quarta-feira, 30 de abril de 2008

Exposição da Artista Plástica Lygia Eluf " AZULADA" dia 08 de Maio na Gravura Brasileira.


AZULADA: a representação do espaço e da construção da paisagem para a demarcação do lugar

Entendo o espaço como estrutura de minhas vivências. Explorar o espaço com os sentidos - onde prevalece a cor e o olhar; medir as distâncias e compreender os limites e minha localização: marcar o território, construir meu mapa.
Enraizamento e deslocamento: essa polaridade tem sido minha fixação: a eterna briga de querer se fixar, apesar de saber que minha natureza é contrária a isso. Demorei a compreender que os caminhos eram importantes: traziam a sensação de estar à procura de um lugar. Demorei a reconhecer a angústia de não poder ficar nos lugares instigantes até definir a possibilidade de eleger meu lugar. Na tentativa de remediar isso passei a organizar ou criar uma sensação de espaço no desenho, na pintura e até mesmo nos lugares onde me instalo. Trata-se, na verdade, de um modo quase seguro de combater minha desorientação. E tais lugares emoldurados não traduzem meu lugar no mundo; este passa a ser mítico, imaginado e idealizado. Um lugar que quase deixa de existir, passa a ser o não-lugar.
A escolha do céu e da montanha para organizar meu lugar no mundo: a base sólida da montanha, cuja estabilidade e sustentação ancora o movimento celeste. Represento através de duas formas: a da montanha e a do céu, meu movimento interior inquieto, contraditório e intenso. As cores que escolho, atribuem significados a essas formas tornando-as estruturalmente definitivas para essa construção. Utilizo a cor como matéria: densa e sólida no caso da montanha, etérea e volátil para o céu. O lugar é o início de tudo: a construção de um lugar no mundo.

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