quinta-feira, 19 de maio de 2011

CAIXA CULTURAL APRESENTA A EXPOSIÇÃO "SÃO PAULO SÉCULO XXI"

 

O fotógrafo Fausto Chermont convida os visitantes a enxergar a capital paulista com outros olhos

 

A Caixa Cultural São Paulo apresenta, de 21 de maio a 17 de julho, a exposição "São Paulo Século XXI", do fotógrafo Fausto Chermont, que pode ser percorrida e experimentada com diferentes enfoques, que convidam os visitantes a enxergar a megalópole paulista por diversos prismas, ressaltando tanto a arquitetura quanto outros aspectos visuais e urbanísticos. A entrada é gratuita e o evento é patrocinado pela Caixa Econômica Federal.

 

Sob enfoque dos processos históricos do fazer fotográfico, pode-se perceber a grande variedade de equipamento, utilizados na captura das imagens. Câmeras analógicas, convencionais ou customizadas por lentes adaptadas, e filtros criam distorções e efeitos óticos, além de possibilitar enquadramentos diferenciados da paisagem urbana.

 

Outro aspecto observado é a evolução – interpretada como mudança e não como melhoria. Essa passagem tem origem nos recursos tecnológicos, usados desde o século XIV (analógicos e físico-químicos), até os dias de hoje (câmeras digitais, digitalização de imagens e impressões), que ocupam o espaço das anteriores revelações. As fotos, que foram impressas digitalmente, tiveram seus negativos (películas) escaneados e digitalizados. No entanto, não receberam tratamento de manipulação de imagens por programas computacionais. A mostra apresenta a coexistência de ambos os sistemas num mesmo momento – analógico e digital – com o objetivo único: a fotografia.

 

Outra característica da fotografia de Fausto Chermont é o rigor técnico. Apesar de não ser uma característica da arte contemporânea, esse rigor oferece ao artista recursos e opções de representação e linguagens, que podem ser percebidas nas fotos noturnas, internas e aéreas. O longo período de exposição dos negativos faz desaparecer as pessoas e os automóveis que passam. Paradoxalmente, é assim com a cidade: ela fica. O que foi edificado e resistiu a ela própria, está estampado nas fotografias, enquanto as pessoas seguiram suas vidas, outras vidas; outro tempo, em outros lugares.

 

SOBRE O FOTÓGRAFO

 

Fausto Chermont é brasileiro, paulistano, tem 49 anos e estudou Administração de Empresas na PUC - SP. Fotografa desde os 13 anos, e se considera profissional a partir de sua primeira exposição individual, "Jequitinhonha / Brasil", realizada em 1981, que circulou por várias capitais do país.

Em 1987 abriu o "Nonsense Studio de São Paulo", laboratório e estúdio fotográficos. De 1987 a 1991 coordenou a documentação de foto e vídeo do projeto "Invernagem Polar" na Península Antarctica.

Foi diretor da União dos Fotógrafos do Estado de São Paulo - 1988/89 1990/91. É fundador e diretor do NAFOTO, que há 20 anos realiza o Mês Internacional da Fotografia de São Paulo. Coordenou as VI e VIII edições em 2003 e 2007. Evento que já produziu mais de 200 exposições entre 1991 e 2007.

Foi fundador e vice-presidente da Cooperativa dos Artistas Visuais do Brasil e membro do Conselho Municipal e Estadual de Cultura nas Comissões de artes Visuais. Trabalhou no Museu Da Imagem e do Som (MIS) por quase 10 anos, onde coordenou, organizou e curou diversos projetos nas áreas de fotografia e de novas tecnologias, sendo membro do conselho, que já presidiu entre 1999 e 2001.

Atua regularmente como fotógrafo em projetos de meio ambiente e, há mais de 20 anos, participa de expedições esportivas, ecológicas, culturais e científicas, tendo publicado o livro "Em busca dos Dinossauros" conjuntamente com o Museu Nacional (RJ), em 2003.

Possui trabalhos em diversas coleções de instituições publicas e privadas alem de coleções particulares, no Brasil e no exterior.

 

 

 

 

Serviço:

Exposição "São Paulo Século XXI"

Abertura para convidados e imprensa: dia 21 de maio de 2011, às 11h

Visitação: de 21 de maio a 17 de julho de 2011

Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.

Local: CAIXA Cultural São Paulo (Sé) – Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo (SP)

Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400

Acesso para pessoas com necessidades especiais

Entrada: franca


Recomendação etária: livre

terça-feira, 17 de maio de 2011

Lancamento do livro Anatomia e Fisiologia Aplicadas ao Hatha Yoga

Anatomia e Fisiologia Aplicadas ao Hatha Yoga - Volume 1: Sistema Locomotor
LANÇAMENTO
ImageDanilo Forghieri Santaella
Gerson D'Addio da Silva
• 176 páginas
• Formato 16x23 cm
• 4 cores
A antiga ciência do Yoga não é apenas para a Índia: é a grande contribuição dos antigos rishis para toda humanidade. Para que continue trazendo benefícios para a sociedade, sua divulgação não deverá acontecer na antiga linguagem tradicional.
É desta forma, citando o Swami Paramahansa S´riman Madhavadasa Maharaja (1800 – 1921), que os autores explicam a abordagem utilizada para compor as páginas de "Anatomia e Fisiologia Aplicadas ao Hatha Yoga - Volume 1: Sistema Locomotor".
Explicando as técnicas de Yoga numa linguagem acessível ao público moderno, Santaella e Silva demonstram que os benefícios do Yoga podem ser comprovador utilizando os métodos aplicados nas ciências ocidentais.
Um dos destaques da obra está nas imagens explicativas de cada postura. As imagens foram redesenhadas usando como referência fotos cujos modelos são professores, o que lhes confere total realismo.
Os autores
Danilo Forghieri Santaella - Bacharel em Educação Física pela Escola de Educação Física e Esporte da USP. Especializou-se em Yoga pela UniFMU e em Terapia Ayurvédica pela clínica Dhanvantari.
É mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Atualmente é professor de Yoga no Centro de Práticas Esportivas da USP e coordena o Instituto Mahananda de Yoga e Ayurveda.
Além disso, atua em diversos cursos de capacitação e pós-graduação em Yoga em São Paulo e em todo o Brasil promovidos pelo Instituto de Pesquisa e Ensino em Yoga (IEPY) e pelo Mahananda.
Gerson D'Addio da Silva - Comunicador social e educador físico graduado pela EEFEUSP.
Especializou-se em fisiologia pela UNIFESP e em Yoga pela FMU e pelo Kaivalyadhama Institute (Índia). É mestre pela FMUSP com estudo sobre Yoga na fibromialgia.
Vem aplicando o Yoga com públicos especiais e convencionais em hospitais, escolas, clubes e academias e leciona em cursos de capacitação e formação em várias partes do Brasil, independentes ou vinculados ao IEPY. Coordena o curso livre de Yoga da Humaniversidade.

MABLA: Movimento Afro-brasileiro Pró-Libertação de Angola (1960-1975)

Movimento Afro-brasileiro Pró-Libertação de Angola (MABLA) – Um Amplo Movimento: Relação Brasil e Angola de 1960 a 1975, Mestrado em História – PUC/SP – 2010, de José Francisco dos Santos, será o centro do debate no próximo dia 30 de maio, segunda-feira às 18h30, promovido pelo CEDEM – Centro de Documentação e Memória da UNESP.
            A pesquisa registra o relacionamento entre Brasil e Angola, entre a década de 1960 e 1970 por meio do Movimento Afro-brasileiro Pró-Libertação de Angola (MABLA). Movimento que envolveu diversos setores da sociedade especialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. As ações desse Movimento manifestaram-se no sentido de sensibilizar a opinião pública brasileira para os problemas enfrentados pelas então colônias portuguesas na África. São abordadas as ações em prol da independência de Angola, por parte do Brasil.  Os ônus enfrentados foram grandes, visto que o processo de independência de Angola estava inserido na conjuntura da Guerra-Fria, tendo como agravante o fato de que estava sob o domínio do já anacrônico regime português salazarista estabelecido em 1926. Regime este que o Brasil teve relações estreitas até quase o seu término, em 1974, com a Revolução dos Cravos.
            O MABLA estabeleceu laços com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), movimento que mantinha relações estreitas com a União Soviética e Cuba. Contudo, com o Golpe Civil-Militar de 1º de Abril de 1964 que alinha o Brasil com os Estados Unidos, alguns militantes do MABLA foram presos. Por outro lado, esse mesmo regime Civil-Militar foi o primeiro a reconhecer a independência de Angola em 11 de novembro de 1975, tendo à frente o MPLA. Portanto, é analisado o desenvolvimento das relações entre Brasil e Angola, procurando entender as conjunturas da década de 1960 a 1970, tendo em vista as suas transformações.


Expositor
 José Francisco dos Santos
Graduação em História – UNESP
Mestrado em História – PUC/SP
Doutorando em História – PUC/SP e é Professor da FMU

Debatedora
 Lúcia Helena Oliveira Silva
Graduação em História – PUCAMP, Mestrado em Educação – UNICAMP,
Doutorado em História – UNICAMP, Pós-Doutorado em História – New York University
Vice-Coordenadora do NUPE/UNESP e é Professora da UNESP

Mediador
Lincoln Secco
Graduação em História – USP
 Mestrado e Doutorado em História Econômica – USP
Livre Docente em História - USP

PARTICIPE E CONVIDE OS SEUS AMIGOS!

Inscrições gratuitas c/ Sandra Santos pelo e-mail: ssantos@cedem.unesp.br
Data e horário:  30 de maio de 2011 (segunda-feira) às 18h30
Local: CEDEM/UNESP - Centro de Documentação e Memória
Praça da Sé, 108 - 1º andar, esquina c/ Rua Benjamin Constant (metrô Sé)
(11) 3105 - 9903 - www.cedem.unesp.br

El Mar em Buenos Aires

Exposição de Nilo Biazzetto Neto reúne imagens dos mares do Caribe e do Mediterrâneo na costa da Espanha.
Brasileiros que estiverem em Buenos Aires entre 24 de maio e 17 de junho terão como opção cultural a exposição fotográfica do curitibano Nilo Biazzetto Neto. Ele foi convidado para expor no Espacio de Arte La Paz, uma conceituada galeria de arte Argentina, localizada no charmoso bairro da Recoleta.
A mostra, intitulada El Mar , é resultado de mais de 500 imagens dos mares do Caribe e do Mediterrâneo na costa da Espanha, ambos de língua espanhola, capturadas entre 2010 e 2011. A curadora da galeria, María Eugenia Avendaño, sugeriu de início que a exposição se chamasse Marmol (mármore em castelhano), já que as imagens de fato lembram cortes da pedra nobre. Algumas remetem a imagens feitas por satélite e até mesmo ao couro de um elefante.

Esta será a 1ª exposição internacional de Nilo, fruto de incentivo do fotógrafo paulistano André Cypriano. Sobre a estreia em terras estrangeiras, Nilo destaca o quão satisfatório é saber que todos os 17 anos de fotografia e dedicação não foram em vão. “Este será um dos momentos de maior reconhecimento pelo meu trabalho”, afirma.
Fotografias que envolvem o tema Água são recorrentes nas exposições de Nilo. Em 2009, ele expôs a mostra Ritmos, composta de imagens que tinham como tema central o movimento das águas, cujas fotos foram produzidas no mar, em rios e lagos brasileiros. “Desde cedo tive muita proximidade com o elemento água, por meio de esportes como a natação e o surfe. Assim, quando fotografo para mim mesmo, por prazer, gosto do efeito que a matéria líquida garante às imagens”, completa.
Localizada na Rua Azcuenaga 1739 pb “B”, a galeria funciona das 16h às 20h de segunda a sexta-feira. A entrada é gratuita. A abertura da exposição acontece no dia 24 de maio a partir das 19h. Saiba mais acessando www.lapazespaciodearte.com.ar. Outros trabalhos do fotógrafo podem ser vistos no endereço www.niloneto.com.br. 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Exposição aborda as transformações dos vínculos sociais no espaço público e na natureza



( Fortaleza, Ceará, Brasil - Comunique-se - ) O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abrirá a exposição “Imagem e Espaço” no próximo dia 17 (terça-feira), às 18 horas. Gratuita ao público, a exposição ficará em cartaz até o próximo dia 17 de junho (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 12h às 18h).
A partir do curso de Realização em Audiovisual, oferecido pela Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura de Fortaleza, foram selecionadas para a mostra quatro vídeo-instalações, que trabalham questões como: as transformações no espaço público e na natureza dos vínculos sociais, a partir do fenômeno da aceleração tecnológica e dos fluxos de informação e produção audiovisual; as dimensões simbólicas na relação imagem e espaço; realização de atividades teóricas e práticas e análise da diversidade de imagens, com ênfase na representação sobre a cidade e seus múltiplos espaços sociais.

A imagem como possível espaço humano (texto de Hugo Pierot) 
Como enquadrar aquilo que é humano? Como espacializar os desejos de felicidade, a busca de uma identidade ou sua constituição, a relação com o outro e a criação de um universo onde interagem personagens virtuais? Como construir um espaço em que, aquilo que é humano, sejam os sentimentos mais íntimos, o lúdico ou a descoberta de si e do outro, possam pulsar, tensionar e não apenas serem representados?
De uma forma ou de outra, os trabalhos apresentados na exposição Imagem e Espaço lidam com o problema de transformar em espaço habitável, tangível até, as relações estabelecidas com o outro, apontando, consequentemente, para as subjetividades de cada realizador, como numa via de mão dupla. 
Outro problema retomado talvez seja o de pensar o cinema como uma possibilidade para além da sala escura com cadeiras e tela de projeção, onde o espectador está imóvel (como no útero materno). 
Cada obra desta exposição lida com estas buscas de diferentes formas: seja por meio da criação de um ambiente imersivo (porém circulável, e convidativo à tatilidade); pela interferência direta do espectador e pela absorção/transformação/manipulação da iconografia cinematográfica; pela relação que se estabelece do eu com o eu-imagem; ou ainda pela tentativa de intervir no fluxo já pré-estabelecido das imagens na intenção de dar outras vozes e outros corpos midiáticos às pessoas comuns. 
Embora as obras aqui apresentadas se insiram em um contexto que, como disse Philippe Dubois, estabelece a “arte da experiência mais do que da contemplação, do fenômeno mais do que da essência, da presença mais do que da representação”, todas procuram lidar com a experiência do cinema, trazendo para a superfície da imagem aquilo que nela há de mais humano.

Sinopses das quatro vídeo-instalações
MACHINENBAD, de Leonardo Ferreira
Equipe: Lucas Carvalho, Júlio Figueroa, Gabriel Petter, Luziany Gomes, Elisa Ratts, Rodrigo Fernandes, Eduardo Pereira
Em uma instalação composta por três projeções cujas imagens dialogam, acompanhamos uma transcriação de “Ano Passado em Marienbad”, de Alain Resnais, filme no qual, num fluxo temporal e espacial fragmentado e não-naturalista, a dinâmica labiríntica dos encontros entre um homem misterioso e uma bela mulher desenvolve-se no interior de um luxuoso hotel. Nesta adaptação, porém, apenas modelos e cenários virtuais, baseados num jogo de videogame, são utilizados - um vídeo machinima. Enquanto a narrativa pré-editada é exibida em duas telas de imagens diferentes que se complementam, numa terceira podemos encarnar um dos personagens e manipular, em tempo real, o jogo, interagindo com cenários, objetos etc.

O QUE ME OLHA QUANDO ME VEJO, de Ticiana Lima
Equipe: Rafaela Diógenes, Drica Freitas, Rodrigo Fernandes, Luiza Pessoa, Raísa Christina, Natália Viana
A relação do 'eu' com o mundo é um processo de conquista. O ser humano precisa captar o entorno de si mesmo e ao mesmo tempo se fazer presente, ganhar existência. Ao travar conhecimento com o mundo, a pessoa busca mostrar seus atrativos, o melhor ângulo. Quem diz ao sujeito o que é o melhor de si? O espelho? Que espelho?

ENTRE O QUE ME MERECE E O QUE ME FAZ FELIZ, de Annádia Leite
Equipe: Amanda Pontes, Gláucia Barbosa, Andressa Back, Sarah Holanda, Hugo Pierot, Igor Vieira, Danilo Maia, Camila Vieira, Marina Mapurunga, Régis Andrade.
A escolha entre o que me merece e o que me faz feliz se dá pelo desejo. Ele que me move ao posicionamento em um desses lugares. Só se sabe como é a experiência a partir do momento em que ela é vivenciada ao longo do tempo. Minha convivência com o objeto de escolha quebra o ideal. E todo lugar, por melhor que aparente ser ou que seja de fato tem seus obstáculos. Não tive tempo para atestar que a outra opção fosse mais fácil, tranquila ou benéfica. O arrependimento da escolha parte da idealização. Posso modificar a opção, mas isso exige esforço para ultrapassar o comodismo, as exigências sociais, a confusão mental, as incertezas ou qualquer outra coisa. Fico me perguntando se é escolher com os olhos vendados e aceitar as decorrências disso. Talvez não, afinal o desejo se move através de todos os sentidos.

inTerVir, de Tiago Pedro 
Equipe: Natália Viana, Floriza Rios, César Mota, Daniel Bezerra, Davi Queiroz, Angélica Rodrigues, Eugênio Pacelli, Elisa Ratts, Denise Pereira, Washington Hemmes
O projeto vai criando espaços sensoriais de encontro subjetivos dos moradores do centro, onde a rotina da atual sociedade distancia pessoas do conhecimento do próximo. inTerVir vem como ferramenta de reflexão sobre essa questão, produzindo ondas UHF de afetividades e alteridade em peças midiáticas.

Rio: Bonito por natureza

Belos cenários cariocas retratados por antigos viajantes europeus e fotógrafos contemporâneos

Inspirado em Jorge Benjor, Bonito por natureza foi o título escolhido para a exposição de imagens que retratam o olhar amoroso para o Rio de Janeiro.  Juntar a beleza do passado e do presente como homenagem à cidade, demonstra que a visão dos antigos artistas no século XIX se mantém, e ainda é captada com novas tecnologias e a sensibilidade dos fotógrafos contemporâneos Almir Reis e Jaime Acioli.  O público pode confirmar que essa cidade continua linda, de 16 de maio a 19 de setembro, no Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa.

Várias peças da Brasiliana (o termo engloba coleções de quadros, livros, objetos, imagens e documentos sobre o Brasil) fazem parte da coleção de Castro Maya (1894-1968). Algumas foram herdadas e outras adquiridas ao longo de sua trajetória como amante e mecenas das artes, com um interesse especial por obras que retratassem o Brasil histórico e que, através da ótica da sensibilidade estética européia, desvendavam o país e construíam uma interpretação do Brasil, com ênfase em sua capital.

Em homenagem a este amante do Rio que foi Castro Maya, o Museu Chácara do Céu selecionou obras de alguns pintores estrangeiros que se renderam às belezas da cidade, deixando marcas de seus personagens e da sua paisagem durante o século XIX.  São trabalhos de profissionais como os alemães Emil Bauch e Friedrich Hagedorn, ou de artistas amadores, como o inglês Richard Bate e o oficial naval norte-americano Melanchton Brooks Woolsey. Suas obras nos deixam a versão de um Rio de Janeiro visto e pensado pelo olhar do outro.

“No século XIX, armados de pincel e lápis, os pintores viajantes colheram os flagrantes do Rio que eternizaram na memória a grandiosidade da paisagem natural da cidade. No século XXI, são os fotógrafos que, armados de câmeras digitais, produzem as imagens que nos fazem acreditar que o Rio de Janeiro continua lindo; O Rio de Janeiro continua sendo; O Rio de Janeiro, fevereiro e março”, segundo a curadora da exposição, Anna Paola Baptista.

Em uma visão contemporânea e atualizada, são apresentadas as fotografias de Almir Reis e Jaime Acioli. Almir tem mais interesse nas paisagens e tipos urbanos, manipulando digitalmente as imagens a fim de sublinhar suas intenções. Tendo como cenários certos ícones cariocas, é possível perceber a presença do fotógrafo como narrador que confere sentido de movimento à imagem. Jaime tem formação em Agronomia, e é profundamente interessado nas questões da natureza, dedicando-se a um trabalho serial de elementos naturais em seu habitat e em estúdio.  Tal qual Claude Monet, que passou os últimos 30 anos de vida abrindo a porta de casa e pintando o próprio jardim, Jaime fotografa a mesma paisagem na mesma hora do dia, mostrando a cidade mais entregue à natureza do que às pessoas.

“Ao apresentarmos aqui uma seleção de nossa coleção de Brasiliana, ao lado das fotografias contemporâneas de Almir Reis e Jaime Acioli, oferecemos ao público uma mostra em que passado e presente dialogam através das imagens”, declara Vera de Alencar, diretora dos Museus Castro Maya.

A inauguração da exposição, dia 16 de maio, se dará durante a 9a Semana de Museus- Museu e Memória.

Sobre os Museus Raymundo Ottoni de Castro Maya

Castro Maya criou a Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya em 1962, tendo como sede sua antiga residência no Alto da Boa Vista aberta ao público em 1964 como Museu do Açude. Em 1968, doou à fundação a sua residência de Santa Teresa – Chácara do Céu – com todo seu acervo histórico-artístico, visando a criação de outro museu. Em 1983, a Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya foi incorporada pelo Governo Federal. O tombamento dos prédios ocorreu em 1974 e neles estão, em exposição permanente, as 22 mil peças dessa rica herança ao povo carioca.

Museu da Chácara do Céu

A casa de Santa Teresa, herdada por Castro Maya em 1936, tornou-se Museu Chácara do Céu, um dos mais belos locais da cidade do Rio de Janeiro, onde o visitante encontra arte européia e brasileira dos séculos XIX e XX.  São pinturas, desenhos e gravuras de artistas consagrados como Matisse, Picasso, Dali, Seurat, Miró; uma coleção de arte brasileira, formada principalmente por trabalhos de artistas modernos, entre eles Guignard, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Antonio Bandeira, além de importante conjunto de obras de Portinari, hoje considerado o maior acervo público desse artista.  A coleção de Brasiliana, uma das mais expressivas, inclui mapas dos séculos XVII e XVIII, pinturas a óleo, aquarelas, guaches, desenhos e gravuras de viajantes do século XIX, como Rugendas, Chamberlain e Taunay, destacando-se os mais de 500 originais de Jean-Baptiste Debret, adquiridos em Paris, em 1939 e 1940. 

SERVIÇO:
Exposição "Bonito por natureza: Rio ontem e hoje", de 16 de maio até 19 de setembro
Diariamente, exceto terças-feiras, das 12 às 17 horas
Ingresso: R$ 2,00
Gratuidades: maiores de 65, menores de12, grupos escolares em visita programada, membros do ICOM, professores e guias de turismo em serviço
Quartas-feiras: gratuito para todos

Museu da Chácara do Céu
Rua Murtinho Nobre 93, Santa Teresa RJ
21 - 3970 1126
estacionamento no local
www.museuscastromaya.com.br
https://www.amazon.com.br/b/ref=as_li_ss_tl?ie=UTF8&node=17168019011&linkCode=ll2&tag=A19CP32JCSRLOQ&linkId=01fc9732c02565116e2c98be2526c454