quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Destinação de embalagens

Meio Ambiente

DEBATE SOBRE DESTINAÇÃO CORRETA DE EMBALAGENS PRECISA SER AMPLIADO

Para o presidente da Abipet, as eleições municipais
representam uma ótima oportunidade para discutir a questão

A Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET) lamenta que a sociedade esteja perdendo a oportunidade de debater de maneira mais aprofundada e ampla as políticas públicas para a coleta e destinação correta do lixo urbano, especialmente das embalagens pós-consumo. As prefeituras precisam ter uma política clara e efetiva de coleta seletiva do lixo. Esse período de eleições municipais é ideal para que programas nesse sentido sejam avaliados pelos eleitores, afirma o presidente da entidade, Alfredo Sette.

O executivo alerta, também, que debates unilaterais e sobre um único tipo de embalagem, a exemplo do que aconteceu no II Fórum de Discussão sobre o Impacto do PET no Meio Ambiente, realizado na última terça-feira (12/8), no Rio de Janeiro, nunca trarão os resultados que uma questão abrangente como essa necessita. O debate tem que ser franco, sem a interferência de interesses comerciais falsamente revestidos de discurso ambiental.

PET: apenas 0,36% do lixo urbano

O que a indústria do PET estranha é a simbologia criada em torno de um tipo de embalagem que representa apenas 0,36% do lixo urbano. Além disso, 53,2% de todas as embalagens de PET produzidas já são recicladas pela indústria, enquanto outras embalagens descartáveis, com índices de destinação adequada muito inferiores estão sendo deixadas de lado.

A indústria da reciclagem do PET é vigorosa e movimenta R$ 1 bilhão ao ano no Brasil, gerando empregos e contribuindo para o resgate da cidadania de dezenas de milhares de pessoas. Além disso, contribui para a complementação de renda de mais de 800 mil catadores em todo o País, destaca o presidente da Abipet.

A Abipet defende que uma estrutura pública de coleta, baseada no incentivo ao trabalho de cooperativas de catadores e pequenos recicladores, que geram uma quantidade muito grande de empregos, seria capaz de dar destino adequado às embalagens e alimentar a indústria que reutilizaria esse material. Desde 1995, a entidade trabalha para criar uma forte demanda pelo PET reciclado no País. A indústria têxtil, principal usuária, desenvolveu várias fibras, destinadas a inúmeras aplicações, tais como carpete automotivo e residencial, tecidos, malhas, edredons, travesseiros, cordas etc.
Com essa estrutura, o setor reciclou 230 mil toneladas de PET (o equivalente a 5 bilhões de garrafas de dois litros) em 2007. Esse volume aumenta à taxa de dois dígitos anuais entre 2006 e 2007, cresceu 18,6% – e coloca o Brasil entre os líderes mundiais de reciclagem de PET.
Atualmente, a indústria de reciclagem do PET é capaz de processar até 30% acima do que já é reciclado, o que não ocorre por deficiência na coleta. Esse fato indica que existe uma estrutura pronta e mais do que suficiente para dar destinação adequada a novas garrafas que eventualmente sejam fabricadas, como por exemplo, cervejas em PET.

Interesses comerciais: a origem das críticas

A Abipet acredita que as críticas desmedidas dirigidas só às embalagens de PET, deixando de lado outras embalagens com índices de reciclagem inexistentes, têm por trás de um discurso pretensamente ambiental, interesses comerciais de grandes empresas, especialmente do setor cervejeiro, que não desejam para o seu mercado o efeito verificado no segmento de refrigerantes.

Sabemos que as embalagens de PET provocaram uma revolução quando chegaram ao mercado de refrigerantes, em meados da década de 1990. O PET derrubou o custo de produção da embalagem e tornou a logística de distribuição menos complexa. Novas e pequenas empresas entraram nesse segmento ou conseguiram aumentar sua participação, oferecendo produtos mais baratos, avalia Alfredo Sette, lembrando que o número de fabricantes de refrigerantes saltou de 150 para 850, de acordo com dados da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras).

Para o presidente da Abipet, o PET democratizou o consumo e o mercado de refrigerantes, que cresceu exponencialmente. O mesmo fenômeno poderia ocorrer em um mercado de 9 bilhões de litros anuais de cerveja produzidos no Brasil, concentrados nas mãos de poucos produtores. O que é mais estranho é que os grupos cervejeiros que criticam o uso do PET para a cerveja no Brasil são os mesmos que utilizam essa embalagem nos mercados da Europa e Estados Unidos, diz.

Ainda assim, a Abipet acredita que esse novo produto (cerveja em PET) atenderia nichos específicos, como festas, eventos esportivos, shows e outras modalidades onde existe grande concentração de público. Por que tanta movimentação em torno desse tema?, conclui o presidente da entidade.


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Jornalistas: Tereza Anunziata (tereza.anunziata@wnp.com.br)
SP 08/2008

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