quinta-feira, 8 de maio de 2014

Museu Afro Brasil homenageia 100 anos de Caymmi com exposição sobre a Bahia de artistas e escritores

Em homenagem ao centenário do compositor Dorival Caymmi (1914-2008) e em memória do escritor James Amado (1922-2013), o Museu Afro Brasil revisita o universo de artistas e intelectuais influenciados pela cultura baiana na exposição "O que é que a Bahia tem", com abertura prevista para o dia 8 de maio, às 19h.

Território de sucessivas gerações renovadoras das artes no Brasil, no século 20, da literatura à música, Salvador foi representada em romances, poemas, canções, quadros e filmes, nos quais ficou internacionalmente evidenciada a forte presença negra em sua formação histórica. Fundada em 29 de março de 1549 pelo governador-geral Thomé de Souza, a primeira capital brasileira foi um dos principais portos das Américas, além de ser uma cidade-fortaleza de controle decisivo para o domínio colonial português.

Salvador, chamada de "Cidade da Bahia" por antigos cronistas, é a protagonista da exposição no Museu Afro Brasil, com curadoria de Emanoel Araújo. Os seres e os cenários caymmianos surgem num percurso composto por obras de Pancetti, Carybé, Carlos Bastos, Floriano Teixeira, Jenner Augusto, Hansen Bahia, Henrique Oswald, Mario Cravo Júnior, Mario Cravo Neto, João Alves, Cardoso e Silva, Agnaldo dos Santos, Mestre Didi, Mirabeau Sampaio, Regina Silveira, Arnaldo Antunes, Iole de Freitas e Speto, entre outros.

Uma iconografia baiana – com postais e desenhos – será incorporada ao panorama da "Roma Negra", este epíteto que evidencia o encontro exuberante de civilizações; entre confrontos e amálgamas, o Candomblé e o Catolicismo configuraram a feição religiosa da cidade. Os impactos desse caldo cultural podem ser sentidos em criadores que nela viveram ou a visitaram, como Gregório de Mattos, Castro Alves, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Jorge Amado, Alexandre Robatto Filho, Josué de Barros, Carmen Miranda, Batatinha, Vinicius de Moraes, Glauber Rocha, Gilberto Gil, Caetano Veloso, etc.

"A exposição é uma homenagem à Bahia, terra primeira do Brasil. Pelas terras banhadas pela Baía de Todos os Santos, uma longa história se formou nos últimos 465 anos, a começar pelo encontro de Diogo Álvares Correia, o Caramuru, salvo de um naufrágio, com os tupinambás, logo desposando a índia Catarina Paraguaçu", afirma o diretor-curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo. "Gregório de Mattos bradou com a sua fúria de Boca do Inferno contra as mazelas de uma cidade que começava a tomar forma entre índios, negros e portugueses".

"O que é que a Bahia tem" tem como eixos a Baía de Todos os Santos, a Bahia dourada do Rococó e do Barroco, a Bahia dos artistas, a Bahia do Candomblé e a Bahia dos escritores. Neste último ponto, a exposição trará livros de Castro Alves, Junqueira Freire, Jorge Amado, José Pedreira, James Amado, Sosígenes Costa e cordéis de Rodolfo Coelho Cavalcante. No mundo do Candomblé, o Museu Afro Brasil realçará personalidades como Mãe Senhora, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Olga do Alaketu, Joãozinho da Goméia e Pai Balbino. Numa síntese dos versos da canção de Caymmi, a mostra reviverá "a terra do branco mulato/ a terra do preto doutor".

 

 

Exposição: "O que é que a Bahia tem"

Abertura: 8 de maio, às 19h.

 

Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura

Av. Pedro Álvares Cabral, s/n

Parque Ibirapuera - Portão 10

São Paulo / SP - 04094 050

Fone: 55 11 3320-8940

www.museuafrobrasil.org.br


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