quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CCBB Rio - programação - 08 a 20 de fevereiro

CINEMA

Monicelli – Liberdade e Riso - De 15 de fevereiro a 6 de março

Dono de um estilo narrativo, simples, mas eficaz e funcional,
Monicelli
trabalhou com as principais estrelas do cinema italiano como
Alberto
Sordi, Totò, Sophia Loren e Marcello Mastroianni, entre outros.
Entre
seus filmes estão A Grande Guerra (1959), Leão de Ouro no Festival
de
Veneza, O Incrível Exército de Brancaleone (1966) e Parente É
Serpente
(1992), os dois últimos presentes nesta homenagem onde também se
destaca
Os Companheiros, filme de 1963 que foi censurado no Brasil pela
ditadura.

MÚSICA

Um Outro Olhar Sobre Ele - 8 de fevereiro a 14 de junho

Evento que transita entre a festa e a reflexão, exaltando a juventude
e a
cultura popular do Hip hop, funk, samba e outros ritmos.
Estão
programadas, além das apresentações musicais, palestras,
performances e
desafios.

08 de fevereiro - 12h30 – Performances e intervenções de Bia
(Funk),
artistas sambistas (Samba de Gafieira), João Carlos (O dono do
Corpo),
artista graifteiro, DJ Machintal, MC Slow. 19h – Apresentação
musical
"ART.1"


(Embedded image moved to file: pic11036.jpg)

CINEMA

Luc Moullet, Cinema de Contrabando - De 1º a 20 de fevereiro

Retrospectiva da obra de um dos expoentes do movimento da Nouvelle
Vague,
conhecido por seu cinema bem humorado e de estética inovadora. Nascido
em
Paris em 1937, o cineasta Luc Moullet acumula prêmios conquistados
nos
festivais de Cannes e Berlim.

Cinema Nacional Legendado e Audiodescrito 2011

Projeto regular que exibe todo mês um filme brasileiro com legenda
oculta
(CC) e audiodescrição (AD), dirigida especialmente às pessoas
com
deficiência auditiva e/ou visual. Em fevereiro será exibido O Bem
Amado
(2010, cor, 107min) de Guel Arraes.

12 e 13 de fevereiro – 16h

Sessão Criança

Exibição de filmes para o público infantojuvenil, falados ou dublados
em
português.

Sábados e domingos – 14h

MÚSICA


Com Você Perto de Mim - 3 a 20 de fevereiro

Shows musicais intimistas, com grandes nomes da MPB, que proporcionam
ao
público uma oportunidade de apreciação mais próxima e interativa .

3 a 6 de fevereiro – Emílio Santiago e Humberto Mirabelli.
Quinta a domingo – 20h


Mostra Reflexos – Duos Quase Gêmeos - 15 de fevereiro

Série de apresentações musicais que revela as inúmeras possibilidades
que
dois instrumentos idênticos podem proporcionar à música de
câmera
contemporânea.

Ricardo e Paulo Santoro – Duo Santoro - Teatro II - 12h30 e 19h


EXPOSIÇÃO

Cora Coralina – Coração do Brasil - Até 13 de março

Exposição em homenagem a Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins
dos
Guimarães Peixoto Bretas, poetisa e contista, mulher simples, doceira
de
profissão, que produziu uma obra rica em motivos do cotidiano do
interior
brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás,
estado
onde nasceu, localizado no coração do Brasil.

O Mundo Mágico de Escher - até 27 de março

A exposição reúne cerca de 90 obras do artista holandês
Mauritius
Cornelis Escher, entre gravuras originais e desenhos, além de um filme
3D
e de instalações que desvendam os efeitos óticos e de espelhamento
que
Escher utilizava em seus trabalhos.

Sala A Contemporânea - Tatiana Blass – Fim de Partida – até 06 de
março

A artista paulistana exibe a instalação inédita Fim de Partida,
inspirada
na peça de teatro de Samuel Beckett. Composta por objetos de cena
em
cera, a obra acontecerá como uma perfomance durante todo o período
da
exposição, sendo que, aos poucos, refletores de luz irão derreter
os
personagens.


TEATRO

A Lua vem da Ásia - até 27 de fevereiro

Adaptação do livro homônimo de Walter Campos de Carvalho. O
monólogo
conta, em forma de diário, a trajetória de um homem incomum em busca
de
um entendimento e justificativa perante a lógica do universo em que
vive.
Elenco: Chico Diaz. Direção: Moacir Chaves.

Quarta a domingo – 20h

Nara - até 27 de fevereiro

O espetáculo retrata a carreira de Nara Leão trazendo um
repertório
construído em 25 anos de carreira, revelando como suas escolhas
se
refletiram na história da música brasileira. Direção: Marcio
Araújo.
Elenco: Fernanda Couto

Quinta a domingo – 19h30


Assessoria de Imprensa CCBB Rio
Sueli Voltarelli (responsável) – 21 3808 2323 svoltarelli@bb.com.br
Roberto Lucio – 21 3808 2324
Fernanda Kinsky

Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66
Centro – Rio de Janeiro - RJ
CEP 20010-000
www.bb.com.br/cultura
twitter.com/ccbb_rj

Aberto para o público de terça a domingo, das 09h às 21h

Museu Afro Brasil inaugura a exposição "Antífona" destacando trabalho do fotógrafo ensaísta Gal Oppido

 

Museu Afro Brasil inaugura a exposição  “Antífona” destacando trabalho do fotógrafo ensaísta Gal Oppido

 

27 imagens apresentam a visão do artista sobre o feminino liberto

 

 

Abertura: 26 de fevereiro

Hora: 12h00

Duração: 26 de fevereiro a 17 de abril

Funcionamento: de terça a domingo, das 10 às 17 horas (permanência até às 18h)

Estacionamento: Portão 3 – Zona Azul

Entrada: Grátis

Classificação: Livre

Para maiores informações: faleconosco@museuafrobrasil.org.br

Para agendar visitas: agendamento@museuafrobrasil.org.br ou

Fone: 55 11 3320-8900 ramal 121

 

 

O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, inaugura no próximo dia 26 de fevereiro a exposição Antífona de Gal Oppido.  São 27  registros de rostos e corpos  de intensa feminilidade produzidos como forma de retomar a discussão sobre o papel da mulher da atualidade.  Cada uma das fotos apresenta mulheres com personalidades e características diferentes, traduzindo a visão do artista sobre o feminino liberto. “ A mulher que recentemente tem sua sexualidade afirmada igualitariamente perante uma sociedade até então de acento masculino, abrindo um horizonte para a compreensão dos inúmeros vínculos afetivos possíveis entre os humanos”, explica Gal.

Para conceituar este novo trabalho, e o sentido de liberdade que ele impõe,  o fotógrafo  mergulhou  na obra do poeta Cruz e Souza, de onde emprestou o título da exposição. “Ele (Cruz e Souza) de vasta erudição dirige sua crítica para esta sociedade serpenteada pelo racismo, preconceito e discriminação, sem abandonar o seu fazer poético, donde escolhi o poema Antífona, para animar as imagens resultantes deste ensaio”, conclui.

“Forças originais, essência, graça

De carnes de mulher, delicadezas...

Todo esse eflúvio, que por ondas passa

do éter nas róseas e áureas correntezas” [Cruz e Souza, Antífona]

 

 

Fotógrafo ensaísta, Marcos Aurélio Oppido é nome marcante quando o assunto é a fotografia aplicada às áreas de artes cênicas, expressão corporal e arquitetura. Expondo desde 1981, seus trabalhos integram acervos do MASP, MAM e MIS.

Formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP), em 1975, Gal inicia sua carreia aliando a fotografia ao desenho, fortalecendo-se anos depois como fotógrafo independente. Conhecido por seu trabalho extremamente autoral, explora o corpo, a efemeridade do tempo, a simbologia de objetos abandonados e a relação do homem com a matéria.

 

 

 Diretor curador: Emanoel Araujo

Diretor executivo: Luiz Henrique Marcon Neves

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº

Parque Ibirapuera- Portão 10

São Paulo- SP - Brasil

CEP: 040094-050

Fone: 55 11 3320-8900

www.museuafrobrasil.org.br

 

Espaço Cultural Citi apresenta Divas - Jogo de Armar, Jogo de Amar, de Neto Sansone, a partir de 7 de fevereiro

 A partir de 7 de fevereiro no Espaço Cultural Citi da Avenida Paulista

 

  

O pop de Lichtenstein encontra o pavor de Hitchcock, Shirley Temple é uma das meninas de Velázquez. É nesse ambiente de sonhos das artes, povoado por imagens de mitos femininos, que se desenvolve o trabalho do pintor Neto Sansone. As dezessete amplas telas, 1,50m x 3m, trabalhadas com tinta acrílica, que mostrará em Divas – Jogo de Armar, Jogo de Amar, com curadoria de Jacob Klintowitz, exploram as semelhanças entre os mundos das artes plásticas e do cinema.

 

O paulistano Neto Sansone é artista plástico, publicitário e editor com atuação no mercado das publicações segmentadas. Duas mostras realizadas anteriormente em São Paulo, no MuBE e na Cultural Blue Life, abordavam o mesmo tema: o das Divas absolutamente distintas que convivem em perfeita harmonia em um novo universo, o das telas de Sansone. Nelas, lado a lado, surgem a loira de Roy Lichtenstein & Janet Leigh em Psicose; As Meninas de Velázquez & Shirley Temple; o cubismo de Picasso & a incrivelmente cubista Rossy de Palma, a atriz de Almodovar, entre outras.

 

A exposição Divas – Jogo de Armar, Jogo de Amar vai ocupar o Espaço Cultural Citi, a galeria de arte da Avenida Paulista, entre 7 de fevereiro e 25 de março.

 

O Espaço Cultural Citi é uma galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas que trafegam pela Avenida Paulista e região. O espaço mantém a sua vocação de mostrar obras de arte no centro vital de São Paulo. Desde 2005, passaram por ali as obras de nomes consagrados, como Rubens Gerchman, Luiz Paulo Baravelli, Gregório Gruber, Romero Britto, Newton Mesquita, Odetto Guersoni, Ivald Granato, Takashi Fukushima, Caciporé Torres, Sérgio Lucena, Antonio Peticov, Maurício de Sousa, Claudio Tozzi, Marcello Nitsche, Odilla Mestriner, Aldemir Martins e Shoko Suzuki, além de jovens que se firmam como Luciana Maas, Maurício Parra, Carola Trimano e Manu Maltez.

 

 

Divas. Jogo de armar, jogo de amar, por Jacob Klintowitz

 

Alguns artistas são movidos pelo desejo de guardar para sempre um raio de luz. Neto Sansone constrói, de maneira permanente, a memória de sua emoção e utiliza para isto a sombra da mulher amada com a qual nunca esteve, mas que sempre esteve nele como modelo no plano das idéias perfeitas. O que o move senão a vontade de ter nas mãos um pouco do sol e, diante dos olhos, o desenho que adivinhou no espelho embaçado da água?

 

O que impressiona, antes de tudo, em Neto Sansone é ele organizar duas memórias ficcionais, uma feita de luminosidade no escuro, outra feita de ícones de uma geografia psíquica. Sempre a presença do feminino, corporificado em imagens conhecidas e distantes, polaridades reiteradas. Primeiro, a mulher na projeção cinematográfica, heroína sutilizada, protótipo de emoções e aventuras, idealizada, imaterial e remetida à nossa imaginação.

 

E, se a primeira das figuras femininas é feita de sonho e imaterialidade, a segunda figura, retirada da história da arte e da ação de artistas seminais, é feita de pura materialidade, pois a pintura é concretitude. Na pintura, antes do feminino, temos a própria pintura, com as suas exigências formais, a sua filiação sensível, o significativo percurso do pintor, a resposta à determinadas questões de época.

 

É provável que para Neto Sansone, a junção destas duas formas de significação, antípodas em princípio, se torne uma única forma, feita de sonho e peso, vôo sideral e gravidade. É esta junção, do retrato luminoso ao peso autoral, que organiza o diálogo do artista Neto Sansone com a sua história pessoal, a de homem contemporâneo e visitante da história da arte.

 

Neto Sansone despe os seus personagens das cores originais, a carnalidade cinematográfica e o cromatismo pictórico. E os pinta em cinzas, pretos e brancos, tornando-os seus e habitantes de seu sonho. E os coloca lado a lado, em relações que podemos adivinhar, por vezes, ou conservam o seu enigma.

 

Uma mulher feita de projeção, outra mulher fixada em óleo sobre tela. Primeiro, as mulheres dos filmes, pura luz e movimento. Depois, as mulheres nas simbólicas e estáticas pinturas. Tanto num caso, quanto no outro, Sansone retira a cor, o histórico do trabalho referente, e o transforma no seu universo de sombras, luzes e ficção. Ele sugere que se trata de construção, jogo de armar, jogo de amar.

 

 

O Espaço Cultural Citi (Av. Paulista, 1111, térreo, fone 11.4009.3000) fica aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas. Acesso a pessoas com deficiência física pela Alameda Santos, 1146. A entrada é gratuita.  

 

Mais informações sobre o CitiBrasil em www.citi.com.brflickr.com/CitiBrasil e no Twitter @CitiBrasil

 

 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CineSESC - Programação de 04 a 10 de fevereiro de 2011

Programação de 04 a 10 de fevereiro de 2011

 

 

TIO BOONMEE, QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS (“Lung Boonmee Raluek Chat”)

 

Apichatpong Weerasethakul, Reino Unido/Tailândia/Alemanha/França/Espanha, 2010, 113 min., 35mm.  (Livre)

 

PALMA DE OURO no Festival de Cannes 2010. Tio Boonmee, que sofre de insuficiência renal, escolhe passar seus últimos dias na floresta, cercado por pessoas que o amam. O fantasma de sua falecida mulher aparece para tomar conta dele, e seu filho desaparecido há tempos retorna para casa numa forma não-humana. Refletindo sobre as causas da doença, Boonmee anda pela floresta lembrando-se de suas vidas passadas em forma de homem ou animal. Ele chega a uma misteriosa caverna no topo de um monte – o lugar de origem de sua primeira vida.

Sessões: 14h30, 16h40, 21h20.


Ingressos: R$ 12,00 [6ª, sáb., dom. e feriados] / R$ 6,00 [idosos, estudantes, professores e usuários] / R$ 3,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes] / R$ 10,00 [2ª, 3ª e 5ª feira] / R$ 5,00 [idosos, estudantes, professores e usuários] / R$ 2,50 [trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes] / R$ 8,00 [4ª feira] / R$ 4,00 [idosos, estudantes, professores e usuários] / R$ 2,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes].

 

 

FORA DA LEI ("Hors la Loi")

 

Rachid Bouchareb, França, 2010, 138 min., 35mm. (14 anos)


Elenco: Jamel Debbouze, Roschdy Zem, Sami Bouajila.

 

Caçados na Argélia, três irmãos são separados de sua mãe. Messaoud vai para a Indochina. Em Paris, Abdelkader entra para o movimento pela independência da Argélia e Said faz fortuna nos clubes de boxe do bairro boêmio Pigalle. Seus destinos, unidos pelo amor de uma mãe, se misturarão inexoravelmente ao destino de uma nação em luta pela sua independência. Rachid Bouchareb dirigiu os longas Bâton Rouge (1985); Cheb (1991), premiado nos festivais de Cannes e Locarno. Por seu filme Dias de Glória (2006), os cinco atores principais levaram o prêmio conjunto de interpretação masculina no Festival de Cannes. Dirigiu também London River (2009), que rendeu ao ator Sotigi Kouyate o prêmio de melhor ator no festival de Berlim.

Sessões: 18h50


Ingressos: R$ 12,00 [6ª, sáb., dom. e feriados] / R$ 6,00 [idosos, estudantes, professores e usuários] / R$ 3,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes] / R$ 10,00 [2ª, 3ª e 5ª feira] / R$ 5,00 [idosos, estudantes, professores e usuários] / R$ 2,50 [trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes] / R$ 8,00 [4ª feira] / R$ 4,00 [idosos, estudantes, professores e usuários] / R$ 2,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes].

 

 

EXPOSIÇÃO MARIO TURSI – OUTRO OLHAR DO CINEMA ITALIANO


Com mais de 70 fotos, pela primeira vez em São Paulo, a mostra fotográfica de Mario Tursi, apresenta imagens clássicas e inéditas de grandes filmes do cinema italiano.
 
São 40 anos de cinema sob o olhar indiscreto de um dos maiores fotógrafos de cena da história do cinema com imagens de produções como Morte em Veneza e Ludwig de Luchino Visconti, O Carteiro e o Poeta de Michael Radford, e Gangues de Nova York e Kundum de Martin Scorsese.
 
O artista pregava a imagem como demonstração de "vida". Sua indescrição nos sets foi reconhecida por muitos diretores, entre eles Luchino Visconti, Ettore Scola, Martin Scorsese e Massimo Troisi. O projeto prioriza a cultura e formação através do olhar e da sensibilidade da fotografia em imagens que possibilitam a expressão por si mesmas.  


Com esta mostra será possível observar a qualidade fotográfica, técnica apurada, história da fotografia e a influência do cinema internacional na cultura do povo brasileiro. 


Parte da curadoria desta mostra será do amigo fraterno de Tursi - e também fotógrafo, Mimmo Cattarinich.
 
Hall do CineSESC - 14h às 21h. Grátis

 

 

CINECLUBINHO


Sessões dedicadas ao público infantil para, além de refletir, proporcionar a formação do olhar. Performances artísticas antes e depois da sessão.

 

Para fevereiro, o CineClubinho do CineSESC preparou uma programação super especial; serão exibidos quatro clássicos do cinema infantil nacional, um de cada uma das últimas quatro décadas, que tiveram sua origem na literatura e fizeram bastante sucesso quando estrearam. Filmes emocionantes e que marcaram época!


MEU PÉ DE LARANJA LIMA

 

Aurélio Teixeira, Brasil, 108 min, 1970. (12 anos)

 

Elenco: Júlio César Cruz, Aurélio Teixeira, Henrique José Leal, Leilane Chediak, Júlio Hofacker, Janet Chermont.


Baseado no best-seller de José Mauro de Vasconcelos. Drama infantil que emocionou muitas gerações. A história de Zezé, menino de seis anos de idade. Muito pobre, ele brinca num pé de laranja lima que se torna seu amigo e confidente.


Domingo, 06 de janeiro, 11h.

Grátis – retirada de ingressos com uma hora de antecedência.

 

 

Festival SESC Melhores Filmes 2011

 

 

Já é possível votar nos melhores filmes de 2010 para o Festival SESC Melhores Filmes, o mais antigo festival de cinema da cidade de São Paulo. Criado em 1974, oferece a oportunidade ao público de ver ou rever, a preços populares, o que passou de mais significativo pelas telas da cidade no ano anterior ao evento.

 

Cada pessoa deve votar apenas uma vez - no hall do CineSESC ou pelo site oficial (http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/melhores_filmes/index.cfm?edicao=2011) nas categorias melhor filme nacional e estrangeiro, melhor ator, atriz e diretor do Brasil e do mundo, melhor fotografia e roteiro para as produções nacionais. A votação será encerrada em 13 de fevereiro e o voto público vale desconto de 50% no ingresso de qualquer título em cartaz no CineSESC (promoção não acumulativa - válida no período de 7 de janeiro a 28 de abril de 2011).

 

Nesta 37ª Edição do Festival SESC Melhores Filmes, concorrem 295 títulos nacionais e internacionais que estiveram em cartas nos cinemas do país. O anúncio dos vencedores está previsto para 5 de abril.

 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ANIVERSÁRIO DE SÃO PAULO: MUSEU AFRO BRASIL ABRIRÁ DUAS MOSTRAS E LANÇARÁ DOIS LIVROS. PROGRAMAÇÃO GRÁTIS


 

Museu Afro Brasil inaugura duas exposições e comemora os 457 anos de São Paulo com programação especial

 

Serão lançados os livros "Eu Tenho um Sonho. De King a Obama - A Saga Negra do Norte" e "Textos de Negros e Sobre Negros" em parceria com a Imprensa Oficial do Estado

 

Data: 25 de janeiro

Hora: das 13 às 17 horas

Grátis

Em comemoração aos 457 anos da cidade de São Paulo o  Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo promoverá   dia 25 de janeiro, das 13 horas às 17 horas,  uma programação especial com  a abertura das exposições  "A Natureza Viva de Frans Krajcberg"  e "As Bandeiras do Vodu e os Primeiros Momentos do Terremoto"; o lançamento dos livros de arte  "Eu Tenho Um Sonho – De King a Obama – A Saga Negra do Norte" e "Textos de Negros e Sobre Negros", organizados pelo artista plástico Emanoel Araujo  e coedição com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; além do lançamento da nova edição da Revista Afro B - 03, publicação trimestral Museu Afro Brasil/Pontão de Cultura.

As exposições

Ø  A Natureza Viva de Frans Krajcberg – de 25 de janeiro a 27 de fevereiro. Uma seleção de fotos que revelam a grande paixão do artista, que é também um assumido defensor da natureza. Da visão deste amante solitário surgem imagens de beleza sedutora. As folhas, as flores, as matas e as florestas. Para esta mostra, o curador Emanoel Araujo selecionou 16 imagens que fazem parte do Calendário 2011 da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.  Frans Krajcberg é escultor, gravador e fotógrafo polonês, naturalizado brasileiro e radicado desde 1972, no Sul da Bahia , onde vive e trabalha entre milhares de espécies nativas que ele mesmo plantou em seu sítio. " Ele é um descobridor da beleza e do poder de fazer surgir, no meio das mais profundas florestas carregadas do silêncio e da intocabilidade, a sua voz de defensor eterno e apaixonado. Ele é um cultivador dos seres vivos, que acolhidos pelo seu olhar, se abrem para o Sol e se mostram em seu esplendor...", disse Emanoel Araújo.

 

Ø  As Bandeiras do Vodu e os Primeiros Momentos do Terremoto"- De 25 de janeiro a 27 de fevereiro -  A exposição apresenta objetos sagrados haitianos ao lado do trabalho fotográfico dos brasileiros Anderson Schneider e Caio Guatelli,  jornalistas que foram à capital Porto Príncipe para a cobertura da catástrofe que assoulou o país em janeiro de 2010. A mostra comemora o lançamento do catálogo "O Haiti Está Vivo Ainda Lá", da exposição apresentada no ano passado com 350 peças – entre bandeiras, garrafas e recortes sagrados.  A publicação,  lançada em parceria com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo,  apresenta o colorido da arte religiosa e dos símbolos sagrados do Vodu, com bandeiras bordadas, garrafas estampadas, bonecas rituais, recortes de chapas de metal e de borracha.

 

Nesta mostra objetos e imagens colocam lado a lado o sagrado e  a resistência do povo haitiano marcado por traumas e infortúnios. A arte religosa é representada por cerca de 70 objetos sagrados presentes nos rituais de Vodu.  Já as imagens refletem o caos, a dor e a resistência de um povo diante da destruição de sua terra natal. São 70 fotos de Anderson Schneider e Caio Guatelli que mostram as ruas de Porto Príncipe tomadas por escombros, sobreviventes, cadáveres, equipes de socorro e  militares.  "Espessas colunas de fumaça erguem-se de todos os cantos da cidade como legiões de valquírias negras, levando aos céus as feridas da terra – feridas que deixaram com ainda menos os que já quase nada tinham", narrou Anderson.  As fotos de Caio traduzem momentos de angústia vividos no cumprimento do dever de repórter. "O cenário da cidade destruída pelo terremoto fica ainda mais caótico, quando barulhos de tiros soam no meio da correria. O cheiro de cadáveres agora se mistura ao de pólvora, e a tragédia parece só aumentar...", disse.

Lançamentos de livros

Ø  Textos de Negros e Sobre Negros – Org. Emanoel Araujo (Coedição Museu Afro Brasil e Imprensa Oficial do Estado de SP). O livro é um mergulho na vida, na cultura e na construção da complexa identidade do negro brasileiro.  São mais de 30 textos formando uma super coletânea, onde negros (famosos ou não) refletem sobre personalidades negras que tiveram um olhar sensível, mesmo na adversidade de momentos poucos favoráveis, mas cheios de paixão para entender, compreender e interpretar o outro. As páginas misturam escritos de personagens célebres com Luís Gama, Teodoro Sampaio, Machado de Assis,  Cruz e Souza, Auta de Souza e Noel Rosa com contemporâneos como    Mello Moraes Filho, Roger Bastide e Oswaldo de Camargo.

Entre os textos estão  "O Príncipe Obá II", de Mello Moraes Filho; "O Africano Colonizador", de Manuel Raimundo Querino; "Aspectos da influência africana no Brasil", de Gilberto Freire; "Uma festa de Xangô no Opó Afonjá", Vivaldo Costa e Lima; "A importância nacional do negro", Édison Carneiro; "O emparedado", Cruz e Souza; "Sabina", Machado de Assis; "Retrato de um primo", Emiliano Di Cavalcanti; "Mulato Bamba", Noel Rosa;  "Mais cedo ou mais tarde", Geraldo Pereira; "Poemas Negros", Jorge de Lima; "Ao pé do túmulo", Auta Souza; "Negra", Golçalves Crespo; "O estranho", Oswaldo de Camargo; e "Ética enviesada desvia enfrentamento do problema negro", Milton Santos, entre outros.

"Este livro não traz somente textos sentimentais de negros sobre negros, mas,  nas linhas e nas entrelinhas, o grande legado construído na adversidade (...) Nestas páginas estão escritas as lutas vividas por cada cidadão afro-brasileiro, que alimentou a sede de liberdade", escreveu Emanoel Araujo.

Ø  Eu Tenho Um Sonho. De King a Obama – A Saga Negra do Norte" – Org. Emanoel Araujo (Coedição Museu Afro Brasil/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo). A obra é baseada na exposição de mesmo nome, inaugurada em 20 de novembro de 2009. Imagens, textos e obras foram selecionadas para celebrar, em um pouco mais de um século após a Abolição dos Escravos,  a grande conquista do afro-americano: ter um negro na presidência dos Estados Unidos. É uma recuperação histórica que sublinha momentos importantes desde a escravidão, passando pela abolição, Guerra da Secessão e culminando com a luta pelos direitos civis, marcada pelo grande líder Martin Luther King e finalmente a  eleição de Barack Obama. O livro  destaca as obras inéditas de nove artistas brasileiros: Antonio Hélio Cabral (obra: KO), Antonio Peticov (obra: Nobel Obama), Alex Ornest (obra: Controlando a Máquina), Baravelli (obra: Ilustração no estilo americano), Claudio Tozzi (obra: Obama), Helena Sardenberg (obra: Keep on walking), Futoshi Yoshizawa (obra: Multidimensão com B. Obama), Ivald Granato (obra: Barack Obama-Emanoel Araujo), Newton Mesquita (obra: Barack Obama), Macaparana (obra: Dia de Obama/Série Cidades) e Siron Franco (obra: Porta Retrato do Menino Barack Obama).

   

Funcionamento: de terça a domingo, das 10 às 17 horas (permanência até às 18h)

Estacionamento: Portão 3 – Zona Azul

Entrada: Grátis

Classificação: Livre

Para maiores informações: faleconosco@museuafrobrasil.org.br

Para agendar visitas: agendamento@museuafrobrasil.org.br ou

Fone: 55 11   3320-8900 ramal 121

 

Diretor curador: Emanoel Araujo

Diretor executivo: Luiz Henrique Marcon Neves

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº

Parque Ibirapuera- Portão 10

São Paulo- SP - Brasil

CEP: 040094-050

Fone: 55 11 3320-8900

www.museuafrobrasil.org.br

 


 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mostra CCBB - Luc Mollet

LUC MOULLET, CINEMA DE CONTRABANDO

 

EM FEVEREIRO, AMPLA RETROSPECTIVA DEDICADA AO FRANCÊS LUC MOULLET

 

 

*** evento acontece em SP, RJ e Brasília, com presença do homenageado

 

 

 

Um dos expoentes do movimento da Nouvelle Vague e conhecido por seu cinema bem humorado, de temática anti-autoritária e de estética inovadora influenciada pelos filmes B norte-americanos, o diretor e crítico francês Luc Moullet  ganha inédita retrospectiva de sua obra. Intitulada "Luc Moullet, Cinema de Contrabando", a mostra acontece nas unidades do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (1º a 20 de fevereiro), de São Paulo (2 a 20/02),  e de Brasília (15/02 a 6/03) e conta com a presença do homenageado nas três capitais.

 

O evento já tem confirmada a exibição de 36 das quatro dezenas de títulos dirigidos por Moullet, entre longas, telefilmes e curtas-metragens.

 

Nascido em Paris em 1937, o cineasta tem entre seus admiradores nomes como Jean-Luc Godard, Jean-Marie Straub, Claire Dennis, Raoul Ruiz e o brasileiro Carlos Reichenbach. Sua filmografia, premiada pelos mais importantes festivais internacionais, como Cannes e Berlim, mereceu, entretanto, muito pouca circulação no Brasil.

 

Moullet acumula também destacada atividade como crítico, iniciada aos 18 anos de idade na prestigiosa revista Cahiers du Cinéma. Seus textos são reconhecidos como fundamentais para a Nouvelle Vague e os novos cinemas que eclodiram nos anos 1960 em países como a ex-Tchecoslováquia, Hungria, Brasil e Polônia, entre outros. Seu trabalho crítico aborda diretores como Fritz Lang, Cecil B. DeMille, Jean-Luc Godard, Gerd Oswald, Miklós Jancsó e Catherine Breillat.

 

Autodefinido como um cineasta cômico, Moullet é considerado como herdeiro de Jacques Tati, pela percepção visual e sonora, e de Alfred Jarry, por sua capacidade de oscilar no absurdo. O cineasta também é filiado a uma família de cineastas marginais que escolheram exprimir-se na primeira pessoa do singular (assim como Philippe Garrel e Jonas Mekas).

 

Seu longa de 1966 "Brigitte et Brigitte" conta com participações dos cineastas Samuel Fuller, Claude Chabrol, Eric Rohmer e André Téchiné. Seus longas seguintes incluem um autêntico filme B ("Les Contrebandières", 1967), um western psicológico com o mítico ator Jean-Pierre Léaud ("Une Aventure de Billy le Kid", 1971, nunca lançado na França, mas de boa circulação no exterior) e uma paródia de dramas românticos ("Anatomie d'un Rapport", 1975, co-dirigido com a sua esposa Antonieta Pizzorno, ficção documental sobre a sexualidade de um casal logo após 1968, estrelado pelo próprio Moullet, Christine Hebert e Antonietta Pizzorno). A maior parte dos filmes que realizou a seguir organizam-se em torno dos princípios de "Anatomie d'un Rapport": Luc Moullet no papel principal, voz off, humor, imagens do quotidiano, oscilação entre a ficção e o documentário, autobiografia e comédia.

 

A partir dos anos 1980, Moullet inicia uma produção de curtas-metragens de humor, realizados entre as filmagens de seus longas. Em 2000, o curta "Le Systeme Zsygmondy" foi premiado no Festival de Cannes, onde, em 1979, "Genèse d'un Repas" havia sido laureado.

 

Em 1987, no mesmo festival, o longa "La Comédie du Travail" venceu o Prêmio Jean Vigo - uma premiação concedida a jovens diretores (Moullet tinha 50 anos à época). "Les Sièges de l'Alcazar", longa de 1989, é considerado pela crítica como filme a respeito da cinefilia de todos os tempos.

 

Vivendo atualmente momento de celebração de sua carreira, Moullet viu recebida com entusiasmo uma caixa de DVDs reunindo seus primeiros oito longas-metragens lançada em 2007 na França e Estados Unidos (veja texto ao final).

 

Em 2009 Moullet novamente causou sensação no Festival de Cannes ao apresentar "La Terre de la Folie", um tratado sobre as relações entre a loucura e a região francesa dos Alpes do Sul, terra de origem do cineasta (segundo ele, local que teria mais loucos assassinos ou suicidas do que outros territórios similares). Também em 2009, o cineasta ganhou importante retrospectiva de sua obra organizada pelo Centre George Pompidou, em Paris. Para o presidente do Centre Pompidou, Alain Seban, o cineasta é dono de uma obra "inventiva e divertida, que inspirou e estimulou artistas de todas tendências, de Jean-Luc Godard a Claire Dennis".

 

Para Jean-Marie Straub, "depois de Moullet,  estamos há muito tempo à espera de um cineasta tão importante como ele e que mostre tanta liberdade. "Les Contrebandières" já era um filme extraordinário, e "Une Aventure de Billy Le Kid", é uma obra-prima, o melhor filme com Jean-Pierre Léaud e um dos raros filmes surrealistas franceses. Luc Moullet é sem dúvida o único herdeiro de Buñuel e Tati."

 

Além da exibição da filmografia de Moullet, o evento promove a sua vinda para apresentar sessões e conversar com o público nas três capitais em que a programação é exibida. Também está sendo organizada uma publicação inédita no Brasil sobre a obra de Luc Moullet. A curadoria e organização geral do evento é assinada por Francisco Cesar Filho e Rafael Sampaio. A produção do evento é da Klaxon Cultura Audiovisual, em colaboração com Associação do Audiovisual, com patrocínio do Banco do Brasil.

 

filmografia de Luc Mollet

 

2010 : Toujours moins (12min, cor)

2010: Chef d'ouvre (15min, cor)

2009 - La Terre de la Folie (85min, cor)
2007 - Le Prestige de la Mort (75min, cor)

2006: Jean-Luc selon Luc (7min, cor)
2006 : Le Litre de lait (13min, cor)
2006 : Quelques gouttes en plus (6min, cor)

2001 : Sans titre (4min, cor)
2000 - Le Système Zsygmondy (18min, cor)

2002 - Les Naufragés de la D17 (81min, cor)
1998 - … Au Champ d'Honneur (15min, cor)

1997 - Nous sommes tous des Cafards (10min, cor)
1996 - Le Fantôme de Longstaff

1996 - L'Odyssée du 16/9 (11min, cor)
1995 - Le Ventre de l'Amérique (25min, cor)
1994 - Imphy, Capitale de la France (24min, cor)
1994 - Toujours Plus (24min, cor)
1994 – Foix (13min, cor)
1992 – Parpaillon (84min, cor)

1991 - La Cabale des Oursins (17min, cor)
1990 - Aeroporrr d'Orrrrly (6min, cor)
1990 - La Sept Selon Jean et Luc (13min, cor)
1989 - Les Sièges de l'Alcazar (52min, cor)

1988 - Essai d'Ouverture (15min, cor)
1987 - La Comédie du Travail (88 min, cor)
1987 - La Valse des Médias (27min, cor)
1986 - L'Empire de Medor (13min, cor)
1984 – Barres (14min, cor)
1983 - Les Minutes d'un Faiseur de Film (13min, PB)
1983 - Les Havres (12min, cor)
1982 – Introduction (8min, cor)
1981 - Ma Première Brasse (43min, PB)
1978 - Genèse d'un Repas (117min, PB)
1975 - Anatomie d'un Rapport
1971 - Une Aventure de Billy le Kid (77min, cor)
1967 - Les Contrebandières (80min, PB)
1966 - Brigitte et Brigitte (75min, PB)
1962 - Capito? (8min, cor)
1961 - Terres Noires (19min, cor)
1960 - Un Steack trop Cuit (19min, PB)
 

Sobre Luc Moullet

"Caixa de DVDs lançada na França

permite redescobrir a obra do rebelde diretor Luc Moullet"

 

por Pedro Maciel Guimarães

 

A Nouvelle Vague não foi igualitária com seus criadores. Se de um lado temos Godard, Truffaut, Chabrol e Rivette, que se tornaram cineastas aclamados mundialmente, do outro lado, temos Luc Moullet, cineasta político e prolífico que ficou à sombra de seus companheiros, apesar de ter uma das mais ricas filmografias do cinema de autor francês.

Uma caixa com oito dos primeiros filmes de Moulet foi lançada recentemente na França e permite agora rever a obra deste diretor rebelde, que começou a dirigir praticamente no mesmo momento em que eclodia a Nouvelle Vague -seu segundo curta, "Terres Noires" (1961), é um ensaio cinematográfico sobre pobres no interior da França e tem a consistência de um "Las Hurdes", de Buñuel.

A estrela da coletânea de Luc Moullet é seu primeiro longa, "Brigitte e Brigitte", uma espécie de versão feminina de "Os Primos" (Claude Chabrol, 1959). O longa de 1966 atualiza alguns dos preceitos inovadores colocados em prática por Godard desde "Acossado": uma cinefilia incontida e engajada, a distinção radical entre a imagem e o som, a cacofonia de sons e diálogos. "Brigitte e Brigitte" coloca na frente da ação duas amigas do interior, recém-chegadas na Paris dos anos 60. Enquanto Godard, Truffaut e Chabrol escolheram freqüentemente contar sobre conquistas amorosas do ponto de vista de um personagem masculino, Moullet o faz do ponto de vista das garotas, que usufruem dos mesmos direitos libertários que comandavam os personagens masculinos do movimento.

A supremacia feminina continua no segundo longa do diretor, "As Contrabandistas" (1967), uma comédia dramática que bebe na fonte de "Jules et Jim" (só que com duas mulheres para um homem) e vai além da narrativa de Truffaut, ao inserir elementos revolucionários e mensagem política num "road movie a pé", bastante coerente com a idéia de filme baixo orçamento defendida por Moullet.

"As Contrabandistas" usa do humor para militar em favor da paz ("o contrabando é a melhor maneira de lutar contra uma guerra; se não há impostos, não há dinheiro para comprar armas", dispara uma das contrabandistas). Filme radicalmente contra a sociedade de consumo, nele as personagens, marginais dentro do capitalismo, são também dissidentes no seu próprio universo -as duas garotas fogem não só dos agentes da alfândega como também do "sindicato das contrabandistas". "Brigitte e Brigitte'' e "As Contrabandistas'' serviram de base para o cinema de Moullet nas décadas seguintes, que reuniu o militantismo polílitico a uma narrativa de cunho bastante pessoal, em que o trabalho do ator é a peça-chave.

Luc Moullet, ele mesmo, e ator e teórico da interpretação para o cinema 1. Comparado várias vezes pela crítica francesa ao humorista Jacques Tati, Moullet só viria a criar seu "personagem único", nos mesmos moldes de Tati, Buster Keaton ou Charles Chaplin, na metade dos anos 70, com outros dois filmes: "Anatomia de uma Relação" (1976) e "A Gênese de uma Refeição" (1978), que são obras gêmeas e complementares da nova fase da filmografia do diretor.

"Anatomia de uma Relação" parte de uma perspectiva pessoal para falar de um mal-estar coletivo: a dificuldade das relações no capitalismo. Desse filme, Serge Daney vangloriou as virtudes inovadoras da utilização do som, entre a modernidade e o classicismo. "É um filme do começo do cinema falado, sobretudo na interpretação de Moullet... que articula o texto com uma voz que parece já envelhecida... como se houvesse sempre uma lição a ser tirada daí. O espectador fica então diante de algo bastante cotidiano, mas que é ao mesmo tempo conduzido de uma maneira interpeladora através da voz", escreveu Daney 2.

Já "A Gênese de uma Refeição" vai mais fundo nos questionamentos sociais, políticos e metalingüísticos. Moullet parte em expedição à África e à América Latina para investigar como são produzidos os alimentos que chegaram à sua mesa no almoço daquele dia. Com esse ponto de partida, que lembra alguns filmes do movimento Kino-Pravda, de Dziga Vertov, Moullet mostra como os trabalhadores africanos e latino-americanos recebem menos e têm condições de trabalho mais duras do que os trabalhadores europeus; como a inflação e os atravessadores aumentam consideravelmente os preços dos produtos industrializados; e como os operários e agricultores são o elo mais fraco do sistema de produção.

Não são conclusões que possam surpreender um militante da esquerda, mas Moullet conduz seu "documentário" de maneira bastante pessoal, usando o próprio corpo (e o da sua atriz principal) como meios de expressão. Sua presença física marca a construção da narrativa, individualizando a obra e a impedindo de ser rotulada em qualquer gênero cinematográfico. Segundo o crítico Fabrice Revault d´Allones, o diretor adota um olhar clínico sobre o real 3, até o ponto de discutir como o cinema (e mais especificamente o seu filme) se insere perfeitamente na lógica comercial. Para o crítico Serge Le Peron, trata-se de um verdadeiro filme de agitação 4.

Em outro "road movie a pé", "Uma Aventura de Billy the Kid" (1971), Moullet não só parodia o gênero mais tradicional do cinema americano, o western, como também o leva para dentro da forma européia de fazer cinema. O filme se insere ainda mais no universo nouvelle-vaguiano por ter sido estrelado por Jean-Pierre Léaud, intérprete-símbolo de Truffaut.

Com esse filme, Moullet pôde pôr em prática um paradoxo que parece inerente ao seu cinema (e também ao dos seus colegas da Nouvelle Vague): como um diretor de cinema europeu, com um baixo orçamento, sendo um militante político, pode fazer um filme de gênero, como aqueles que floresceram no cinema americano? Ele também indaga sobre a razão de o western fascinar até mesmo diretores que estão geográfica e culturalmente bem distantes do universo simbólico que o gênero retrata.

A preocupação com o western reaparece em "A Girl is a Gun" (o filme tem título em inglês), em que Moullet cria um estudo formal sobre como o gênero teria se desenvolvido caso tivesse nascido nas planícies do Luberon, região central da França, e não nos desertos do Arizona. Obviamente, a hipótese é absurda e ignora de propósito a dimensão histórica e ideológica do western, com sua função de representar a grandeza da nação americana no cinema, bem como a supremacia dos brancos sobre os nativos.

Parafraseando Lubitsch, Luc Moullet costuma dizer que "para saber filmar atores, é necessário saber filmar montanhas". E são esses dois elementos o centro nervoso de várias de suas ficções. "Eu sou um verdadeiro autista, me sinto perfeitamente bem nas montanhas ou nos desertos. Durante 15 dias atravessei o Colorado sem ter uma conversa com quem quer que seja, e os lugarejos me interessam sobretudo quando estão em ruínas", revelou Moullet num texto à revista "Cinéma" 5.

Em "Uma Aventura de Billy the Kid", Moullet deixa a paisagem tomar conta da sua mise en scène, e a suspensão da narrativa, uma das características mais marcantes do cinema moderno, acaba virando regra no filme. A errância, a predominância de planos abertos, em que o homem parece em desvantagem perante a natureza, são também elementos de "As Contrabandistas".

A caixa de DVDs de Luc Moullet se completa com uma nostálgica declaração de amor às salas de cinema. Em "Les Sièges de l´Alcazar", figuras míticas das salas escuras (a vendedora de balas, a bilheteira, o projecionista) se misturam a dois personagens criados a partir de exemplos opostos da cinefilia dos anos 60: as revistas rivais "Cahiers du Cinéma" e "Positif". Enquanto assiste a filmes de Visconti, Feuillade, Antonioni e Cottafavi, o crítico dos "Cahiers" se apaixona pela garota que faz crítica para a "Positif"", e os dois vivem um amor impossível em meio a ideologias díspares e preferências imutáveis que cercam cada uma das revistas.

Os filmes lançados em DVD, de difícil acesso mesmo na França, são uma boa introdução à obra do diretor, que está terminando seu novo trabalho, "Le Prestige de la Mort". Há mais de dez anos, Moullet alterna o trabalho de diretor com o de professor em escolas de cinema, como a Femis, e se mostra sempre atento a cinematografias do Terceiro Mundo ou de países periféricos. Entusiasta do cinema brasileiro, chegou a afirmar que o gaúcho Jorge Furtado seria o cineasta mais instigante do continente americano. Para quem vem de uma formação cinéfila ancorada no cinema hollywoodiano como Moullet, o elogio ganha ares de uma piscadela ideológica.

1 - Moullet é autor de "La Politique des Acteurs", análise sobre a interpretação e o trabalho do ator tendo por base 4 atores norte-americanos Gary Cooper, John Wayne, Cary Grant, James Stewart.

2 - S. Daney in "Entrevista com Luc Moullet", "Cahiers du Cinéma", nº 283, dezembro 77, p. 47.

3 - F. Revault d´Allones, "Luc Moullet, Comique Moderne", in "Luc Moullet, le Contrabandier", Paris, Cinémathèque Française, 1993, p. 7.

4 - S. Le Peron, "La Narration Genetico-Agitatoire de Luc Moullet", "Cahiers du Cinema", nº 299, abril 1979.

5 - L. Moullet, "Mes Paysages", "Cinéma" 10, outono 2005, p. 14.

 

(publicado pela revista digital Trópico, 24/4/2007)


 
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