quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Evento gratuito discute os caminhos estéticos do teatro de rua

 

Escambos Estéticos

No Entrecruzamento dos Fazedores do teatro de rua, com finalidade de refletirmos a respeito dos caminhos Estéticos do teatro realizado a céu aberto.

 

Evento gratuito reúne intelectuais e pesquisadores do Teatro nacional para debater os caminhos estéticos do Teatro de Rua. O evento tem a parceria da UNESP e da Secretaria Municipal da Cultura, e acontecerá no dia 09 de dezembro, das 19H às 22H.

Na própria UNESP.

 

Concebido e coordenado pela Cia dos Inventivos, esse encontro faz parte do projeto “Viva o povo brasileiro”, realizado através do Programa de Fomento ao Teatro, para a cidade de São Paulo, e tem como intuito fomentar cada vez mais a prática e a reflexão sobre o Teatro de Rua, modalidade cujas especificidades são bem peculiares e merecem atenção diferenciada da produção teatral habitual, voltada majoritariamente aos espaços fechados.

 

Com a proposta de promover quatro encontros trimestrais, o primeiro dos escambos aconteceu dia 30 de setembro, e trazia como tema a “Apropriação do Rural no/pelo Urbano”. Para compor a mesa do debate, a “Cia dos Inventivos” contou com Alberto Ikeda, Marianna Monteiro e Ednaldo Freire, e mediação de Alexandre Mate. No dia 09 de dezembro acontecerá o segundo encontro, e o tema abordado será “Bandido é quem anda em bando”. Além do interesse do tema, participam do encontro nomes conhecidos do cenário teatral, como Chico Alambert, Alexandre Mate e Iná Camargo. A mediação será de Edgar Castro.

 

A ideia de realizar esses encontros surgiu na 4ª. edição da Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas, quando a Cia dos Inventivos,  grupo atuante do Movimento de teatro de Rua de São Paulo e da Rede Brasileira de Teatro de Rua, teve contato com o Movimento Escambo Popular, movimento de irradiação cultural que reúne grupos de teatro de rua, poetas e artistas populares de diversos estados do nordeste, e que dividem suas experiências artísticas, culturais, políticas e comunitárias. Os temas que nortearão os debates do primeiro ano de “Escambos Estéticos” serão acerca da pesquisa sobre a identidade do povo brasileiro, as manifestações populares, o popular e o urbano, as experiências artísticas concretas e o treinamento artístico. Para cada mesa, serão convidados um mediador da UNESP e três debatedores. O evento tem entrada gratuita.

  

O Quê – Escambos Estéticos - “Bandido é quem anda em bando”

Onde – UNESP

Endereço – Rua Bento Teobaldo Ferraz, 271- Sala 413, 4º andar – Barra Funda

Quanto - Entrada Gratuita

Informações - 2837-0839 – ciadosinventivos@hotmail.com

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

NOVO MUNDO, de Emanuele Crialese, na SESSÃO CINÉFILA

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Mostra O NOVO CINEMA ITALIANO na SESSÃO CINÉFILA

 

Desde o dia 20 de novembro, a Sessão Cinéfila apresenta três documentários e cinco ficções na mostra O NOVO CINEMA ITALIANO. Neste sábado, 04, será exibido NOVO MUNDO, de Emanuele Crialese, que conta a história da família Mancuso, que vende todos seus bens e abandona sua terra natal, para embarcar numa viagem em busca de uma terra sonhada e nunca vista, que promete a conquista de riqueza e uma nova vida, o Novo Mundo, os EUA.

 

A Sessão Cinéfila acontece sempre aos sábados, às 12 horas, na sala 3 do Espaço Unibanco de Cinema, trazendo para os amantes da sétima arte filmes pouco encontrados no circuito comercial ou produções que foram importantes para a história do cinema. O Espaço Unibanco de Cinema fica na Rua Augusta, 1475. Os ingressos tem preço promocional e custam R$ 5,00.

 

 

***PROGRAMAÇÃO***

 

Dia 04 de dezembro de 2010

Novo Mundo (Nuovomondo)

Itália/Alemanha/França, 2006, 12 anos

Direção: Emanuele Crialese

Elenco: Charlotte Gainsbourg, Vincenzo Amato entre outros

Sinopse - Martin Scorsese Apresenta: Novo Mundo, um filme que conta a história da família Mancuso, originaria das montanhas da Sicilia, e que vende todos seus bens e abandona sua terra natal para embarcar numa viagem em busca de uma terra sonhada e nunca vista, que promete a conquista de riqueza e uma nova vida, o Novo Mundo, os EUA. Durante a viagem uma jovem inglesa, de origem misteriosa, Lucy, junta-se à familia Mancuso nesta longa jornada. Chegando lá as leis de imigração se tornam tão restritas que a família seria quase que certamente separada e enviada de volta para a Itália, e assim nem todos terão o privilégio de atravessar as portas do paraíso. Foi o vencedor do Leão de Prata do Festival de Veneza 2006. Ganhou o premio de Melhor Direção no European Film Awards. Fez parte da Seleção Oficial do Festival de Toronto. Luc Besson é o produtor associado do filme.

 

 

Dia 11 de dezembro de 2010

A Desconhecida (La Sconosciuta)

Itália/França, 2006, 118 min, 18 anos

Direção: Giuseppe Tornatore

Elenco: Kseniya Rappoport, Michele Plácido e Claudia Gerini

Sinopse: A "desconhecida" é Irena. Ela mudou-se da Ucrânia para a Itália há muitos anos e hoje vive entre fantasmas do passado e uma busca pelo presente: duas esferas de tempo que se entrelaçam, se sobrepõem, e criam um quebra-cabeça intrigante, uma narrativa tensa. Quem é Irena, realmente? Pouco a pouco a história se desenvolve. A garota fugiu do leste europeu como várias outras. Depois de sobreviver a uma viagem cruel e dramática, ela virou uma presa fácil de um homem inescrupuloso. Foi submetida e brutalidades e humilhações impronunciáveis, do tipo que chocam permanentemente e jamais saem da memória. Apenas uma memória bela permanece em Irena: um melancólico amor perdido.

 

 

Dia 18 de dezembro de 2010

GOMORRA (Gomorra)

Itália, 2008, Drama, 137 min, 18 anos

Direção:  Matteo Garrone.

Elenco: Toni Servillo, Gianfelice Imparato, Maria Nazionale, Salvatore Cantalupo, Gigio Morra e Salvatore Abruzzese.

Sinopse: Poder, dinheiro e sangue: esses são os "valores" que os residentes das províncias de Nápoles e Caserta têm de enfrentar todos os dias. Eles raramente têm alguma chance e praticamente são obrigados a obedecer as regras do sistema-chamado Camorra. Apenas alguns poucos podem pensar em ter uma vida normal. Neste cenário são desenvolvidas cinco histórias de pessoas que vivem num mundo aparentemente imaginário, mas afogado na realidade.

 

 

Dia 25 de dezembro de 2010

Estamos Bem Mesmo Sem Você (Anche Libero Va Bene )

Itália, 2006,108 min, drama, cor, 12 anos

Direção:  Kim Rossi Stuart

Elenco:  Alessandro Morace, Kim Rossi Stuart, Marta Nobili, Pietro De Silva, Roberta Paladini, Sebastiano Tiraboschi, Francesco Benedetto, Roberta Lena

Sinopse: Tommi, um menino de onze anos, mora com a irmã e o pai. O trio forma uma família abalada pelo constante abandono e retorno da mãe das crianças. Apesar da solidão inconsolável de cada membro, a família segue em frente, dividindo o que lhes resta de amor e ternura.

 

 

Dia 1º de janeiro de 2010

Ágata e A Tempestade (Ágata e La Tempesta)

Itália/Suíça/Reino Unido,2004, romance, 118 min.

Direção: Silvio Soldini

Elenco: Licia Maglietta, Emilio Solfrizzi, Giuseppe Battiston, Claudio Santamaria, Giselda Volodi, Marina Massironi, Monica Nappo, Pippo Santonastaso, Remo Remotti.

Sinopse: O cruzamento das histórias de Ágata, dona de uma livraria, madura, independente e apaixonada; Gustavo, irmão adotivo de Ágata insatisfeito com sua vida medíocre; e Romeo, irmão verdadeiro de Gustavo, que tem uma mulher a quem ama tanto quanto trai, resulta em muita comédia, ternura e suspense. E é a alegria e o magnetismo explosivo de Ágata diante de toda a ironia da vida que cria um paraíso de amor e liberdade para destruir a tempestade de vidas cheias de desejos não realizados.

 

 

Dia 08 de janeiro de 2010

Viva Zapatero!

Itália, 2005, 80 min, documentário,

Direção: Sabina Guzzanti

Elenco: Rory Bremner, Sabina Guzzanti, Daniele Luttazzi, Michele Santoro, Enzo Biagi, Fabrizio Morri, Valerio Terenzio, Andrea Salerno, Lucia Annunziata, Beppe Giulietti, Claudio Petruccioli

Sinopse: Critica a censura imposta por Silvio Berlusconi aos meios de comunicação públicos na Itália. Responsabiliza tanto o governo de Berlusconi como os partidos de direita e esquerda que permitem sua atuação. Relatam-se casos de cancelamento de programas e de jornalistas obrigados a se demitirem. São exibidos também trechos de programas censurados e entrevistas com funcionários do governo, vítimas da censura, além de professores universitários e jornalistas de diversos países. Seleção Oficial do Festival de Veneza 2005

 

Roda Viva - segunda-feira, 29 de novembro de 2010 às 22h00

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Luiz Eduardo Soares
Sociólogo

O Roda Viva dessa segunda-feira recebe um homem acostumado com a violência. O sociólogo Luiz Eduardo Soares foi secretário de segurança pública nacional e do Rio de Janeiro. Além disso, ele é co-autor do livro Elite da Tropa que inspirou o filme Tropa de elite.
Na pauta do programa, os ataques do crime organizado no estado do Rio de Janeiro.

Participam como convidados entrevistadores:
Augusto Nunes, jornalista; Paulo Moreira Leite, jornalista; Nancy Cardia, doutora em psicologia social, coordenadora do núcleo de estudos da violência da USP e Luciado Suassuna, diretor de jornalismo do Portal IG.

Apresentação: Marília Gabriela

Transmissão simultânea pela internet


O Roda Viva é apresentado às segundas a partir das 22h00.
Você pode assistir on-line acessando o site no horário do programa.
http://www2.tvcultura.com.br/rodaviva
 

'PELO AVESSO!' - UM EXPERIMENTO PÓS-DRAMÁTICO SOBRE 'OS AVESSOS'


  
De 27 de novembro até 12 de dezembro
Sábados às 19h e às 21h   -   Domingos às 18h e às 20h
Ingressos: R$ 7,00 (preço único)   -   Público limitado: 32 pessoas (por sessão)
Duração: 70 minutos
TEATRO DA USCS – Av. Goiás, 3.400 – B. Barcelona, São Caetano do Sul


PELO AVESSO!

A busca pelo ‘EU’ profundo e todos os outros ‘EUS’
Os integrantes da OFICINA TEATRAL DA USCS - 2010 estudaram a Arte Teatral e as questões mais profundas das relações humanas por meio de uma temática específica. O tema foi “AVESSOS”.
Na Direção da Pesquisa e do Espetáculo está Kleber di Lázzare, diretor teatral que há dezesseis dirige e coordena as atividades teatrais da USCS; Na Direção Musical e Preparação Vocal está Thiago Freire; A Direção de Movimento cabe a Lídia Zózima Sampaio. O tema destrinchado pelos Diretores e Atores na Oficina Teatral 2010,“AVESSOS”, é tão múltiplo quanto necessário. O avesso como elemento que nos afasta e nos une. Se aprofundar nessa questão fez com que nos associássemos a pensadores como Michel Foucault, Hobbes, assim como poetas como Fernando Pessoa, Oscar Wilde, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, entre outros.
O espetáculo PELO AVESSO! é uma colagem de fragmentos humanos e contradições. Onde atores interpretam, declamam e executam grande parte da trilha sonora ao vivo. São diversas histórias que emocionam e divertem sem nunca deixar de provocar. Homens viram mulheres e o inverso também acontece, para que dessa troca improvável cheguemos ao futuro almejado. Um futuro pleno de igualdade de direitos e diversidade de pensares. Assim é PELO AVESSO!
FICHA TÉCNICA:
Direção Geral e Dramaturgia: Kleber di Lázzare
Assistente de Direção e Preparação Corporal: Lígia Vasconcelos
Direção Musical e Preparação Vocal: Thiago Freire
Assistente de Direção Musical: Asnésio Bosnic
Direção de Movimento: Lídia Zózima
Produção Geral: Cia. Grite de Teatro/USCS e Oficina Teatral 2010
ELENCO:
Airo Munhoz, Juliana Sales, Ingrid Pompermayer, Regina Zapalá, Bianca Tozato, Caio Araújo, Caroline Varani, Diego Zapalá, Érica Lourenço, Guilherme Medeiros, Rafaela Lozano, Renato Alves Araújo, Rodrigo Barros, Rose Castilho, Thaís Brito, Vinícius Bezerra e Vítor Blasques.
ATORES CONVIDADOS:
Asnésio Bosnic, Rafael Sandoli e Marina Rodrigues.

domingo, 28 de novembro de 2010

Campus Sorocaba da UFSCar promove Seminário de Pesquisa da Área de Proteção Ambiental (APA) de Itupararanga



Evento é aberto a todos os interessados e acontece nos dias 1º e 2 de dezembro com inscrições gratuitas

O campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sedia o II Seminário de Pesquisa da Área de Proteção Ambiental (APA) de Itupararanga nos dias 1º e 2 de dezembro. O evento tem por objetivo dar continuidade aos trabalhos iniciados com a realização do primeiro Seminário em 2009, divulgando as pesquisas que são realizadas na região, além de contribuir para a formação de um banco de dados que poderá subsidiar futuras ações de planejamento no território da APA.
A área de abrangência da APA corresponde à área da bacia hidrográfica que forma a represa de Itupararanga e engloba os municípios de Alumínio, Cotia, Ibiúna, Mairinque, Piedade, São Roque, Vargem Grande Paulista e Votorantim. "A água dessa represa abastece 70% do município de Sorocaba", diz o docente da UFSCar André Cordeiro Alves dos Santos, que faz parte do conselho gestor da APA. Segundo dados da Cetesb, a qualidade da água da represa ainda é boa, "mas é necessário que haja o cuidado com a ocupação das nascentes, com a agricultura nas margens da represa e a criação de novos condomínios", aponta o docente, destacando também que "o esgoto não tratado é o maior problema a ser resolvido".
Várias pesquisas sobre a qualidade da água da represa estão sendo feitas pelo "Grupo de Pesquisa de Microbiologia Ambiental", formado por docentes e alunos do campus Sorocaba da UFSCar. Entre as pesquisas em andamento, André destaca as que analisam o ciclo de carbono na represa, a cianobactéria tóxica e as bactérias de sedimento. Durante o evento será lançado o livro "Biodiversidade na APA de Itupararanga - Estado da arte, estado atual e perspectivas futuras", escrito por docentes e alunos do campus Sorocaba da UFSCar.

Concurso de fotos e envio de trabalhos
Até o dia 26 de novembro o Seminário recebe inscrições no concurso de fotos destinado a fotógrafos amadores e profissionais com o tema "Biodiversidade na APA de Itupararanga" e as inscrições de trabalhos científicos. Para participação no Seminário, as inscrições podem ser feitas até o início do evento. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo site www.apaitupararanga2.blogspot.com, onde também está disponível a programação completa do evento. Mais informações pelo e-mail pesquisa.itupararanga@gmail.com.

Leão de Sete Cabeças, de Glauber Rocha, é restaurado e será exibido em sessão especial no Festival de Brasília


Sessão do filme será realizada às 17h de segunda-feira, 29/11, no Cine Brasília

Guardado durante 30 anos na Cineteca Nazionale di Roma, o filme Leão de Sete Cabeças, primeira produção de Glauber Rocha fora do Brasil, foi finalmente restaurado e será exibido em sessão especial no Festival de Brasília. A mostra acontece na próxima segunda-feira, 29/11, às 17hs, com entrada gratuita, no Cine Brasília. A restauração faz parte da segunda fase do projeto Coleção Glauber Rocha, que, na primeira, já restaurou os filmes Barravento, Terra em Transe, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro e A Idade da Terra.

A iniciativa é uma realização do Tempo Glauber e da filha do cineasta, Paloma Rocha, tem o aporte financeiro do Fundo de Cultura da Bahia, Governo da Bahia, e das Secretarias de Fazenda e Cultura do Estado da Bahia, e contou com o apoio da Associação Baiana de Cinema e Vídeo(ABCV), da Cinemateca Brasileira e da Cineteca Nazionale di Roma. O projeto também abarca as restaurações dos filmes Cabeças Cortadas, Claro, Câncer e História do Brasil.

A história da restauração de Leão...
O original do filme do filme foi repatriado da Itália parao Brasil em 2009, quando a parceria entre Tempo Glauber, Cinemateca Brasileira, ABCV e Cineteca Nazionale di Roma foi formalizada, com incentivo da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. A restauração consistiu primeiramente no escaneamento no formato 4K e o restauro digital em 2K realizado pelos Estúdios Mega. 

O processo possibilitou a confecção de uma nova matriz, em alta definição, e um novo negativo em 35mm. A versão original do áudio em vários idiomas foi recuperada a partir de uma única cópia 35mm - que estava em avançado estado de deterioração - e de fitas Umatic. O restauro foi executado pela JLS Facilidades Sonoras.

O filme

O cenário de Leão de Sete Cabeças é o Congo Brazaville de 1969. Vivendo no exílio imposto pela ditadura militar brasileira, o cineasta baiano Glauber Rocha, principal nome do Cinema Novo, expõe neste filme o colonialismo europeu que domina a África a as tentativas do povo nativo em se libertar desse domínio. Assim Glauber continuou retratando as mazelas que tanto afligem os países pobres e fez disso marca da sua obra cinematográfica.

Quando Leão de Sete Cabeças estava sendo produzido, os críticos acreditavam que Glauber deveria filmar apenas paisagens em seu próprio país. Mas, quando o filme foi concluído, viram que o argumento se mostrou falho. O  longa demonstrou perfeita integração com a evolução estética glauberiana, embasada na linguagem visual e cênica de uma espécie de “pan-terceiromundismo”, e apresentou personagens arquétipos, todos com algum tipo de poder.

De um lado, os pilares do imperialismo - invasores europeus e norte-americanos, além da Igreja e seu eterno cortejo ao poder. A elite local era um fantoche denominado e coroado presidente. Do outro, os revolucionários locais, contraditórios em suas lutas e indecisos entre a centralização do movimento e a manutenção do sentimento tribal, mesmo em busca de um objetivo em comum: a liberdade perante o colonialismo estrangeiro.

Mais que denunciar as injustiças existentes no continente africano, Glauber apresentou dados para que a consolidassem como estados soberanos.  Para a professora de Cinema e ensaísta  da UFRJ, Ivana Bentes, “o que Glauber parece dizer é que nenhuma explicação histórica, sociológica, marxista ou capitalista, pode dar conta da complexidade e tragédia da experiência da pobreza”, constata.

Glauber imaginou o filme como uma epopéia africana, pensando-a como ponto de vista do homem do Terceiro Mundo, se opondo aos filmes comerciais que tratavam de safáris, ao modelo de concepção dos brancos em relação àquele continente. Para ele, trata-se de uma teoria sobre a possibilidade de um cinema político, feito na África justamente porque o cineasta acreditava ser o lugar que possuía os mesmos problemas do Brasil.

Ele complementa esse pensamento declarando sua aversão à leitura sociológica da miséria feita pela esquerda, visto no manifesto Estetyka do Sonho, escrito em duas versões(1966 e 1971), e que bebe nas fontes dos seus filmes realizados nesse período. Neste texto ele relata sua impotência e perplexidade perante as ditaduras militares, a fragilidade de intelectuais, artistas e militantes em combatê-las, além da acomodação popular que resulta nessa tragédia. 

Glauber acredita que para superá-la é preciso seguir pelo caminho dos sonhos do cinema, provocando distúrbios nos códigos (sociais, políticos, estéticos, de comportamento), algo que já vinha sendo explorado em sua obra. Para alguns autores, Leão de Sete Cabeças pode ser visto como o elo perdido entre Terra em Transe e A Idade da Terra, a chave do enigma que liga a primeira parte da carreira de Glauber (os anos 60) com a segunda (de 1970 a 1980).

Preservação da obra de Glauber Rocha

Um dos objetivos da restauração de Leão de Sete Cabeças é dar continuidade à disseminação da obra de Glauber Rocha em alta qualidade, já que há grande aumento na demanda pelos filmes do cineasta, tanto nas escolas de cinema, quanto nos festivais nacionais e internacionais, e, por fim, para uso de trechos em documentários. 

Todos querem assistir à obra de Glauber, em bom ou mal estado, mas isso tem obrigado os detentores das cópias não restauradas a fornecer material de má qualidade, incompleto e deteriorado, o que causa constrangimento e não divulga a sua obra como deveria. A partir de 2003, com o advento da Coleção Glauber Rocha, esta realidade começou a mudar.

As cópias restauradas em formato de cinema digital, DVD e película de 35mm permitem que os filmes sejam distribuídos para mostras nacionais e internacionais, além da exibição em salas de cinema comerciais, universidades e outros espaços onde a obra de Glauber tem um alcance bastante significativo. O filme Terra em Transe, por exemplo, após a restauração, atingiu a marca de 10 mil espectadores nas salas de cinema, em apenas duas semanas em cartaz.

Extras do DVD

Os DVD’s contêm documentários especialmente realizados sobre cada filme, dirigidos por Paloma Rocha e Joel Pizzini. Neles estão reunidas entrevistas com elenco e equipe, cenas de arquivo, entrevistas inéditas com Glauber Rocha, o trailer original, artigos e reportagens, análise crítica feita por especialistas, versões de roteiros, roteiros, cartazes, trilha sonora, desenhos e story-board, tudo o que compreende o processo de criação e de produção intelectual do artista.

O patrimônio histórico e cinematográfico de Glauber reunido e vivo

O próprio Glauber, em 1980, escreveu uma carta preocupado com a recuperação dos negativos originais destes filmes. O documento foi editado e utilizado na apresentação do projeto, que ainda relata a necessidade da atenção e dos cuidados urgentes com os negativos originais para que seu processo de deterioração, já avançado, não acabe por prejudicar de modo irreparável a história do cinema brasileiro, no caso da perda definitiva de algum filme.

Glauber revolucionou a linguagem do cinema contemporâneo. Sua expressão artística influenciou movimentos políticos e culturais dos anos 60 como "Maio de 68" na França e o "Tropicalismo" no Brasil, entre outros, deixando um precioso legado de idéias e criações, impressas em filmes, vídeos, livros e uma extensa produção que ainda hoje permanece inédita – poemas, desenhos, peças de teatro, romances, roteiros de filmes não realizados.

E é todo esse conteúdo inestimável que precisa continuar vivo, e com a restauração, poderá ser conhecido pelas gerações futuras. Como disse o Secretário de Cultura da Bahia Márcio Meirelles: “Glauber continua vivo, um pensamento vivo, em ebulição. Um pensamento inesgotável, perturbador, ainda pouco compreendido no Brasil e no mundo.”

Ficha técnica

O Leão de Sete Cabeças
Direção: Glauber Rocha
Elenco: Rada Rassimov, Jean-Pierre Léaud, Giulio Brogi, Hugo Carvana, Gabrielle Tinti, René Koldhoffer, Baiack, Miguel Samba, André Segolo, Aldo Bixio, povo e dançarinos do Congo
Dedicatória: a Paulo Emilio Sales Gomes
Companhia produtora: Polifilm
Produtores: Gianni Barcelloni e Claude Antoine
Diretor de produção: Giancarlo Santi
Gerente de produção: Marco Ferreri
Assistente de direção: André Gouveia
Argumentistas e roteiristas: Gianni Amico e Glauber Rocha
Diretor de fotografia: Guido Cosulich
Som direto: José Antônio Ventura
Montadores: Eduardo Escorel e Glauber Rocha
Letreiros: Francesco Altan
Música: Folclore africano, Baden Powell e uma versão do Hino Nacional francês cantada por Clementina de Jesus
Locações: Brazzaville (Congo)

Equipe de restauro
Direção do projeto: Paloma Rocha
Curadoria e pesquisa: Joel Pizzini
Direção de produção: Márcia Cardim
Direção de fotografia: Luis Abramo
Assistente de direção: Sara Rocha
Restauração de imagem Mega e
Restauração de Imagem Mega e Som: Cinemateca Brasileira, Estúdios Mega e JLS Facilidades Sonoras
Apoio Financeiro: Fundo de Cultura da Bahia, Governo da Bahia e Secretaria Estadual de Fazenda e Cultura
Realização: Paloma Cinematográfica, Cardim Projetos e Soluções Integradas e Associação Baiana de Cinema e Vídeo - ABCV
Apoio: Associação dos Amigos do Tempo Glauber e Comunika Press 

Sugestão de entrevistas: Paloma Rocha (diretora da Tempo Glauber) - Márcio Meirelles (Secretário de Cultura do Estado da Bahia) 

Serviço
Exibição de “Leão de Sete Cabeças”, filme restaurado de Glauber Rocha
em Sessão Especial no Festival de Cinema de Brasília 2010
Onde: Cine Brasília - Endereço: EQS 106/107, em Brasília-DF
Quando: 29/11/2010
Horário: 17hs
Acesso livre

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ponto de Cultura Abenaf realiza 1º Festival de Cinema de Carapicuíba

O Ponto de Cultura Abenaf (Associação Beneficente de Amparo à Família) realiza o 1º Festival de Cinema de Carapicuíba no próximo dia 11 de dezembro, a partir das 18h30, na ETEC/FATEC Carapicuíba. Com a iniciativa, a Abenaf passa a ingressar no Roteiro de Festivais de Filmes existentes no Brasil. A ETEC/FATEC fica na Rua Francisco Pignatari 650 – Vila Gustavo Correia. Na primeira edição da mostra, serão exibidas produções realizadas por alunos do Ponto de Cultura, que tiveram aulas de roteiro, produção e edição de vídeo nos últimos meses. Serão filmes de curta-metragem (filme de duração inferior a trinta minutos que mostram a cidade de Carapicuíba. Além da exibição, serão apresentadas encenações teatrais pelos alunos do curso de artes cênicas da entidade, além de uma demonstração do curso de introdução à locução. Mais informações sobre o 1º Festival podem ser obtidas pelo telefone: 2876-8392.

Ampliação


Em 2010, o Ponto de Cultura Abenaf atendeu quase 200 pessoas em todas as suas oficinas culturais e para o próximo ano será ampliado o número de vagas. Para realizar suas atividades, o Ponto de Cultura recebeu apoio do programa Escola da Família da EE Toufic Joulian e também da EE Luiz Pereira Sobrinho. O Ponto de Cultura é uma iniciativa realizada em conjunto com o governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Estado da Cultura em parceria com o Ministério da Cultura.

 

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