segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NEOLIBERALISMO: UM COLAPSO INCONCLUSO



Desde a eclosão da crise imobiliária nos EUA, a partir de 2007, os fatos se precipitaram a uma velocidade que não deixa dúvida: a história apertou o passo. 

Na ventania desordenada surgem os contornos de uma crise sistêmica.
Restrita aos seus próprios termos, a engrenagem das finanças desreguladas não dispõe de uma alternativa para o próprio colapso.
Uma crise se desdobra em outra. Iniciativas convencionais e cúpulas decisivas adquirem a validade de um pote de iogurte.
A desigualdade construída em 30 anos de supremacia dos mercados financeiros sobre o escrutínio da sociedade cobra sua fatura. Populações asfixiadas acodem às ruas. Estados falidos se escudam em mais arrocho.

Anulada no seu relevo institucional  por governantes e partidos majoritariamente ortodoxos e  tíbios,  a democracia representativa também se apequena.

O sentido transformador da política passa a ser jogado nas ruas.
O imprevisível amplia seus domínios quando o repertório convencional se esvai.

Sucessivas injeções de dinheiro nos mercados hibernam no caixa de bancos e empresas sem ativar o metabolismo da produção e do consumo.

Exaurido pelo socorro às finanças e desfibrado por 30 anos de veto neoliberal à taxação da fortuna e do patrimônio, o caixa fiscal dos Estados encontra-se emparedado.


Demandas sociais crescentes  colidem com um endividamento inexcedível a juros cada vez mais calibrados pela desconfiança.

Avulta a ausência de uma instancia coordenadora para formular respostas de maior contundência e envergadura.
Tudo se passa como se a  desregulação dos mercados tivesse alcançado agora o aparato que dava algum amálgama de coerência à supremacia das finanças na etapa  atual do capitalismo.

 Organismos outrora estruturadores dessa hegemonia, como o FMI, rastejam sua esférica desimportância.
A inexistência de um arcabouço alternativo  de racionalidade redunda assim numa longa agonia marcada pelo salve-se quem puder autofágico.
Demonstrações de obscurantismo fiscal para 'acalmar os mercados' pontuam a deriva da social-democracia europeia.
Mas não só. Em recente encontro no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, alguns dos melhores cérebros do PSDB  ilustraram a perplexidade que toma conta também dos círculos intelectuais.
Em vez da autocrítica diante do esboroar neoliberal, o que se fez ali foi dobrar a aposta no Estado mínimo com uma agenda radical privatização de fundos públicos.
 Para debater esse longo crepúsculo histórico, a Carta Maior promove o Seminário NEOLIBERALISMO: um colapso inconcluso, que se desdobrará em 4 mesas:
A singularidade da crise financeira mundial  
           Luiz Gonzaga Belluzzo e Maryse Farhi
    Panorama geopolítico: novos atores e novas agendas                  
                Ignacy Sachs e Ladislau Dowbor
    O Brasil e os canais de transmissão da crise –
                 Márcio Pochmann  e Paulo Kliass
    Desafios e trunfos da a América Latina
                 Samuel Pinheiro Guimarães e Emir Sader

Serviço do evento:
Data -  12 de setembro de 2011
Horário -  das  14 às 19 horasLocal - TUCARENA, na PUC/SP, Rua Bartira, esquina Rua Monte
Alegre, nº 1024, Perdizes,  PUC/SP.

Outras informações:
A entrada é franca.
O Teatro comporta 200 lugares.
O Seminário será transmitido, ao vivo,  para os sites da Carta Maior
e da PUC/SP, com possibilidade de ser ainda transmitido pela TV
PUC.
A íntegra dos debates será objeto de uma publicação do IPEA.

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