetáculo de dança chega ao Quilombo João Borges Vieira, localizado no município de Uruaçu, em Goiás.
 

Enquanto cozinha, Fábio compartilha com a plateia uma narrativa rica que mescla mitos e itãs de origem africana com episódios de sua própria vida. Para ele, o projeto “Circuito de Fogo - Das Ruas aos Quilombos”, vai além da performance e da gastronomia, unindo arte e ancestralidade Brasil afora. “Com o Circuito de Fogo, não só a performance, mas toda a equipe, mergulha num processo de aquilombamento. Nesta circulação, percebemos que as camadas sociopolíticas que atravessam Bola de Fogo, ganham materialidade a cada comunidade quilombola visitada”, afirma Fábio Osório Monteiro, performer e coordenador geral do projeto.
 

Uma das cinco comunidades tradicionais que recebem o projeto Circuito de Fogo, o Quilombo João Borges Vieira tem hoje mais de 700 famílias. Para Raiane Gouveia, liderança quilombo, a realização do projeto traz o fortalecimento para além da identidade cultural. "Acredito que o projeto pode promover diversidade cultural, intercâmbio de experiências e desenvolvimento socioeconômico para nossa comunidade. Traz um resgate histórico de grupos marginalizados e a reafirmação da pluralidade dos quilombos brasileiros".


 

Das Ruas aos Quilombos

Quando foi criado em 2017, Bola de Fogo era um espetáculo de dança encenado em largos e praças por um homem negro, gay, nordestino, candomblecista e artista, vestido de baiana de acarajé, Patrimônio Imaterial do Brasil. Durante esse processo, Fábio Osório Monteiro, o artista, e o seu público interagem e comem o acarajé feito durante a apresentação.
 

Em cena, Fábio partilha do espaço com a performance em libras guiada por Cíntia Santos. As Libras, em Bola de Fogo, não são utilizadas apenas como tradução do português para a inclusão da população surda. Mas, transforma a oralidade, meio pelo qual a cultura afro-brasileira e as religiões de matrizes africanas se perpetuou ao longo do tempo, em dança, em movimento que através dos sinais já trazem significados em si.
 

Além da apresentação da performance, o Circuito de Fogo também realiza atividades nos quilombos, relacionadas à ativismo quilombola, cartografia social, eco-cultivo e sustentabilidade, com troca de saberes e experiências entre a equipe do projeto e os fazedores e fazedoras locais de cultura. Rejane Rodrigues, liderança do Quilombo Quingoma (BA), faz parte da equipe do Circuito de Fogo e é quem também articula as atividades, onde cada uma é pensada junto com a comunidade. “Por meio da educação popular e da pedagogia quilombola, buscamos fomentar ferramentas que fortaleçam esse movimento ancestral, promovendo autonomia, consciência crítica e valorização dos saberes locais.”
 

O espetáculo Bola de Fogo foi apresentado em diferentes espaços da cidade de Avignon (França), em oito apresentações, integrando a 59ª edição do Festival Off Avignon, no contexto do Ano Cultural Brasil-França, em julho deste ano. Logo após, a performance passou a integrar o Circuito de Fogo – Das Ruas aos Quilombos, quando iniciou suas atividades no Quilombo do Rosário, no município de Salvaterra, na região do Marajó, no estado do Pará, entre os dias 29/07 a 03/08. A comunidade foi reconhecida como remanescente de quilombo no ano passado pelo INCRA e conta com 80 famílias.
 

“Para nós, enquanto coletivo, foi uma experiência riquíssima. Nós estamos lutando a quase 20 anos e quando vem pessoas de fora, que entendem a nossa luta, é de grande relevância para o nosso território. A gente entende a importância de valorizar a nossa cultura, a nossa identidade. Enquanto quilombola, eu fico muito feliz com a vinda de Bola de Fogo para o nosso território, porque a mensagem que fica é que nós podemos, sim, continuar o nosso trabalho sem ter medo da repressão e, sim, dizer para a mídia, pro mundo, que nós somos pessoas e merecemos ser respeitadas”, destaca Elieide Sousa, liderança quilombola do Quilombo do Rosário.
 

Após as apresentações no Quilombo João Borges Vieira, em Goiás, o projeto Circuito de Fogo segue para a Comunidade Ribeirinha da Boa Esperança, no Piauí, nos dias 29/10 a 02/11; para o Quilombo Muquém Serra da Barriga, em Alagoas, nos dias 12 a 16/11; encerrando no Quilombo Quingoma, na Bahia, nos dias 10 a 14/12.
 

O Circuito de Fogo – Das Ruas aos Quilombos é realizado pela ULTIMA Plataforma e Zóio de Jabuticaba, com direção geral e performance de Fábio Osório Monteiro, direção de produção de Gabriel Pedreira, mediação quilombola feita pela liderança Rejane Rodrigues (Quilombo Quingoma).
 

“Circuito de Fogo – Das Ruas aos Quilombos” integra a programação do Circuito Funarte de Dança Klauss Vianna 2023, parte do Programa Funarte de Difusão Nacional, promovido pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC).


Fórum DiversaMente, idealizado pela Autistas Brasil, leva ao Museu do Ipiranga o debate global sobre neurodiversidade com protagonismo brasileiro



 O Museu do Ipiranga recebe o Fórum DiversaMente – Neurodiversidade, Justiça Cognitiva e Democracia, idealizado e realizado pela Autistas Brasil. Gratuito, acessível e transdisciplinar, o encontro reúne especialistas, pesquisadores, organizações da sociedade civil e movimentos sociais para discutir caminhos concretos de inclusão e participação social das pessoas neurodivergentes no Brasil.


Mais do que um evento acadêmico, o Fórum afirma a neurodiversidade como valor público, eixo de inovação e pilar democrático. A proposta parte de um princípio simples e urgente: não há democracia plena quando apenas um tipo de conhecimento define a realidade. Por isso, o DiversaMente coloca em diálogo saberes acadêmicos, comunitários e experiências vividas, com protagonismo de lideranças brasileiras — pessoas que falam a partir de suas vivências como sujeitos políticos, e não apenas de diagnósticos.
 

Entre as presenças internacionais, destaca-se Lawrence Fung (Stanford University), médico psiquiatra e referência mundial no tema, diretor-fundador do Stanford Neurodiversity Project, a principal iniciativa de inclusão universitária dos EUA. O filósofo Francisco Ortega, um dos pensadores mais influentes sobre neurodiversidade e saúde, também integra o encontro, ampliando o diálogo com uma crítica de alcance global e profundo impacto no campo.
 

O Fórum será igualmente um marco institucional: acontece o lançamento da Federação Brasileira de Neurodiversidade, sinalizando um novo patamar de organização social, incidência pública e crítica democrática no país.
 

Entre os nomes confirmados, está também a Ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia, que participa do Fórum com a palestra “A dignidade humana e o dever de solidariedade”, cujo subtítulo propõe uma reflexão sobre “O reconhecimento das diferenças e a inclusão como caminhos de efetividade dos direitos fundamentais.” A presença da Ministra reforça a centralidade do debate sobre direitos, justiça e democracia na construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva.
 

“O DiversaMente é mais do que um encontro: é um gesto político e epistemológico. Ao reunir vozes plurais no Museu do Ipiranga, o Fórum afirma que a democracia só se realiza quando reconhece a diversidade de modos de pensar, viver e conhecer. A importância do evento não está apenas nos nomes presentes, mas no princípio que o sustenta: a neurodiversidade como valor público, condição de inovação e fundamento de uma sociedade justa. É nesse movimento que o Brasil se coloca como sujeito político de um debate global.”
— Guilherme de Almeida, presidente da Autistas Brasil

Justiça Cognitiva e Epistemologias do Sul: o que está em jogo

Um dos pontos altos do Fórum é a mesa “Justiça Cognitiva e Epistemologias do Sul”, que aborda uma das disputas mais urgentes do nosso tempo: quais vozes e saberes são reconhecidos como legítimos. A noção de justiça cognitiva evidencia que garantir direitos formais não basta quando a vida é regulada por um único modelo de conhecimento — frequentemente eurocêntrico e biomédico. A mesa propõe romper essa hegemonia, valorizar a pluralidade de saberes e reconhecer conhecimentos situados (comunitários, indígenas, negros, periféricos, feministas, neurodivergentes) como condição para a democracia. O objetivo é claro: mostrar que pluralidade epistemológica não é detalhe acadêmico, mas critério de inclusão efetiva, especialmente para grupos historicamente marginalizados — entre eles, pessoas neurodiversas.
 

Importância do Fórum

  • Impacto social imediato: articula redes, políticas e práticas de inclusão, do ensino básico à universidade e ao trabalho.

     
  • Inovação e futuro: evidencia como potencialidades neurodivergentes impulsionam criatividade, ciência e soluções públicas.

     
  • Protagonismo brasileiro: organiza um campo plural que tem o Brasil como sujeito político, e não apenas receptor de modelos externos.

     

“O Fórum DiversaMente é um chamado ao Brasil e ao mundo. É um espaço em que a ciência se encontra com a experiência vivida, em que a democracia se mede pela pluralidade de vozes que consegue acolher e ouvir. Evento não se limita a uma conferência: é a afirmação de que a diferença é princípio constitutivo da vida social e fundamento da democracia. Aqui, a neurodiversidade se afirma como valor público, critério de justiça e horizonte de futuro.”
— Juliana Izar Soares da Fonseca Segalla, presidente do Conselho Científico do Fórum


Serviço

Data: 20 de outubro de 2025
Local: Museu do Ipiranga — Rua dos Patriotas, 100, Ipiranga, São Paulo/SP
Horário: 8h às 19h
Entrada: gratuita, mediante credenciamento


Programação

08h00 — Credenciamento e acolhimento
Recepção dos participantes, orientações iniciais, entrega de materiais e encaminhamento aos espaços do evento.

09h00 — Fala institucional de abertura — Profª. Dra. Juliana Izar da Fonseca Segalla (Universidade de Coimbra)
Abertura enfatizando neurodiversidade, justiça cognitiva e valorização da diferença como fundamentos de uma sociedade plural e inclusiva.

09h15 — Justiça Cognitiva: Epistemologias do Sul, diferença e o direito de ser — Profª. Dra. Ana Katia Alves dos Santos (UFBA) | Prof. Guilherme de Almeida (UNICAMP; Presidente da Autistas Brasil)
Debate sobre justiça cognitiva a partir das Epistemologias do Sul, ressaltando a diferença como valor constitutivo e o direito de ser como fundamento ético-político — mesa que aprofunda a disputa por legitimidade de saberes e propõe romper a hegemonia eurocêntrica e biomédica nas políticas de saúde e educação.

10h30 — Lançamento da Federação Brasileira de Neurodiversidade — Pres. Silvano Furtado da Costa e Silva
Apresentação da Federação e seus objetivos de articulação nacional para promoção de direitos e inclusão.

12h00 — Intervalo para almoço + visitação exclusiva ao Museu do Ipiranga
Pausa para almoço e visita aos espaços expositivos do Museu, favorecendo intercâmbio entre participantes.

14h00 — Neurodiversidade em Primeira Pessoa: para além do diagnóstico — com a participação de pessoas neurodivergentes
Diálogo sobre experiências e saberes que ultrapassam a dimensão diagnóstica, afirmando a neurodiversidade como identidade, potência e forma legítima de existência.

16h00 — Neurodiversidade no Entre-Lugar: sentidos em disputa e horizontes de inclusão — Prof. Dr. Francisco Ortega
Análise crítica da neurodiversidade como campo de disputas conceituais e práticas; proposição de horizontes para sociedades mais justas e inclusivas.

17h15 — A dignidade humana e o dever de solidariedade — Ministra Cármen Lúcia (Supremo Tribunal Federal)
Palestra que traz como subtítulo “O reconhecimento das diferenças e a inclusão como caminhos de efetividade dos direitos fundamentais”, propondo um olhar constitucional e democrático sobre a neurodiversidade e o papel do Estado na garantia dos direitos das minorias cognitivas.

18h15 — Potencialidades neurodivergentes e a construção de futuros possíveis — Prof. Dr. Lawrence Fung (Stanford University)
Como potencialidades neurodivergentes impulsionam inovação, inclusão e construção de futuros sustentados na diversidade cognitiva e social.

18h30 — Coquetel e apresentação artística
Confraternização com coquetel de Murilo Selva e performance da companhia ZU-UK.
 

CLIMA DE ROMANCE – Amor, autismo e aquecimento global

A companhia anglo-brasileira ZU-UK, reconhecida internacionalmente por sua criação em intersecções entre arte, deficiência, tecnologias interativas e teatro imersivo, apresenta a experiência singular “Encontro Romântico Binaural”. Exibido em países como Reino Unido, Macau, Colômbia, Brasil e Grécia, o espetáculo chega ao Fórum DiversaMente em uma versão inédita, incorporando como eixo temático as mudanças climáticas.
Com foco especial no público adulto no espectro do autismo, a performance propõe uma reflexão crítica sobre afeto, subjetividade e autoconhecimento em tempos de urgência planetária.


Destaques

  • Ministra Cármen Lúcia (STF): ministra do Supremo Tribunal Federal e referência na defesa da Constituição e dos direitos fundamentais. Sua palestra integra o Fórum com tema inédito, reforçando o papel da justiça na promoção da inclusão e da dignidade humana.

     
  • Prof. Dr. Lawrence Fung (Stanford University): referência mundial sobre neurodiversidade e diretor do Stanford Neurodiversity Project; atuação também atravessada por sua experiência como pai de um jovem autista.

     
  • Prof. Dr. Francisco Ortega: filósofo de renome internacional, um dos mais influentes pensadores contemporâneos sobre neurodiversidade; coautor de Being Brains: Making the Cerebral Subject (Princeton, 2017).

     
  • Profª. Dra. Juliana Izar da Fonseca Segalla (Universidade de Coimbra / UENP): mulher autista e surda; pesquisadora em Democracia e Direitos Humanos; vice-presidente da Autistas Brasil; integrante do Comitê da Pessoa com Deficiência no âmbito Judicial do CNJ.

FGV sedia Encontro Regional Sudeste da ABHO e celebra 50 anos do Programa de História Oral do CPDOC


 

A Fundação Getulio Vargas (FGV), sediará, nos dias 14 e 15 de outubro, um dos mais relevantes eventos acadêmicos sobre memória, narrativa e oralidade no Brasil: o Encontro Regional Sudeste da Associação Brasileira de História Oral (ABHO). Realizado bianualmente pela Diretoria Regional Sudeste da ABHO, o encontro deste ano ocorre em parceria com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV), integrando também as comemorações dos 50 anos do Programa de História Oral do CPDOC, criado em 1975.
 

Com o tema “História Oral entre Lusofonias, Africanidades e Diásporas”, o evento reunirá pesquisadores, ativistas, educadores, artistas e coletivos de diversas regiões do Brasil e do exterior, em uma programação que inclui mesas-redondas, conferência, simpósios temáticos, fóruns, mostra audiovisual, lançamentos de livros, feira de empreendedoras e atividades culturais.
 

A abertura institucional contará com a presença de Celso Castro (diretor do FGV CPDOC), Ricardo Santhiago (UNIFESP, Presidente da ABHO), Vivian Fonseca (FGV CPDOC e UERJ, diretora Regional Sudeste da ABHO), Lucas Padilha (secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro), Nayla Oliveira (MUHCAB) e Sílvia Finguerut (FGV Conhecimento).
 

Entre os convidados confirmados para os debates e mesas temáticas, destacam-se nomes como Belchior Canivete, do Instituto ARPAC de Moçambique; Maria Fernanda Rollo, da Universidade Nova de Lisboa; e Mariléa de Almeida, da Universidade de Brasília, que discutirão experiências lusófonas em história oral. A conferência de abertura será ministrada por Leda Maria Martins, referência nos estudos sobre memória, performance e cultura afro-brasileira.
 

Outros destaques da programação incluem a participação do antropólogo e cineasta Emílio Domingos, de Deyvesson Gusmão, do Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN, e da professora Lívia Monteiro, da UNIFAL, que debaterão as relações entre africanidades, artes e patrimônio. A mesa sobre culturas populares e diásporas africanas contará com a presença de Maurício Barros de Castro (UERJ), além de outros convidados a serem confirmados.
 

O evento também será marcado por uma homenagem especial às professoras Aspásia Camargo e Ismênia Martins, que participaram da formação inicial do Programa de História Oral da FGV, com presença da professora Marieta de Moraes Ferreira (FGV/UFRJ), consolidando um momento de memória institucional e reconhecimento.
 

A programação se encerra, no dia 16, com atividades no MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, incluindo fóruns, visitas guiadas, feira de mulheres empreendedoras, mostra de culinária afro-brasileira e apresentações culturais, como o grupo Olodum Rio e uma roda de samba.
 

A realização do encontro na FGV reafirma o protagonismo da instituição na produção e preservação da memória histórica, além de fortalecer os vínculos entre pesquisa acadêmica, educação e participação social. A parceria com a ABHO e demais instituições culturais também ressalta o compromisso coletivo com o aprofundamento das discussões sobre memória, oralidade e justiça social.
 

Serviço
Evento: Encontro Regional Sudeste da ABHO + 50 anos do Programa de História Oral do CPDOC
Data: 14 a 16 de outubro de 2025
Locais: Fundação Getulio Vargas (dias 14 e 15) e MUHCAB (dia 16), Rio de Janeiro
Realização: ABHO – Diretoria Regional Sudeste e CPDOC/FGV
Mais informações: Link 

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Na semana da criança, o Theatro Municipal de São Paulo abre as portas para o conto de fadas com a ópera João e Maria

 


O Theatro Municipal de São Paulo, em correalização com a Híbrida Arte e Cultura, apresenta João e Maria, clássico conto de fadas dos Irmãos Grimm cheio de encantos para o público jovem, uma ópera de Engelbert Humperdinck com libreto de Adelheid Wette. A ópera conta com uma rica estrutura musical inspirada em canções folclóricas, além da participação da Orquestra Experimental de Repertório, do Coro Jovem da Escola Municipal de Música de São Paulo e do Coro Infantojuvenil da Escola Municipal de Música de São Paulo.

 

As apresentações acontecem, na Sala de Espetáculos, nos dias 10, sexta-feira, às 20h, no fim de semana conta com quatro sessões, no dia 11, sábado, e 12, domingo, às 11h e 17h. Os ingressos avulsos custam de R$11 a R$92. Diretamente na bilheteria, os ingressos família para dois adultos e duas crianças têm 15% de desconto e os ingressos família para um adulto e duas crianças têm 10% de desconto. A classificação é livre e a duração é de 70 minutos, sem intervalo.

 

“O eixo da encenação foi deixar a fábula atemporal, pois a busca por autonomia e sobrevivência acompanha a vida das crianças desde sempre e para sempre. Queremos oferecer ao público uma experiência de ópera que seja direta e envolvente. Grande parte da plateia vai entrar em contato com a ópera pela primeira vez. Para nós, da equipe, o objetivo maior é mostrar o poder do canto de um cantor, criar uma atmosfera mágico-musical que acolha e emocione” diz a diretora.

 

A montagem é realizada em parceria com a Híbrida Arte e Cultura, e promove uma criação sustentável e a diminuição de resíduos, a construção do cenário tem utilizado materiais de produções anteriores que estão disponíveis no acervo Central Técnica de Produções Chico Giacchieri.
 

Esse cenário nasce da memória de tantas outras histórias já contadas naquele palco. Madeiras, tecidos e objetos que um dia habitaram outras óperas e balés retornam agora transformados, carregando em si as marcas de um passado que se renova. Esse reaproveitamento não é apenas um gesto de sustentabilidade e consciência ambiental, é também uma escolha estética e simbólica, que aproxima gerações de artistas e celebra a continuidade da vida do teatro.

 

Na equipe de criação estão Muriel Matalon na direção geral e Wagner Polistchuk e Leonardo Labrada na direção musical. Com correalização da Híbrida Arte e Cultura, produção de Mariana Mantovani (Híbrida Arte e Cultura)Marco Lima com direção de arte e cenografia, figurinos por Fábio Namatame, desenho de luz de Wagner Pinto, mídias visuais e legendas de Vic Von Poser, design gráfico e animações de Ciro Girard, versão para português e dramaturgia de Mariana Elisabetsky, direção de movimento de Danilo Barbieri, visagismo de Tatiana Polistchuk, assistente de direção cênica de Piero Schlochauer. Com narração de Carol Badra, o elenco tem nomes como Denise de Freitas (João), Maria Carla Pino Cury (Maria), David Marcondes (Pai), Keila de Moraes (Mãe), Edineia Oliveira (Bruxa) e a Débora Neves (Guardiã do sono).

 

O libreto de Adelheide Wette suaviza o tom sombrio da história original, trazendo uma atmosfera mais leve e encantadora, sem perder sua essência. A diretora entende que contar histórias é algo primordial para a natureza humana. “Desde pequenos e ao longo da vida somos fascinados por narrativas que nos ensinam, nos transportam e nos emocionam. A ópera é uma história cantada e é também a primeira vez que muitas crianças terão contato, e por isso buscamos tornar o espetáculo acessível, direto e emocionante.”

 

Serviço
 

JOÃO E MARIA (HÄNSEL UND GRETEL)

Ópera em três atos de Engelbert Humperdinck com libreto de Adelheid Wette (70’)
 

ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO

CORO JOVEM DA ESCOLA MUNICIPAL DE MÚSICA DE SÃO PAULO

CORO INFANTOJUVENIL DA ESCOLA MUNICIPAL DE MÚSICA DE SÃO PAULO

 

10/10, sexta-feira, às 20h

11/10 sábado, às 11h

11/10, sábado, às 17h

12/10, domingo, às 11h

12/10, domingo, às 17h
 

Sala de Espetáculos - Theatro Municipal de São Paulo

 

Ingressos avulsos de R$11 a R$92
 

Classificação livre para todos os públicos – Sem conteúdos potencialmente prejudiciais para qualquer faixa etária

Duração total: Aproximadamente 70 minutos (sem intervalo)

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

O RASTRO DA MÚSICA, DA MEMÓRIA E DA RESISTÊNCIA, CONFIRA QUATRO FILMES QUE ESTREIAM

 

EM OUTUBRO NO SESCTV

De Vicente Celestino a Pepe Mujica, de sanfoneiros do sertão às vozes da Amazônia, a programação reúne histórias que entrelaçam cultura, política e meio ambiente
 

Morto em maio de 2025, o ex-Presidente do Uruguai José Mujica é tema do documentário “Os Sonhos de Pepe”, de Pablo Trobo, com estreia em 18/10, no SescTV. Foto: Divulgação.


 

Entre a memória de um instrumento, a permanência de um clássico, as reflexões de um estadista e a denúncia de uma tragédia recente, a programação de outubro do SescTV abre espaço para quatro filmes que atravessam tempos e territórios distintos, mas que compartilham um mesmo gesto: olhar o presente com atenção e coragem.
 

No dia 17/10, a tela se abre para o documentário “No Rastro do Pé de Bode” (2023), de Marcelo Rebelo, um road movie pelo sertão baiano guiado pelo músico Rato Branco em sua busca pelos mestres da sanfona de oito baixos. O instrumento, imortalizado por Januário, pai de Luiz Gonzaga, resiste hoje em poucos tocadores, que entre lembranças, histórias de estrada e melodias de madeira nordestina, revelam a força de uma tradição ameaçada de esquecimento. O filme, vencedor do XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema, de Salvador (BA), e do Prêmio Flávia Abubakir, é também uma homenagem a Rato Branco, falecido em 2020.
 

A semana seguinte traz um clássico que atravessou décadas de exibição e conquistou milhões de espectadores. “O Ébrio” (1946), dirigido por Gilda Abreu e protagonizado por Vicente Celestino, estreia no canal em 24/10. Inspirado em uma canção homônima, o filme narra a trajetória de Gilberto Silva, jovem interiorano que encontra na música uma vocação e no sucesso a possibilidade de ascensão, mas que, diante das adversidades, se vê mergulhado no alcoolismo. Fenômeno de bilheteria e restaurado em 1996, o longa segue como um marco do cinema brasileiro e testemunho da parceria artística e pessoal entre Gilda Abreu e Celestino.
 

Outubro também reserva uma programação dedicada ao meio ambiente. No dia 18/10, “Os Sonhos de Pepe” (2024), de Pablo Trobo, acompanha Pepe Mujica em suas viagens pelo mundo e em suas reflexões sobre política, justiça social e crise climática. Aos 90 anos, o ex-presidente uruguaio revisita memórias pessoais e compromissos públicos, reafirmando sua defesa de um modo de vida mais simples, igualitário e sustentável. A voz de Mujica, que foi de guerrilheiro a chefe de Estado, ecoa como advertência diante do esgotamento ambiental e humano de nosso tempo. O filme é também uma homenagem ao ex-presidente do Uruguai, falecido em maio deste ano.
 

Fechando a programação, em 25/10, estreia Relatos de um Correspondente de Guerra na Amazônia (2023), dirigido por Daniel Camargos e Ana Aranha. O documentário acompanha a jornada do repórter Daniel Camargos após o assassinato do colega Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, em junho de 2022. Entre buscas em Atalaia do Norte, entrevistas com povos indígenas e reflexões sobre o papel da imprensa, a produção revela tanto o luto pessoal quanto a persistência em narrar a floresta em tempos de violência e destruição. Um retrato sobre coragem e resistência, indicado ao Prêmio Gabo 2024 e vencedor do 40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo.
 

Assim, entre sanfoneiros que preservam um instrumento ancestral, um clássico que marcou gerações, a voz ética de um estadista e a denúncia da violência contra a Amazônia, o SescTV reúne em outubro obras que não apenas registram histórias, mas convidam à reflexão sobre o que permanece, o que se transforma e o que insiste em resistir.
 

Os filmes vão ao ar às sextas e aos sábados, às 22h, e ficam disponíveis também sob demanda em sesctv.org.br, no app e na plataforma Sesc Digital.

 

SESSÃO ESPECIAL – ESTREIAS DE OUTUBRO 2025 
Assista em sesctv.org.br/noar 
 
No Rastro do Pé de Bode 
Dir. Marcelo Rebelo | Brasil | 2023 | 60 min | Livre
17/10, sexta, 22h 
 
Os Sonhos de Pepe 
Dir. Pablo Trobo | Uruguai | 2024 | 86 min | 12 anos
18/10, sábado, 22h 
 
O Ébrio 
Dir. Gilda Abreu | Brasil | 1946 | 125 min | 10 anos
24/10, sexta, 22h 
 
Relatos de um Correspondente de Guerra na Amazônia 
Dir. Daniel Camargos e Ana Aranha | Brasil | 2023 | 80 min | 10 anos
25/10, sábado, 22h 
 
Sob demanda 
Quando: a partir de 17 de outubro de 2025
Assista em sesctv.org.br/doc e sesc.digital 
Baixe gratuitamente o app Sesc Digitaldisponível na App Store e Google Play.
 
Para sintonizar o SescTV: 
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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Dias das Crianças com Barbatuques no Sesc 14 Bis

 Grupo de música corporal faz duas apresentações do show comemorativo ‘Tum Pá 10 anos’, uma jornada musical que brinca com o corpo da cabeça aos pés




Lançamento nas plataformas de “O Sapo não Lava o Pé” em single e videoclipe, música que faz parte do novo repertório
 

Dias 11 e 12 de outubro, sábado e domingo do feriado das crianças, o Barbatuques apresenta ‘Tum Pá 10 anos!’ no Sesc 14 Bis. O show celebra uma década do lançamento do primeiro projeto do grupo criado especialmente para o público infantil. A entrada é gratuita até 12 anos e os ingressos estão disponíveis, para reserva ou compra, no site e bilheterias das unidades.
 

Na mesma semana que antecede o Dia das Crianças, sexta 10, o grupo de música corporal lança “O Sapo Não Lava o Pé” em single e videoclipe. Uma das canções infantis mais queridas e cantadas por várias gerações, em uma versão diferente de todas que você já ouviu. A faixa que fazia parte apenas do repertório do novo show comemorativo, agora também poderá ser ouvida pelo público nas plataformas digitais.

 

Tum Pá apresenta o universo da música e percussão corporal de maneira lúdica, descontraída e interativa. Propõe uma jornada musical criativa que brinca com o corpo da cabeça aos pés: jogos rítmicos, imitações de sons, cantos e brincadeiras. O corpo produz sons, que criam música. E se o ruído do vento saísse pela sua boca? E se o barulho da chuva vibrasse em suas mãos? Os sons do mundo, da natureza e da cidade em cada um de nós.

 

Para a reapresentação, depois destes 10 anos, o show foi reformulado. O figurino e cenário estão “repaginados”, inspirados no conceito original. O repertório traz novas músicas, como as faixas ‘Caindo Fulô’ e ‘O Sapo não lava o Pé’, ambas do cancioneiro popular brasileiro e adaptadas para a música corporal, além de outras músicas do repertório autoral do grupo, como ‘Você Chegou’ e ‘Baianá’.
 

No Youtube do grupo pode ser visto o lyric video comemorativo ‘Tum Pá’, da canção tema, onde o público pode conhecer e acompanhar a letra da música (e cantar com o grupo), com as ilustrações de Ionit Zilberman animadas por André Venegas (Link).

 

A trajetória pedagógica e formativa do Barbatuques é significativa e extensa, recentemente lançaram dois livros: “ABCtuques”, que traz para as crianças uma lúdica representação sonora dos sons feitos pelo grupo, e “Barbatuques: músicas, jogos, brincadeiras”, que reúne jogos e atividades para explorar a música e transformar o corpo em um instrumento musical, este para adultos e crianças. Ambos apresentados na Flip 2025.


O grupo paulista de música corporal é referência mundial na modalidade, criador de uma linguagem musical singular, com mais de 26 anos de carreira artística.
 

Vale conferir o show que encantou (e encanta) crianças de diversas idades, além dos adultos.


 

 

Serviço
Barbatuques - Tum Pá 10 anos!
Local: Sesc 14 Bis, Teatro Raul Cortez
Data: 11 e 12 de outubro de 2025
Horário: 15h (sábado e domingo)
Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista, São Paulo
Fone: (11) 3016-7200
Duração: 50 minutos
Classificação: Livre
Capacidade: 523 lugares
Acesso para pessoas com deficiência
Ingressos: Grátis para crianças até 12 anos, com retirada de ingresso. R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia entrada prevista por lei), R$12,00 (matriculados Sesc/Credencial Plena).
Link


Repertório ‘Tum Pá 10 Anos’
Cromosom (Fernando Barba)
Tanto Tom (Helô Ribeiro)
Tum Pá (Lu Horta)
Peixinhos do Mar (domínio público)
O Sapo não lava o Pé (domínio público)
Hit Percussivo (Fernando Barba e Giba Alves)
Que Som? (João Simão)
Caquinha do nariz (Renato Epstein)
Borboletinha/Fui ao mercado (domínio público)
Tampa o Tempo Tumpá (André Hosoi)
Baianá (versão Barbatuques para ‘Boa Tarde, Povo’ de Maria do Carmo Barbosa e Melo)
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sábado, 4 de outubro de 2025

USP São Carlos abre inscrições para mestrado e doutorado em Matemática

 



São 20 vagas para cada modalidade, com inscrições abertas até  20 de outubro através de formulário eletrônico

Investir em uma pós-graduação de excelência é um passo fundamental para quem deseja trilhar uma carreira acadêmica ou atuar em pesquisa de ponta. No Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, o mestrado e o doutorado oferecem oportunidades de desenvolvimento científico, produção de conhecimento e inserção em redes internacionais de colaboração. As inscrições para ingresso em 2026 já estão abertas e devem ser realizadas exclusivamente em formulário eletrônico até às 16 horas do dia 20 de outubro.

São 20 vagas para o mestrado – sendo quatro destinadas a candidatos(as) autodeclarados(as) preto(a) ou pardo(a), e uma para indígenas do Brasil. Também são 20 vagas para o doutorado, com a mesma política de ações afirmativas.

Para se inscrever no mestrado acesse este link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfUHdAsjCIw_FkYM6_M_k5Cztww1nZonp8geC5TrgGlxeJMfQ/viewform. Já para o doutorado, acesse: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSczuO-zCbF_vXjblH_UeeLMgYiYAMNvas5vyJ1JUL4FC3xitg/viewform.

Os editais completos, com todas as informações sobre documentos exigidos, etapas do processo seletivo e cronogramas, estão disponíveis no site: icmc.usp.br/pos-graduacao/ppgmat/ingresso. A divulgação dos resultados está prevista para o mês de dezembro.

Reconhecido com nota máxima (7) na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Programa de Pós-Graduação em Matemática (PPG-Matemática) se consolidou como um dos mais tradicionais do Brasil desde sua fundação em 1970. O programa é reconhecido como um dos que mais formam mestres e doutores em matemática no país, já contabilizando cerca de 750 titulados. Destaca-se pela excelência em ensino e pesquisa, corpo docente altamente qualificado e infraestrutura de ponta, atraindo talentos do Brasil e exterior.

Vida acadêmica em São Carlos – Localizada no interior paulista, São Carlos é conhecida como a Capital da Tecnologia. A cidade abriga duas universidades públicas de excelência e uma comunidade acadêmica vibrante, com forte vocação para ciência, inovação e qualidade de vida, criando um ambiente acolhedor e estimulante para os pós-graduandos.

 

Por Matheus Martins Fontes, da Fontes Comunicação Científica

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