terça-feira, 17 de maio de 2011

Lancamento do livro Anatomia e Fisiologia Aplicadas ao Hatha Yoga

Anatomia e Fisiologia Aplicadas ao Hatha Yoga - Volume 1: Sistema Locomotor
LANÇAMENTO
ImageDanilo Forghieri Santaella
Gerson D'Addio da Silva
• 176 páginas
• Formato 16x23 cm
• 4 cores
A antiga ciência do Yoga não é apenas para a Índia: é a grande contribuição dos antigos rishis para toda humanidade. Para que continue trazendo benefícios para a sociedade, sua divulgação não deverá acontecer na antiga linguagem tradicional.
É desta forma, citando o Swami Paramahansa S´riman Madhavadasa Maharaja (1800 – 1921), que os autores explicam a abordagem utilizada para compor as páginas de "Anatomia e Fisiologia Aplicadas ao Hatha Yoga - Volume 1: Sistema Locomotor".
Explicando as técnicas de Yoga numa linguagem acessível ao público moderno, Santaella e Silva demonstram que os benefícios do Yoga podem ser comprovador utilizando os métodos aplicados nas ciências ocidentais.
Um dos destaques da obra está nas imagens explicativas de cada postura. As imagens foram redesenhadas usando como referência fotos cujos modelos são professores, o que lhes confere total realismo.
Os autores
Danilo Forghieri Santaella - Bacharel em Educação Física pela Escola de Educação Física e Esporte da USP. Especializou-se em Yoga pela UniFMU e em Terapia Ayurvédica pela clínica Dhanvantari.
É mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Atualmente é professor de Yoga no Centro de Práticas Esportivas da USP e coordena o Instituto Mahananda de Yoga e Ayurveda.
Além disso, atua em diversos cursos de capacitação e pós-graduação em Yoga em São Paulo e em todo o Brasil promovidos pelo Instituto de Pesquisa e Ensino em Yoga (IEPY) e pelo Mahananda.
Gerson D'Addio da Silva - Comunicador social e educador físico graduado pela EEFEUSP.
Especializou-se em fisiologia pela UNIFESP e em Yoga pela FMU e pelo Kaivalyadhama Institute (Índia). É mestre pela FMUSP com estudo sobre Yoga na fibromialgia.
Vem aplicando o Yoga com públicos especiais e convencionais em hospitais, escolas, clubes e academias e leciona em cursos de capacitação e formação em várias partes do Brasil, independentes ou vinculados ao IEPY. Coordena o curso livre de Yoga da Humaniversidade.

MABLA: Movimento Afro-brasileiro Pró-Libertação de Angola (1960-1975)

Movimento Afro-brasileiro Pró-Libertação de Angola (MABLA) – Um Amplo Movimento: Relação Brasil e Angola de 1960 a 1975, Mestrado em História – PUC/SP – 2010, de José Francisco dos Santos, será o centro do debate no próximo dia 30 de maio, segunda-feira às 18h30, promovido pelo CEDEM – Centro de Documentação e Memória da UNESP.
            A pesquisa registra o relacionamento entre Brasil e Angola, entre a década de 1960 e 1970 por meio do Movimento Afro-brasileiro Pró-Libertação de Angola (MABLA). Movimento que envolveu diversos setores da sociedade especialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. As ações desse Movimento manifestaram-se no sentido de sensibilizar a opinião pública brasileira para os problemas enfrentados pelas então colônias portuguesas na África. São abordadas as ações em prol da independência de Angola, por parte do Brasil.  Os ônus enfrentados foram grandes, visto que o processo de independência de Angola estava inserido na conjuntura da Guerra-Fria, tendo como agravante o fato de que estava sob o domínio do já anacrônico regime português salazarista estabelecido em 1926. Regime este que o Brasil teve relações estreitas até quase o seu término, em 1974, com a Revolução dos Cravos.
            O MABLA estabeleceu laços com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), movimento que mantinha relações estreitas com a União Soviética e Cuba. Contudo, com o Golpe Civil-Militar de 1º de Abril de 1964 que alinha o Brasil com os Estados Unidos, alguns militantes do MABLA foram presos. Por outro lado, esse mesmo regime Civil-Militar foi o primeiro a reconhecer a independência de Angola em 11 de novembro de 1975, tendo à frente o MPLA. Portanto, é analisado o desenvolvimento das relações entre Brasil e Angola, procurando entender as conjunturas da década de 1960 a 1970, tendo em vista as suas transformações.


Expositor
 José Francisco dos Santos
Graduação em História – UNESP
Mestrado em História – PUC/SP
Doutorando em História – PUC/SP e é Professor da FMU

Debatedora
 Lúcia Helena Oliveira Silva
Graduação em História – PUCAMP, Mestrado em Educação – UNICAMP,
Doutorado em História – UNICAMP, Pós-Doutorado em História – New York University
Vice-Coordenadora do NUPE/UNESP e é Professora da UNESP

Mediador
Lincoln Secco
Graduação em História – USP
 Mestrado e Doutorado em História Econômica – USP
Livre Docente em História - USP

PARTICIPE E CONVIDE OS SEUS AMIGOS!

Inscrições gratuitas c/ Sandra Santos pelo e-mail: ssantos@cedem.unesp.br
Data e horário:  30 de maio de 2011 (segunda-feira) às 18h30
Local: CEDEM/UNESP - Centro de Documentação e Memória
Praça da Sé, 108 - 1º andar, esquina c/ Rua Benjamin Constant (metrô Sé)
(11) 3105 - 9903 - www.cedem.unesp.br

El Mar em Buenos Aires

Exposição de Nilo Biazzetto Neto reúne imagens dos mares do Caribe e do Mediterrâneo na costa da Espanha.
Brasileiros que estiverem em Buenos Aires entre 24 de maio e 17 de junho terão como opção cultural a exposição fotográfica do curitibano Nilo Biazzetto Neto. Ele foi convidado para expor no Espacio de Arte La Paz, uma conceituada galeria de arte Argentina, localizada no charmoso bairro da Recoleta.
A mostra, intitulada El Mar , é resultado de mais de 500 imagens dos mares do Caribe e do Mediterrâneo na costa da Espanha, ambos de língua espanhola, capturadas entre 2010 e 2011. A curadora da galeria, María Eugenia Avendaño, sugeriu de início que a exposição se chamasse Marmol (mármore em castelhano), já que as imagens de fato lembram cortes da pedra nobre. Algumas remetem a imagens feitas por satélite e até mesmo ao couro de um elefante.

Esta será a 1ª exposição internacional de Nilo, fruto de incentivo do fotógrafo paulistano André Cypriano. Sobre a estreia em terras estrangeiras, Nilo destaca o quão satisfatório é saber que todos os 17 anos de fotografia e dedicação não foram em vão. “Este será um dos momentos de maior reconhecimento pelo meu trabalho”, afirma.
Fotografias que envolvem o tema Água são recorrentes nas exposições de Nilo. Em 2009, ele expôs a mostra Ritmos, composta de imagens que tinham como tema central o movimento das águas, cujas fotos foram produzidas no mar, em rios e lagos brasileiros. “Desde cedo tive muita proximidade com o elemento água, por meio de esportes como a natação e o surfe. Assim, quando fotografo para mim mesmo, por prazer, gosto do efeito que a matéria líquida garante às imagens”, completa.
Localizada na Rua Azcuenaga 1739 pb “B”, a galeria funciona das 16h às 20h de segunda a sexta-feira. A entrada é gratuita. A abertura da exposição acontece no dia 24 de maio a partir das 19h. Saiba mais acessando www.lapazespaciodearte.com.ar. Outros trabalhos do fotógrafo podem ser vistos no endereço www.niloneto.com.br. 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Exposição aborda as transformações dos vínculos sociais no espaço público e na natureza



( Fortaleza, Ceará, Brasil - Comunique-se - ) O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abrirá a exposição “Imagem e Espaço” no próximo dia 17 (terça-feira), às 18 horas. Gratuita ao público, a exposição ficará em cartaz até o próximo dia 17 de junho (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 12h às 18h).
A partir do curso de Realização em Audiovisual, oferecido pela Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura de Fortaleza, foram selecionadas para a mostra quatro vídeo-instalações, que trabalham questões como: as transformações no espaço público e na natureza dos vínculos sociais, a partir do fenômeno da aceleração tecnológica e dos fluxos de informação e produção audiovisual; as dimensões simbólicas na relação imagem e espaço; realização de atividades teóricas e práticas e análise da diversidade de imagens, com ênfase na representação sobre a cidade e seus múltiplos espaços sociais.

A imagem como possível espaço humano (texto de Hugo Pierot) 
Como enquadrar aquilo que é humano? Como espacializar os desejos de felicidade, a busca de uma identidade ou sua constituição, a relação com o outro e a criação de um universo onde interagem personagens virtuais? Como construir um espaço em que, aquilo que é humano, sejam os sentimentos mais íntimos, o lúdico ou a descoberta de si e do outro, possam pulsar, tensionar e não apenas serem representados?
De uma forma ou de outra, os trabalhos apresentados na exposição Imagem e Espaço lidam com o problema de transformar em espaço habitável, tangível até, as relações estabelecidas com o outro, apontando, consequentemente, para as subjetividades de cada realizador, como numa via de mão dupla. 
Outro problema retomado talvez seja o de pensar o cinema como uma possibilidade para além da sala escura com cadeiras e tela de projeção, onde o espectador está imóvel (como no útero materno). 
Cada obra desta exposição lida com estas buscas de diferentes formas: seja por meio da criação de um ambiente imersivo (porém circulável, e convidativo à tatilidade); pela interferência direta do espectador e pela absorção/transformação/manipulação da iconografia cinematográfica; pela relação que se estabelece do eu com o eu-imagem; ou ainda pela tentativa de intervir no fluxo já pré-estabelecido das imagens na intenção de dar outras vozes e outros corpos midiáticos às pessoas comuns. 
Embora as obras aqui apresentadas se insiram em um contexto que, como disse Philippe Dubois, estabelece a “arte da experiência mais do que da contemplação, do fenômeno mais do que da essência, da presença mais do que da representação”, todas procuram lidar com a experiência do cinema, trazendo para a superfície da imagem aquilo que nela há de mais humano.

Sinopses das quatro vídeo-instalações
MACHINENBAD, de Leonardo Ferreira
Equipe: Lucas Carvalho, Júlio Figueroa, Gabriel Petter, Luziany Gomes, Elisa Ratts, Rodrigo Fernandes, Eduardo Pereira
Em uma instalação composta por três projeções cujas imagens dialogam, acompanhamos uma transcriação de “Ano Passado em Marienbad”, de Alain Resnais, filme no qual, num fluxo temporal e espacial fragmentado e não-naturalista, a dinâmica labiríntica dos encontros entre um homem misterioso e uma bela mulher desenvolve-se no interior de um luxuoso hotel. Nesta adaptação, porém, apenas modelos e cenários virtuais, baseados num jogo de videogame, são utilizados - um vídeo machinima. Enquanto a narrativa pré-editada é exibida em duas telas de imagens diferentes que se complementam, numa terceira podemos encarnar um dos personagens e manipular, em tempo real, o jogo, interagindo com cenários, objetos etc.

O QUE ME OLHA QUANDO ME VEJO, de Ticiana Lima
Equipe: Rafaela Diógenes, Drica Freitas, Rodrigo Fernandes, Luiza Pessoa, Raísa Christina, Natália Viana
A relação do 'eu' com o mundo é um processo de conquista. O ser humano precisa captar o entorno de si mesmo e ao mesmo tempo se fazer presente, ganhar existência. Ao travar conhecimento com o mundo, a pessoa busca mostrar seus atrativos, o melhor ângulo. Quem diz ao sujeito o que é o melhor de si? O espelho? Que espelho?

ENTRE O QUE ME MERECE E O QUE ME FAZ FELIZ, de Annádia Leite
Equipe: Amanda Pontes, Gláucia Barbosa, Andressa Back, Sarah Holanda, Hugo Pierot, Igor Vieira, Danilo Maia, Camila Vieira, Marina Mapurunga, Régis Andrade.
A escolha entre o que me merece e o que me faz feliz se dá pelo desejo. Ele que me move ao posicionamento em um desses lugares. Só se sabe como é a experiência a partir do momento em que ela é vivenciada ao longo do tempo. Minha convivência com o objeto de escolha quebra o ideal. E todo lugar, por melhor que aparente ser ou que seja de fato tem seus obstáculos. Não tive tempo para atestar que a outra opção fosse mais fácil, tranquila ou benéfica. O arrependimento da escolha parte da idealização. Posso modificar a opção, mas isso exige esforço para ultrapassar o comodismo, as exigências sociais, a confusão mental, as incertezas ou qualquer outra coisa. Fico me perguntando se é escolher com os olhos vendados e aceitar as decorrências disso. Talvez não, afinal o desejo se move através de todos os sentidos.

inTerVir, de Tiago Pedro 
Equipe: Natália Viana, Floriza Rios, César Mota, Daniel Bezerra, Davi Queiroz, Angélica Rodrigues, Eugênio Pacelli, Elisa Ratts, Denise Pereira, Washington Hemmes
O projeto vai criando espaços sensoriais de encontro subjetivos dos moradores do centro, onde a rotina da atual sociedade distancia pessoas do conhecimento do próximo. inTerVir vem como ferramenta de reflexão sobre essa questão, produzindo ondas UHF de afetividades e alteridade em peças midiáticas.

Rio: Bonito por natureza

Belos cenários cariocas retratados por antigos viajantes europeus e fotógrafos contemporâneos

Inspirado em Jorge Benjor, Bonito por natureza foi o título escolhido para a exposição de imagens que retratam o olhar amoroso para o Rio de Janeiro.  Juntar a beleza do passado e do presente como homenagem à cidade, demonstra que a visão dos antigos artistas no século XIX se mantém, e ainda é captada com novas tecnologias e a sensibilidade dos fotógrafos contemporâneos Almir Reis e Jaime Acioli.  O público pode confirmar que essa cidade continua linda, de 16 de maio a 19 de setembro, no Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa.

Várias peças da Brasiliana (o termo engloba coleções de quadros, livros, objetos, imagens e documentos sobre o Brasil) fazem parte da coleção de Castro Maya (1894-1968). Algumas foram herdadas e outras adquiridas ao longo de sua trajetória como amante e mecenas das artes, com um interesse especial por obras que retratassem o Brasil histórico e que, através da ótica da sensibilidade estética européia, desvendavam o país e construíam uma interpretação do Brasil, com ênfase em sua capital.

Em homenagem a este amante do Rio que foi Castro Maya, o Museu Chácara do Céu selecionou obras de alguns pintores estrangeiros que se renderam às belezas da cidade, deixando marcas de seus personagens e da sua paisagem durante o século XIX.  São trabalhos de profissionais como os alemães Emil Bauch e Friedrich Hagedorn, ou de artistas amadores, como o inglês Richard Bate e o oficial naval norte-americano Melanchton Brooks Woolsey. Suas obras nos deixam a versão de um Rio de Janeiro visto e pensado pelo olhar do outro.

“No século XIX, armados de pincel e lápis, os pintores viajantes colheram os flagrantes do Rio que eternizaram na memória a grandiosidade da paisagem natural da cidade. No século XXI, são os fotógrafos que, armados de câmeras digitais, produzem as imagens que nos fazem acreditar que o Rio de Janeiro continua lindo; O Rio de Janeiro continua sendo; O Rio de Janeiro, fevereiro e março”, segundo a curadora da exposição, Anna Paola Baptista.

Em uma visão contemporânea e atualizada, são apresentadas as fotografias de Almir Reis e Jaime Acioli. Almir tem mais interesse nas paisagens e tipos urbanos, manipulando digitalmente as imagens a fim de sublinhar suas intenções. Tendo como cenários certos ícones cariocas, é possível perceber a presença do fotógrafo como narrador que confere sentido de movimento à imagem. Jaime tem formação em Agronomia, e é profundamente interessado nas questões da natureza, dedicando-se a um trabalho serial de elementos naturais em seu habitat e em estúdio.  Tal qual Claude Monet, que passou os últimos 30 anos de vida abrindo a porta de casa e pintando o próprio jardim, Jaime fotografa a mesma paisagem na mesma hora do dia, mostrando a cidade mais entregue à natureza do que às pessoas.

“Ao apresentarmos aqui uma seleção de nossa coleção de Brasiliana, ao lado das fotografias contemporâneas de Almir Reis e Jaime Acioli, oferecemos ao público uma mostra em que passado e presente dialogam através das imagens”, declara Vera de Alencar, diretora dos Museus Castro Maya.

A inauguração da exposição, dia 16 de maio, se dará durante a 9a Semana de Museus- Museu e Memória.

Sobre os Museus Raymundo Ottoni de Castro Maya

Castro Maya criou a Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya em 1962, tendo como sede sua antiga residência no Alto da Boa Vista aberta ao público em 1964 como Museu do Açude. Em 1968, doou à fundação a sua residência de Santa Teresa – Chácara do Céu – com todo seu acervo histórico-artístico, visando a criação de outro museu. Em 1983, a Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya foi incorporada pelo Governo Federal. O tombamento dos prédios ocorreu em 1974 e neles estão, em exposição permanente, as 22 mil peças dessa rica herança ao povo carioca.

Museu da Chácara do Céu

A casa de Santa Teresa, herdada por Castro Maya em 1936, tornou-se Museu Chácara do Céu, um dos mais belos locais da cidade do Rio de Janeiro, onde o visitante encontra arte européia e brasileira dos séculos XIX e XX.  São pinturas, desenhos e gravuras de artistas consagrados como Matisse, Picasso, Dali, Seurat, Miró; uma coleção de arte brasileira, formada principalmente por trabalhos de artistas modernos, entre eles Guignard, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Antonio Bandeira, além de importante conjunto de obras de Portinari, hoje considerado o maior acervo público desse artista.  A coleção de Brasiliana, uma das mais expressivas, inclui mapas dos séculos XVII e XVIII, pinturas a óleo, aquarelas, guaches, desenhos e gravuras de viajantes do século XIX, como Rugendas, Chamberlain e Taunay, destacando-se os mais de 500 originais de Jean-Baptiste Debret, adquiridos em Paris, em 1939 e 1940. 

SERVIÇO:
Exposição "Bonito por natureza: Rio ontem e hoje", de 16 de maio até 19 de setembro
Diariamente, exceto terças-feiras, das 12 às 17 horas
Ingresso: R$ 2,00
Gratuidades: maiores de 65, menores de12, grupos escolares em visita programada, membros do ICOM, professores e guias de turismo em serviço
Quartas-feiras: gratuito para todos

Museu da Chácara do Céu
Rua Murtinho Nobre 93, Santa Teresa RJ
21 - 3970 1126
estacionamento no local
www.museuscastromaya.com.br

HEREROS ANGOLA


 Mostra de 100 fotos de Sérgio Guerra, com curadoria de Emanoel Araujo,
revela o modo de vida e as tradições do mítico povo africano
dentro das comemorações do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes
 No Museu Afro Brasil, a partir de 12 de maio

Pouquíssimas pessoas conhecem tão bem Angola quanto o fotógrafo pernambucano Sérgio Guerra. Responsável pela comunicação do governo angolano, há quase 15 anos ele vive na ponte-aérea Salvador-Luanda. Daí nasceu uma relação de amor profundo com o país africano, dando origem a um dos mais completos registros fotográficos das 18 províncias angolanas e de suas populações, o que resultou em cinco livros. O mais recente, Hereros, é aquele no qual Guerra aprofunda seu olhar sobre a cultura daquele país e a matéria prima para a grande e inédita exposição ‘Hereros Angola’, com cerca de 100 fotos selecionadas pelo artista plástico e curador Emanoel Araujo, que abre em 12 de maio, no Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo (Parque do Ibirapuera, Portão 10, telefone: 11.3320.8900 –www.museuafrobrasil.org.br). A mostra se insere na programação do Museu Afro Brasil, comemorativa do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, declarado pela Assembléia Geral das Nações Unidas.
Após ter sido realizada em Luanda e Lisboa, em 2009, com ampla repercussão, a mostra Hereros Angola ganha novos contornos e dimensão maior para exibiçãoem São Paulo. Sérgio Guerra realizou mais viagens ao deserto do Namibe, produziu novas fotos, fruto do estreitamento das relações com os Hereros.
Além das fotografias, em diversos formatos, algumas plotadas em grandes formatos, a mostra inclui uma cenografia que reúne vestimentas, adereços e objetos de uso tradicional e ritualístico da etnia. Hereros – Angola traz ainda vídeos de depoimentos colhidos entre os sobas (líderes), mulheres e jovens sobre a sua cultura e a forma como encaram a vida. Parte integrante da mostra sãocantos ritualísticos captados entre estes povos. repertório de imagens, depoimentos e sons reunidos levarão o expectador ao universo  destes pastores de hábitos seminômades, que são exemplo da perpetuidade e resistência de uma economia e cultura ancestrais ameaçadas pelo acelerado processo de modernização e ocidentalização dos países africanos.  
A realização da mostra em São Paulo, no Museu Afro Brasil, ao tempo em que homenageia Angola de forma peculiar, fecha a triangulação entre África, Portugal e Brasil, bases da formação cultural do povo brasileiro.
A exposição é viabilizada graças ao patrocínio exclusivo da UNITEL, empresa de telefonia móvel angolana que está a ligar a cultura de Angola ao mundo.
Sérgio Guerra e os Hereros
O contato inicial de Sérgio Guerra com os hereros causou impacto imediato no artista. ‘“Quando os vi pela primeira vez, foi como se uma porta da minha percepção tivesse sido aberta para algo que sabia existir, mas hesitava em acreditar”, recorda.  O ano era 1999, quando ocorreu uma viagem às províncias de Huíla e Namibe para as gravações do programa Nação Coragem, que levava aos angolanos noticiário de atualidades e informações sobre a cultura do país e suas populações. Ali, Guerra registrou imagens dos mukubais, um dos subgrupos dos hereros. Sete anos depois, retornou ao Namibe e descobriu outros subgrupos: os muhimbas, os muhacaonas, os mudimbas e os muchavícuas. ‘Comecei a entender que aqueles povos, apesar da aparência diferente, eram todos da mesma raiz, da mesma família”, explica.
Na convivência com os hereros, Guerra percebeu que os próprios angolanos sabiam muito pouco sobre essa etnia e sequer conseguiam distingui-los. “Descobri que, para além da minha atração por estes povos, poderia ser útil, de alguma maneira, se pudesse partilhar com um número maior de pessoas tudo aquilo que me foi dado a conhecer sobre eles”.
Os hereros se dividem entre Angola, Namíbia e Botsuana, totalizando mais de 240.000 representantes da etnia. Apesar dos subgrupos, todos falam o mesmo idioma, o herero, além de português em Angola, inglês em Botsuana e inglês e africâner na Namíbia. São um povo mítico, com uma história marcada por sangue. EM Angola, resistiram à colonização portuguesa. Na Namíbia, resistiram à escravidão e se opuseram à dominação alemã, ação que os tornou vítimas de um dos maiores genocídios da história. Em 1904, o general Lothar von Trotha ordenou às tropas alemãs o cumprimento de uma “ordem de extermínio” e dizimou cerca de 80 % da população dos hereros. 
Para conhecer mais de perto o modo de vida dos hereros, Guerra passou uma temporada vivendo dentro das comunidades e observando suas práticas cotidianas. “Vi que, mesmo diante da escassez, dividem sempre o alimento com os demais. Vi que cultivam a solidariedade, que evitam o personalismo e o egocentrismo, que praticam uma economia familiar de grande inteligência, sempre voltados para a ampliação de um patrimônio cujo usufruto é sempre coletivo. Vi que honram e festejam os seus antepassados. Vi que praticam com grande eficácia a justiça, coibindo infrações com pesadas multas que, a um só tempo, são prejuízo econômico e reprimenda moral”.
A convivência com os hereros fez Guerra perceber que, apesar de sua lógica de vida muito particular, eles já não vivem tão isolados e lidam com alguns mecanismos que caracterizam o que se costuma chamar de civilização. “Eles fazem comércio, já freqüentam escolas, consomem álcool, locomovem-se entre a aceitação e a recusa de tudo isso. Desde o século passado, pelo menos, eles já mantinham contato intenso e compulsório com a sociedade moderna e com o homem branco”, explica.
O trabalho que resultou no livro, na exposição e no futuro documentário Hereros Angola teve início em junho de 2009, quando Guerra viajou para as províncias do Namibe e Kunene, acompanhado por 17 pessoas. Foram 60 dias de documentação dos hábitos e costumes dos hereros, resultando em mais de 10 mil imagens e uma centena de depoimentos. De lá para cá, somaram-se mais de 10 viagens e pelo menos mais 10 mil imagens. “Nesse registro, a imagem e palavra pertencem aos hereros e eles não podem ser subestimados. Subestima-os os que desejam catequizá-los, redimi-los, salvá-los da suposta ignorância, como também os que deles se aproveitam intencionalmente e de má fé”, afirma. ‘Eles não se negam à reflexão, ao diálogo e à mudança, pois muito já tiveram que mudar ao longo do tempo. Já não são iguais aos seus antepassados. “Mas desejam, contudo e apesar de tudo, que possam trilhar um caminho que não os leve obrigatoriamente à completa descaracterização da sua economia e cultura”, finaliza.
O autor
Fotógrafo, publicitário e produtor cultural, Sérgio Guerra nasceu em Recife, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, até se fixar na Bahia nos anos 80. A partir de 1998, passou a viver entre Salvador, Rio de Janeiro e Luanda, onde desenvolve um programa de comunicação para o Governo de Angola. Em suas constantes viagens pelo país, testemunha momentos decisivos da luta pela paz e reconstrução, constituindo um dos mais completos registros fotográficos das 18 províncias angolanas. Seu acervo fotográfico propiciou a publicação dos livros 'Álbum de família', 2000, 'Duas ou três coisas que vi em Angola', 2001, 'Nação coragem', 2003, 'Parangolá', 2004, 'Lá e Cá', 2006, 'Salvador Negroamor', 2007, ‘Hereros-Angola’, 2010 e a montagem das exposições 'As muitas faces de Angola' (Brasília, Salvador, São Paulo, em 2001); 'Nação Coragem' (São Paulo, em 2003, e Zimbabwe, em 2008); 'Lá e Cá' (realizada na Feira de São Joaquim, a maior feira livre da América Latina, tendo as bancas dos comerciantes como suporte da exposição, Salvador, 2006); 'Salvador Negroamor' (destacou-se como a maior exposição fotográfica  a céu aberto que se tem registro até hoje, com aproximadamente 1500 painéis espalhados na cidade, Salvador, 2007); 'Mwangole' (Salvador, 2009); e 'Hereros-Angola' (Luanda e Lisboa, 2010).
O curador
Emanoel Araújo é escultor, desenhista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo, nascido em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, a 15 de novembrode 1940. Em Salvador, formou-se em Belas Artes e foi diretor do Museu de Arte da Bahia. Lecionou artes gráficas, desenho, escultura e gravura na City College University of New York. Em Brasília, foi membro da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Já em São Paulo, foi Secretário Municipal de Cultura, e Diretor da Pinacoteca do Estado, onde liderou uma gigantesca reestruturação nos anos 90, transformando o prédio em um dos principais museus do país e um dos roteiros turísticos culturais da cidade.
Emanoel Araújo é considerado um extraordinário escultor e já realizou várias exposições individuais e coletivas por todo o Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão. Como não podia deixar de ser, recebeu diversos prêmios em todas as técnicas trabalhadas. Suas obras tridimensionais se destacam pelas grandes dimensões, pelos relevos e pela formas integrantes nas edificações urbanas. Seu estilo – mesmo sendo único – dialoga com movimentos artísticos de toda a história, mas sempre com ênfase nos detalhes que descrevem e valorizam as características africanas.
Hoje, é Diretor Curador do Museu Afro Brasil, do qual foi idealizador e doador de grande parte do acervo.
Sobre o Museu Afro Brasil
O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, é um espaço de preservação e celebração da cultura, memória e da história do Brasil na perspectiva negro africana, assim como na difusão das artes clássicas e contemporâneas, populares e eruditas, nacionais e internacionais.

Localizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo, foi inaugurado em 23 de outubro de 2004 e possui um acervo de mais de 5 mil obras. Parte destas obras, cerca de 2.100, foram doadas à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo pelo artista plástico e curador, Emanoel Araujo, idealizador e atual Diretor-Curador do Museu. A biblioteca do museu, cujo nome homenageia a escritora, "Carolina Maria de Jesus", possui cerca de 6.800 publicações com especial destaque para a coleção de obras raras sobre o tema do Tráfico Atlântico e Abolição da Escravatura no Brasil, América Latina, Caribe e Estados Unidos. A presença negra africana nas artes, na vida cotidiana, na religiosidade, nas instituições sociais são temas presentes na biblioteca.

O museu mantém um sistema de visitação gratuita para todas as exposições e atividades que oferece; um Núcleo de Educação com profissionais que recebem grupos pré-agendados, instituições diversas, além de escolas públicas e particulares. Através do Núcleo de Educação também mantém o programa "Singular Plural: Educação Inclusiva e Acessibilidade", atendendo exclusivamente pessoas com necessidades especiais e promovendo a interação deste público com as atividades oferecidas.

Em 2009, a Associação Museu Afro Brasil, que administra o museu tornou-se uma das Organizações Sociais ligadas à Secretaria de Estado da Cultura.  A gestão compartilhada do Museu Afro Brasil atende a uma resolução da Secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural.
Secretário de Estado da Cultura: Andrea Matarazzo
Diretor Curador: Emanoel Araujo
Diretor Executivo: Luiz Henrique Marcon Neves
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº
Parque Ibirapuera- Portão 10
São Paulo- SP - Brasil
CEP: 040094-050
Fone: 55 11 3320-8900

Exposição Hereros Angola - Serviço
Abertura: 12 de maio de 2011, quinta-feira, às 19h30
Duração: 12/05 a 24/07 
Museu Afro Brasil – (Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Parque Ibirapuera- Portão 10 - Fone: 11 3320-8900 - www.museuafrobrasil.org.br )
Terça-feira a domingo, das 10h às 17h - Entrada gratuita

https://www.amazon.com.br/b/ref=as_li_ss_tl?ie=UTF8&node=17168019011&linkCode=ll2&tag=A19CP32JCSRLOQ&linkId=01fc9732c02565116e2c98be2526c454