quarta-feira, 20 de setembro de 2017

9º Ciclo do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council traz ao Brasil a dramaturga escocesa Linda McLean com programação que destaca as mulheres na dramaturgia




Com foco sobre a dramaturgia criada por mulheres, a programação traz as dramaturgas Linda McLean (Escócia) e Silvia Gomez (Brasil), a jovem autora Carol Pitzer e a pesquisadora e militante em defesa da mulher negra Rosane Borges. Palestras, rodas de conversa, leituras dramáticas e workshops debatem sobre a criação autoral feminina atual.

Vencedor do 28º Prêmio Shell de Teatro, na Categoria Inovação, o Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council - com coordenação da jornalista e dramaturga Marici Salomão e assistência do diretor e dramaturgo César Baptista - apresenta o  Ciclo do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council. Com o tema Ser Dramaturga, o evento  acontece de  25 de setembro a 1º de outubro, no Centro Cultural FIESP - Ruth Cardoso, em São Paulo. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

A 9º edição do Ciclo pretende abordar questões sobre o ofício e suscitar o debate sobre a relevante desigualdade numérica existente entre homens e mulheres que escrevem para o teatro. Entender o papel da mulher dramaturga, focando as experiências de escrita e a inserção em um mercado ainda caracterizado por machismo, sexismo e racismo, além de explicitar as dificuldades e resistências enfrentadas no exercício na profissão.

Linda McLean, dramaturga escocesa radicada em Glasgow (Escócia), faz a abertura, dia 25 de setembro, às 20h, ao lado da premiada dramaturga brasileira Silvia Gomez. Juntas contarão suas experiências na escrita teatral, sob a perspectiva feminina. 
Em sua peça Sex & God, Linda McLean trata sobre a religião e o sexo por meio de histórias de quatro mulheres, cada uma vivendo em diferentes épocas do século 20. Silvia Gomez é autora das peças O Céu Cinco Minutos Antes da Tempestade, Mantenha Fora do Alcance do Bebê (vencedora dos prêmios de melhor dramaturgia APCA 2015 e Aplauso Brasil 2015, além de indicada ao Prêmio Shell) e Marte, Você Está Aí?, que trazem mulheres como protagonistas.
A peça Sex & God, com apoio da escola Cultura Inglesa, ganha leitura inédita no Brasil, com direção de Laerte Mello, no dia 26 de setembro, às 21h. O elenco é formado por Ana Paula Dias, Carolina Faria, Fernanda Gama e Flávia Sgavioli.
A pesquisadora, jornalista e militante em defesa da mulher negra, Rosane Borges, faz palestra no dia 26 de setembro, às 19h, sobre o tema Crise de Representação e a Emergência de Novas Subjetividades. A autora pretende abordar os modos como as mulheres negras vêm reivindicando acesso à soberania negada, tomando o campo das artes e da dramaturgia como nexo estratégico para ganhar visibilidade no espaço social, ainda marcado por profundas assimetrias. 
Linda MccLean, usando suas experiências de escrita, propõe maneiras para criar uma peça que tem como modelo/padrão o jeito do próprio dramaturgo pensar o mundo. Para isso, ministra uma oficina com o tema A forma Que Nos Contorna, de 27 a 29 de setembro. As inscrições devem ser feitas de 11 a 15 de setembro.  Os dramaturgos interessados devem enviar currículo e carta de interesse para o e-mail artescenicas@sesisp.org.br.
O espetáculo Enquanto Ela Dormia, em cartaz no Centro Cultural Fiesp, fruto da orientação do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council, também faz parte da programação. A autora Carol Pitzer, a diretora Lili Monteiro e a atriz Lucienne Guedes participam de uma roda de conversa, mediada por Marici Salomão, acerca da criação do espetáculo, que trata de um tema cada vez mais exposto nas artes: o abuso sexual de mulheres. O encontro acontece no dia 1º de outubro, às 19h30, logo após a sessão do espetáculo. O texto foi escolhido entre 12 peças produzidas na 8ª turma do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council.
O Ciclo visa ainda à discussão sobre questões que devem ser hoje pensadas no âmbito da escrita teatral feita por mulheres. E não só os temas relativos à mulher branca. “Estamos sintonizadas em também levantar questões sobre a voz das criadoras negras. Cada vez mais, a luta pela igualdade de direitos e representatividade se faz no mundo das artes. O Ciclo mais uma vez caminha em paridade com as prementes questões que pulsam hoje em nossa sociedade,” explica Marici Salomão.

“Nos últimos nove anos, o Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council procurou manter-se firme em sua missão de formação de dramaturgos brasileiros, sempre promovendo a troca com metodologias e processos de formação desenvolvidos no Reino Unido. Este ano a voz da mulher no teatro ganha os palcos do Ciclo e constitui a programação. E é fundamental que este espaço seja de troca com todo o público brasileiro para refletirmos o poder das artes na equidade de gênero”, completa Liliane Rebelo, gerente de artes do British Council Brasil.

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